LINHA
DO TEMPO NA HISTÓRIA GERAL DA ARTE E NA HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA
6º ano
ARTE PRÉ-HISTÓRICA
Um dos
períodos mais fascinantes da história humana é a Pré-História. Esse período não
foi registrado por nenhum documento escrito, pois é exatamente a época anterior
à escrita. Tudo o que sabemos dos Inícions que viveram nesse tempo é o
resultado da pesquisa de antropólogos, historiadores e dos estudos da moderna
ciência arqueológica, que reconstituíram a cultura do Iníciom.
Divisão
da Pré-História:
PALEOLÍTICO
A
principal característica dos desenhos da Idade da Pedra Lascada é o
naturalismo. O artista pintava os seres, um animal, por exemplo, do modo como o
via de uma determinada perspectiva, reproduzindo a natureza tal qual sua vista
captava. Atualmente, a explicação mais aceita é que essa arte era realizada por
caçadores, e que fazia parte do processo de magia por meio do qual se procurava
interferir na captura de animais, ou seja, o pintor-caçador do Paleolítico
supunha ter poder sobre o animal desde que possuísse a sua imagem. Acreditava
que poderia matar o animal verdadeiro desde que o representasse ferido
mortalmente num desenho. Utilizavam as pinturas rupestres, isto é, feitas em
rochedos e paredes de cavernas. O Iníciom deste período era nômade. Os artistas
do Paleolítico Superior realizaram também trabalhos em escultura. Mas, tanto na
pintura quanto na escultura, nota-se a ausência de figuras masculinas.
Predominam figuras femininas, com a cabeça surgindo como prolongamento do
pescoço, seios volumosos, ventre saltado e grandes nádegas. Destaca-se: Vênus
de Willendorf.
PALEOLÍTICO
INFERIOR
•
aproximadamente 5.000.000 a 25.000 a.C.
•
primeiros hominídeos;
• caça
e coleta;
•
controle do fogo; e
•
instrumentos de pedra e pedra lascada, madeira e ossos: facas, machados.
PALEOLÍTICO SUPERIOR
·
Instrumentos de
marfim, ossos, madeira e pedra: machado, arco e flecha, lançador de dardos,
anzol e linha;
·
Desenvolvimento da
pintura e da escultura.
NEOLÍTICO
A
fixação do Início da Idade da Pedra Polida, garantida pelo cultivo da terra e
pela manutenção de manadas, ocasionou um aumento rápido da população e o
desenvolvimento das primeiras instituições, como família e a divisão do
trabalho. Assim, o Início do Neolítico desenvolveu a técnica de tecer panos, de
fabricar cerâmicas e construiu as primeiras moradias, constituindo-se os
primeiros arquitetos do mundo. Conseguiu ainda, produzir o fogo através do
atrito e deu início ao trabalho com metais. Todas essas conquistas técnicas
tiveram um forte reflexo na arte. Como conseqüência surge um estilo
simplificador e geometrizante, sinais e figuras mais que sugerem do que
reproduzem os seres. Os próprios temas da arte mudaram: começaram as
representações da vida coletiva. Além de desenhos e pinturas, o artista do
Neolítico produziu uma cerâmica que revela sua preocupação com a beleza e não
apenas com a utilidade do objeto, também esculturas de metal. Desse período
temos as construções denominadas dolmens. Consistem em duas ou mais pedras
grandes fincadas verticalmente no chão, como se fossem paredes, e uma grande
pedra era colocada horizontalmente sobre elas, parecendo um teto. O Santuário
de Stonehenge, no sul da Inglaterra, pode ser considerado uma das primeiras
obras da arquitetura que a História registra.
NEOLÍTICO
•
aproximadamente 10.000 a 5.000 a.C.
•
instrumentos de pedra polida, enxada e tear;
•
início do cultivo dos campos;
•
artesanato: cerâmica e tecidos;
•
construção de pedra; e
•
primeiros arquitetos do mundo.
IDADE
DOS METAIS
•
aproximadamente 5.000 a 3.500 a.C.
•
aparecimento de metalurgia;
•
aparecimento das cidades;
•
invenção da roda;
•
invenção da escrita; e
• arado
de bois.
HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA
Linha do Tempo
·
Barroco e Rococó
·
Neoclassicismo, Romantismo, Realismo
·
Modernismo e contemporaneidade
- Modernismo brasileiro
- Semana de Arte Moderna
- Movimento Verde-Amarelo e
Grupo da Anta
- Movimento antropofágico
- Sociedade Pró-Arte Moderna
- Grupo
dos Cinco (Arte Moderna Brasileira)
- Grupo de Bagé
- Clube de Gravura de Porto
Alegre
- Família Artística Paulista
- Grupo
Frente
- Grupo Neoconcreto
- Grupo Santa Helena
- Núcleo Bernardelli
- Grupo Nervo Óptico
·
Categorias artísticas
Arte brasileira é o termo utilizado para designar toda e qualquer
forma de expressão artística produzida no Brasil, desde a
época pré-colonial até os dias de hoje. Dentro desta ampla definição, estão
compreendidas as primeiras produções artísticas da pré-história brasileira e as diversas
formas de manifestações culturais indígenas, bem como a arte do período colonial, de inspiração barroca,
e os registros pictóricos de viajantes estrangeiros em terras brasileiras. Com
a chegada da Missão Artística Francesa no século XIX,
ensaia-se pela primeira vez a criação de uma escola nacional de arte, consolidada por meio
do estabelecimento da Academia Imperial de Belas Artes,
no Rio de Janeiro. Posteriormente, sob a
influência do expressionismo, do cubismo
e do surrealismo
europeus, junto com uma valorização do primitivismo,
o Brasil assistirá ao desenvolvimento do modernismo, que será progressivamente
incorporado ao gosto da sociedade e da arte oficial, até que a assimilação das
novas tendências surgidas no pós-guerra contribua para o florescimento da arte contemporânea brasileira.
Arte da Pré-História no Brasil
As mais antigas manifestações de pinturas
rupestres no Brasil encontram-se na serra da
Capivara, no Piauí, datando de cerca de 13000 a.C. Em Pedra Pintada,
na Paraíba,
foram encontradas pinturas com cerca de 11 mil anos de idade e, em Minas Gerais,
chamam atenção os registros de arte rupestre localizados em várias cavernas
do vale do Peruaçu, que se distinguem por seus raros desenhos
de padrões geométricos, executados entre 2.000 e 10.000 anos atrás. São
igualmente dignas de menção as pinturas de animais descobertas em grutas
calcárias no vale do rio das Velhas, em Lagoa Santa, Minas Gerais.
Na documentação arqueológica
brasileira, predominam o uso de materiais como osso, chifre, pedra e argila,
para a confecção de objetos utilitários (recipientes, agulhas, espátulas,
pontas de projétil), adornos (pingentes e contas de colar) e cerimoniais,
atestando uma preocupação estética observável, sobretudo, na extraordinária
variação de formas geométricas e no tratamento das superfícies e dos retoques.
Vasilhame de cerâmica
das civilizações de Santarém. Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém.
ARTE INDÍGENA NO BRASIL
Do período entre 5000 a.C. e 1100, há
vestígios de culturas amazônicas com alto grau de sofisticação na fabricação e
decoração de artefatos de cerâmica, como as da ilha de
Marajó e da bacia do rio Tapajós,
onde se registra a presença de complexos vasos
antropomorfos
e zoomorfos,
com suportes e apliques ornamentais. Ainda no contexto amazônico, são dignos de
nota as estatuetas
de terracota,
sobretudo com representações femininas e de animais, e os objetos de pedra, como
os pingentes representando batráquios (muiraquitãs).
São igualmente importantes as cerâmicas
encontradas na costa maranhense (tradição Mina, c. 3200 a.C.) e no litoral baiano (tradição Periperi,
c. 880 a.C.), com difusão ampla e diversificada, atingindo certas áreas
meridionais já em plena era cristã. Mais simples em sua composição do
que as cerâmicas amazônicas, essas peças sobressaem pela diversidade de
técnicas decorativas, que vão da pintura, incisão e excisão até o escovamento,
corrugação, ungulação, etc.
De forma genérica, a arte plumária indígena
e a pintura corporal atingem grande complexidade em
termos de cor
e desenho, utilizando penas e pigmentos vegetais como matéria-prima.
Por fim, destaca-se a confecção de adornos peitorais, labiais e auriculares,
encontrados em diversas culturas diferentes espalhadas por todo o território
brasileiro.
BARROCO NO BRASIL
Igreja de São Francisco, Salvador
O Barroco no Brasil foi introduzido
no início do século XVII pelos missionários
católicos,
especialmente jesuítas, que trouxeram o novo estilo como instrumento de
doutrinação cristã. O poema épico Prosopopéia (1601), de Bento
Teixeira, é um dos seus marcos iniciais. Atingiu o seu apogeu na
literatura com o poeta Gregório de Matos e com o orador sacro Padre Antônio Vieira, e nas artes
plásticas seus maiores expoentes foram Aleijadinho,
na escultura,
e Mestre Ataíde, na pintura.
No campo da arquitetura esta escola floresceu notavelmente
no Nordeste, mas com grandes exemplos também no centro do país, em Minas Gerais,
Goiás
e Rio de
Janeiro. Na música, ao contrário das outras artes, sobrevivem poucos
mas belos documentos do Barroco tardio. Com o desenvolvimento do Neoclassicismo
a partir das primeiras décadas do século XIX,
a tradição barroca caiu progressivamente em desuso, mas traços dela seriam
encontrados em diversas modalidades de arte até os primeiros anos do século XX.
A vasta maioria do legado barroco
brasileiro está na arte sacra: estatuária, pintura e obra de talha para
decoração de igrejas ou para culto privado. Grande número de edificações e
peças individuais de arte barroca já foram protegidas pelo governo brasileiro
em suas várias instâncias, através de tombamento
ou outros processos, atestando o reconhecimento oficial da importância do
Barroco para a história da cultura brasileira. Centros históricos barrocos
como os de Ouro Preto
e Salvador, e conjuntos artísticos como o do
Santuário do Bom Jesus de Matosinhos,
receberam o estatuto de monumentos da humanidade pela chancela da UNESCO, e esse
precioso legado é um dos grandes atrativos do turismo
cultural no país, ao mesmo tempo em que se torna ícone identificador
do Brasil, tanto para naturais da terra como para os estrangeiros.
Apesar de sua importância, boa parte da
arquitetura e das obras de arte barrocas do Brasil ainda estão em mau estado de
conservação e exigem restauro urgente e outras medidas conservadoras,
verificando-se frequentemente perdas ou degradação de exemplares valiosíssimos
em todas as modalidades artísticas; o país ainda tem muito a fazer para
preservar parte tão importante de sua história, tradição e cultura. Por outro
lado, parece crescer a conscientização da população em geral sobre a
necessidade de proteger um patrimônio que é de todos e que pode reverter em
benefício de todos, até econômico, se bem manejado e conservado. Museus
nacionais a cada dia se esforçam por aprimorar suas técnicas e procedimentos, a
bibliografia se avoluma, o governo têm investido bastante nesta área e até
mesmo o bom mercado que a arte barroca nacional sempre encontra ajuda na sua
valorização como peças merecedoras de atenção e cuidado, forças atuantes que
oferecem perspectivas promissoras para sua sobrevivência para as gerações
futuras.
ARQUITETURA DO BRASIL
O Palácio da Alvorada em Brasília.
A arquitetura do Brasil,
desenvolvida através dos séculos desde o início de sua colonização, foi diretamente influenciada pelos
diversos povos que formam o povo brasileiro e pelos diversos estilos
arquitetônicos vindos do exterior. Contudo, a arquitetura
bandeirista e o Barroco mineiro
são considerados por muitos estudiosos como expressões de estilos europeus que
encontraram no Brasil
uma manifestação e linguagem próprios, destacando-se de suas contrapartes
metropolitanas. A primeira se refere à produção realizada basicamente no que
seria hoje o estado de São Paulo pelas famílias dos bandeirantes,
inspirando-se em uma estética próxima, ainda que bastante alterada, do Maneirismo.
A segunda corresponde ao Barroco (ainda que muitos o considerem mais próximo do Rococó)
representado especialmente pelas igrejas construídas por Aleijadinho.
Em fins do século XVIII,
com a gradual introdução do Neoclassicismo
no Brasil e em especial a partir da presença do arquiteto francês Grandjean de Montigny no início do século XIX,
este novo estilo frutificou e mais tarde levaria ao surgimento de uma escola eclética
já para o final do século, e que produziria alguns dos mais importantes
edifícios públicos do país e exerceria uma larga influência em todos os
estratos sociais. Pouco depois o Modernismo
definiria mudanças drásticas na paisagem urbana, num processo coroado pela
construção de Brasília. Em anos mais recentes a arquitetura brasileira tem
continuado uma trajetória desde o Modernismo respeitada internacionalmente e
vem buscando definir o que será uma arquitetura nacional num mundo globalizado.
Arquitetura Indígena
Aldeia Kuikuro
no Parque do Xingu, mostrando as ocas
dispostas em círculo.
Os nativos que habitavam o território
brasileiro mostravam uma apreciável capacidade arquitetônica nas suas ocas, construções para
habitação que podiam atingir até 30 m de extensão e 10 m de altura. Com uma
estrutura de madeira coberta de palha ou folhas de palmeira, eram de uso
coletivo e não possuíam divisões internas, e organizavam-se em povoados
constituídos de uma praça central em cujo entorno se erguiam as palhoças, numa
distribuição circular.
Esta arquitetura tribal ainda é comum
entre os povos indígenas remanescentes no norte do Brasil, mas não exerceu
qualquer impacto significativo na tradição arquitetônica brasileira,
permanecendo como um fenômeno cultural isolado. Mas recentemente este modelo,
reinterpretado com técnicas e materiais atuais, vem recebendo atenção de alguns
arquitetos como uma alternativa interessante e ecológica para o problema
habitacional contemporâneo.[1]
Séculos XVI-XVII
O Forte de São João da Bertioga.
Fortes
Os primeiros exemplos significativos de
arquitetura no Brasil foram as fortalezas e os templos religiosos. Nos
primeiros anos da colonização uma das preocupações maiores da metrópole
portuguesa era assegurar a posse do território, e as primeiras povoações
nasceram em torno de cidadelas. A primeira fortaleza erguida em território
nacional foi o Forte de São Tiago (que
ainda sobrevive com o nome de Forte de São João), em Bertioga,
na baixada santista, datando de 1532. Era de início uma paliçada de madeira, e mais tarde foi
reformado em alvenaria, adquirindo sua configuração atual.
Depois foram erguidas uma série de outras
fortalezas em todo o litoral, e em alguns pontos do interior, e seguiam
basicamente um mesmo modelo que se manteve sem grandes variações ao longo dos
séculos, de planta quadrangular ou poligonal, às vezes deformada para se
adaptar à topografia
subjacente. Tinham uma base chanfrada em pedra nua, muralhas de alvenaria
caiada por cima, com guaritas intercaladas, e uma série de habitações despojadas no
interior, contando muitas vezes com alguma capela ou
pequeno templo. Ocasionalmente na entrada das fortalezas eram erguidos portais mais ou
menos elaborados, seguindo o estilo tardo renascentista
ou maneirista, que predominou durante os séculos XVI e XVII. Exemplo original é
o Forte de São Marcelo, erguido sobre uma
ilhota em Salvador, construído nos anos 1650 e o único de planta circular
existente no Brasil.
Igrejas
As ordens religiosas como a dos Jesuítas,
Franciscanos
e Carmelitas,
das primeiras a se fixarem no Brasil, possuíam em seus quadros arquitetos e
construtores notáveis, e com eles se iniciou uma grande tradição de construções
religiosas cada vez mais ricas e imponentes.
Os primeiros templos religiosos
construídos no Brasil seguiam o estilo tardo-renascentista ou maneirista
português, conhecido como estilo chão.
Esta estética caracteriza-se pelas fachadas compostas por figuras geométricas
básicas, frontões triangulares, janelas próximas ao quadrado e paredes marcadas
pelo contraste entre a pedra e as superfícies brancas, de caráter
bidimensional. A decoração é escassa e circunscrita em geral aos portais, ainda
que os interiores são ricos em altares, pinturas e azulejos.
Assim, as primeiras igrejas brasileiras
tem nave e capela-mor de planta retangular, com uma
ou três naves, janelas simples e uma fachada retangular ou quadrada encimada
por um frontão
triangular, podendo ter uma ou duas torres laterais. Ao longo do século XVII
aparecem frontões adornados com volutas de caráter maneirista. Nessa primeira fase, os
principais modelos das igrejas coloniais foram as igrejas de São Roque e São Vicente de Fora de Lisboa.
Hoje em dia restam poucos exemplos da
arquitetura quinhentista no Brasil, uma vez que boa parte das edificações mais
antigas foi ou destruída, pilhada ou reformada, até mesmo em tempos recentes. A
importante igreja jesuítica do Morro do
Castelo no Rio, de 1567, foi demolida em 1922 na reurbanização da
área onde se localizava.[3]
Exemplos raros de arquitetura religiosa quinhentista são a Igreja Matriz de São
Cosme e São Damião de Igarassu (começada em 1535 e depois reformada) e a Igreja da Graça em Olinda,
construída no último quartel do século XVI, com uma fachada maneirista
inspirada na Igreja de São Roque de Lisboa.
Várias igrejas do século XVII, de caráter
maneirista, ainda sobrevivem no Brasil. Um exemplo é a igreja do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, construído entre 1633 e
1677 com base a um projeto de 1617. A fachada é composta por formas
geométricas, com um frontão triangular, ladeada por duas torres e com uma
galilé com três portais, semelhante à Igreja de São Vicente de Fora de Lisboa.
Um exemplo mais tardio é a antiga igreja jesuíta, atualmente Catedral de Salvador, datada da segunda
metade do século XVII, com uma fachada maneirista encimada por volutas e com
duas torres recuadas em relação à fachada, características semelhantes à igreja
jesuíta de Coimbra
(atual Sé Nova de Coimbra). O interior, de nave única
com capelas laterais e transepto e capela-mor pouco profundos, é baseado em São
Roque de Lisboa. A igreja jesuíta de Salvador inspiraria outras na região, como
a igreja do Convento de São Francisco
de Salvador.
Materiais
Na arquitetura religiosa, bem como na
civil, a antiqüíssima técnica da taipa
foi largamente empregada desde os primeiros tempos até o século XIX, quando
começou a declinar, só sobrevivendo em comunidades mais pobres.[4]
As residências rurais primitivas, em sua maioria também de taipa, os chamados tejupares,
visíveis até atualmente no Nordeste e Norte, foram nascidas dos primeiros
empreendimentos agrícolas, e se resumiam a uma planta básica quadrada com um
grande aposento de uso múltiplo, podendo contar com um menor anexo para a
cozinha. Certamente se encontravam variações a este esquema elementar,
acrescentando, conforme as possibilidades, dormitórios, uma capela e vários
depósitos para ferramental agrícola e abrigo de animais. A cobertura geralmente
era de palha e o piso podia ser ligeiramente elevado do solo com pranchas de
madeira.
NEOCLASSICISMO
O Neoclassicismo
é reputado como tendo sido oficialmente introduzido no Brasil pela Missão
Francesa de 1816,
embora elementos palladianos possam ser notados desde o século anterior no
norte do país com a atuação do arquiteto Antônio José Landi, autor dentre outras obras
da Catedral Metropolitana de Belém,
datada de 1755,
e traços neoclássicos já estão presentes nas obras arquitetônicas do Mestre
Valentim, atuando no Rio. Contudo, é certo que a Missão desempenhou
um papel crucial na difusão dos ideais neoclássicos a partir da capital,
incentivada pela necessidade de se reorganizar a planta urbana do Rio após a
chegada da família real portuguesa.
Pórtico da Academia Imperial de Belas Artes, projeto de Montigny.
Museu
Imperial, em Petrópolis.
A Escola Real de Ciências, Artes e
Ofícios fundada sob influência dos franceses incluía um curso
completo de arquitetura, passando a ser ministrado efetivamente em 1826 na Aula de
Arquitetura Civil por Grandjean de Montigny, sendo, depois da Aula
de Fortificações de Salvador e da Real Academia de Artilharia
Fortificação e Desenho do Rio de Janeiro, a terceira escola regular de
ensino arquitetônico a ser fundada no Brasil. O próprio projeto do
edifício-sede [15]
era uma expressão pura do neoclássico francês em seu desenho, com fachada
simétrica e um grande portal centralizado em ordem jônica,
mas infelizmente apenas este elemento sobreviveu até nossos dias [16],
instalado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Mesmo tendo a Missão Francesa esta função
de divisor de águas na história da arquitetura brasileira, seria ingênuo supor
que a herança anterior deixasse subitamente de influir na técnica e na estética
das construções desta primeira metade do século XIX, especialmente em locais
afastados da corte carioca. Como bem observou Sonia Gomes Pereira:
"(…) é possível observar na prática
arquitetônica do século XIX um conjunto muito mais complexo, em que vários
elementos estão imbricados: a persistência de formas e técnicas coloniais; a
necessidade de novos programas e funções; a incorporação de materiais
importados; a diversificação dos agentes; os novos processos de formação
profissional de arquitetos e engenheiros; além da sincronicidade de várias
linguagens formais (…) Portanto, em lugar de uma só feição dominante, coexistem
técnicas, programas e estilos do passado e do presente, evidenciando a
permanência da tradição colonial, entrelaçada no desejo de modernização e na
necessidade de construção imaginária da nova nação."
De qualquer forma o barroco colonial iria
gradualmente extinguindo sua presença e a corrente neoclássica ganharia
predominância, com um centro difusor principal, o Rio de Janeiro, onde o estilo
oficial seria basicamente uma importação na íntegra de referenciais
estrangeiros, incluindo os materiais de construção e os artífices, e o interior
do país, onde as circunstâncias geográficas, sociais e econômicas obrigaram à
criação de um estilo simplificado, provinciano e superficial.[12]
Evidenciando o processo artificial de
evolução representado pela imposição súbita do neoclassicismo, o estilo se
caracterizou pela repetição exaustiva de números limitados de fórmulas,
predominando a demarcação de um pórtico
central com frontão triangular sustentado por colunas clássicas, que às vezes
se aplicavam a toda a extensão da fachada sob forma de pilastras,
e mesmo em casos adotando um esquema de peristilo.
Não obstante seu debatido mérito, o
neoclassicismo deixaria diversos exemplos significativos em vários pontos do
Brasil. Pode-se citar o Palácio Real da Quinta da Boa Vista e a Santa Casa de Misericórdia
no Rio, o Teatro de Santa Isabel em Recife, o antigo
Palácio de Verão de Dom Pedro II, hoje o Museu
Imperial em Petrópolis, o Theatro da
Paz em Belém do Pará e o Palácio dos Leões em São Luís do Maranhão.
Ainda com um perfil neoclássico mas já apontando para o ecletismo
que viria a seguir é o majestoso Museu do
Ipiranga em São Paulo.
Teatro da Paz, Belém do Pará.
A Santa Casa do Rio de Janeiro.
MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA
François Gérard: Retrato de Joachim Lebreton,
o líder da Missão Francesa.
A Missão Artística Francesa foi um
grupo de artistas e artífices franceses que, deslocando-se para o Brasil no
início do século XIX, revolucionou o panorama das
Belas-Artes no país introduzindo o sistema de ensino superior acadêmico
e fortalecendo o Neoclassicismo que ali estava iniciando seu
aparecimento. O grupo era liderado por Joachim
Lebreton e foi amparado pelo governo de Dom João VI,
mas seu trabalho tardou a frutificar, encontrando a resistência da tradição
barroca firmemente enraizada e tendo de enfrentar a escassez de recursos
financeiros e uma série de intrigas políticas que dissolveram boa parte do
primeiro entusiasmo oficial pelo projeto.
Antecedentes
A partir de 1815, depois da queda
definitiva de Napoleão Bonaparte, Portugal,
que fora invadido e ocupado pelos franceses, pôde iniciar um processo de
normalização de suas relações diplomáticas, comerciais e culturais com a França.
Nesta altura a sede do reino português estava instalada no Rio de Janeiro, onde a corte se havia
refugiado. O príncipe regente Dom João desde sua chegada havia procurado
dinamizar a vida da então colônia. Entre outras medidas, abriu os portos
brasileiros para as nações amigas, fundou o Banco do
Brasil, fomentou uma indústria
incipiente e estimulou a vida cultural especialmente na capital, e, no contexto
das negociações do Congresso de Viena, em 1815 alçou o Brasil à
categoria de Reino Unido de Portugal, Brasil e
Algarves. Do ponto de vista administrativo, não seria producente,
para uma corte instalada no exílio, manter uma terra enorme sob o antigo perfil
extrativista e agrário, com uma administração semi-feudal, quando a metrópole
estava talvez perdida para sempre, a ciência
estava em alta e a indústria começava a se tornar desejada e necessária. Não
havia garantia de quando a volta seria, se é que haveria um retorno, e assim
melhor fazer esta imensidão ser competitiva diante da comunidade das nações. Além
disso a instituição de um sistema de ensino superior em artes e ofícios viria a
minimizar o vazio provocado pela expulsão dos jesuítas, que antes administravam
boa parte do ensino.
Nesse ambiente de renovação, segundo
Neves, António de Araújo e Azevedo, o 1.º conde da
Barca, ministro do reino, teve a idéia de convidar alguns artistas
franceses para que trouxessem para o Brasil elementos louváveis e desejáveis da
civilização francesa. Com o estabelecimento de acordos comerciais com a França
em 1815, se iniciaram as negociações para a organização do grupo. Como
intermediários do governo português na França estavam o embaixador Pedro José Joaquim Vito de Meneses
Coutinho, Marquês de Marialva, e o encarregado de
negócios em Paris, Francisco
José Maria de Brito, que consultaram o naturalista
Alexander von Humboldt a respeito do
assunto. Humboldt indicou então o nome de Joachim
Lebreton, que fora secretário do Institute de France e recém havia sido demitido
por suas ligações com o finado regime bonapartista. Ele por sua vez assumiu a
liderança do projeto e reuniu um grupo de interessados em se transferir para o
Brasil, desde que o governo português financiasse a viagem e seu
estabelecimento.
Pradier: Retrato de D. João VI.
Entretanto, as origens da Missão Francesa
não são muito claras, e outros autores afirmam que a iniciativa partiu de
Marialva [5]
ou que foi fruto de um oferecimento espontâneo dos franceses à corte portuguesa
diante da sua situação política problemática em sua terra natal. Segundo
Schwarcz esta parece ser a hipótese mais provável, a partir da opinião de Laudelino
Freire, Mário Barata e Mário Pedrosa,
que baseando-se em documentos mais antigos, desmontaram a "versão
oficial" do caso que apontava Dom João como o mentor do projeto e que
pretendia apenas enaltecer o caráter ilustrado da monarquia portuguesa.
Reforços a esta tese vieram de Donato Mello Júnior, que
descobriu em 1980 duas cartas de Nicolas-Antoine Taunay ao príncipe regente
Dom João oferecendo seus serviços. Parte da correspondência pessoal de
Lebreton, conservada na Torre do Tombo em Lisboa, também diz o mesmo, e
a correspondência oficial de Fernando José de Portugal e Castro,
Marquês de Aguiar, para o príncipe sugere a
mesma coisa, dizendo além de tudo em carta para Lebreton que de parte da corte
não havia intenção nenhuma de financiar a viagem deles ou garantir-lhes a
estadia. Sobrevivem também cartas de Brito ao Conde da Barca onde ele apresenta
o projeto concebido por Lebreton, e uma carta de Brito a Lebreton, onde ele
lembrava ao destinatário que o projeto era inteiramente obra de Lebreton e que
não lhe garantira nada em nome do governo português, e que uma acolhida oficial
dependeria apenas da circunstância, incerta, de o príncipe regente decidir
apoiá-los. Fica claro que até então isso ainda não estava assegurado, e só o
foi de fato em janeiro de 1816, quando Barca passou a preparar no Rio a chegada
do grupo, já contando com o aval de Dom João. Finalmente, o decreto de fundação
da Escola Real de Ciências, Artes e
Ofícios em 12 de agosto de 1816 informa que Dom João, ao criar a
escola, desejava aproveitar o serviço de "alguns estrangeiros" que a
ele haviam recorrido em busca de proteção, como se lê no trecho a seguir:
"Atendendo ao bem comum, que provêm aos meus
fiéis vassalos, de se estabelecer no Brasil uma Escola Real de Ciências, Artes
e Ofícios, em que se promova e difunda a instrução e conhecimentos
indispensáveis aos homens destinados não só aos Empregos Públicos da
Administração do Estado, mas também ao progresso da Agricultura, Mineralogia,
Indústria e Comércio, de que resulta a subsistência, comodidade e civilização
dos povos, maiormente neste continente, cuja extensão, não tendo o devido e
correspondente número de braços indispensáveis ao amanho e aproveitamento do
terreno, precisa de grandes socorros da prática para aproveitar os produtos,
cujo valor e preciosidade podem vir a formar do Brasil o mais rico e opulento
dos Reinos conhecidos, fazendo-se, portanto, necessário aos habitantes o estudo
das Belas-Artes com aplicação e referência aos ofícios mecânicos, cuja prática,
perfeição e utilidade depende dos conhecimentos teóricos daquelas artes, e
difusivas luzes das ciências naturais, físicas e exatas; e querendo, para tão
úteis fins aproveitar, desde já, a capacidade, habilidade e ciência de alguns
dos estrangeiros beneméritos que têm buscado a Minha Real e Graciosa Proteção,
para serem empregados no ensino da instrução pública daquelas artes: Hei por
bem, e mesmo enquanto as aulas daquelas artes e ofícios não formam a parte
integrante da dita Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios que Eu Houver de
Mandar estabelecer, se pague anualmente etc…"
A Missão Artística
Jean-Baptiste Debret: auto-retrato publicado em Voyage pittoresque et
historique au Brésil (1834).
Augusto Müller: Retrato de Grandjean de
Montigny, c. 1843.
O grupo aportou no Rio de Janeiro a 26 de
março de 1816, a bordo do navio Calpe, escoltado por navios ingleses, e
era formado, segundo Neves, por Joachim Lebreton, o líder, Jean Baptiste Debret, pintor histórico, Nicolas-Antoine Taunay, pintor de
paisagens e cenas históricas, Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny,
arquiteto, junto com seus discípulos Charles de Lavasseur e Louis Ueier, Auguste Marie Taunay, escultor, Charles-Simon Pradier, gravador, François
Ovide, mecânico, Jean Baptiste Leve, ferreiro, Nicolas Magliori Enout,
serralheiro, Pelite e Fabre, peleteiros, Louis Jean Roy e seu filho Hypolite,
carpinteiros, François Bonrepos, auxiliar de escultura, e Félix Taunay,
filho de Nicolas-Antoine, ainda apenas um jovem aprendiz. Muitos deles
trouxeram suas famílias, criados e outros auxiliares.[1]
Pinassi acrescenta ainda os nomes de Sigismund
Neukomm, músico, e Pierre Dillon, secretário de Lebreton.[5]
Seis meses mais tarde, uniram-se ao grupo Marc Ferrez, escultor (tio do fotógrafo Marc Ferrez)
e Zéphyrin Ferrez, gravador de medalhas.
O projeto de Lebreton e o contexto brasileiro
Em 12 de junho de 1816 Lebreton elaborou
um memorando para o Conde da Barca onde propôs instaurar uma nova metodologia
de ensino através da criação de uma escola superior de Belas Artes com
disciplinas sistematizadas e graduadas. O ensino se daria em três fases:
·
Desenho
geral e cópia de modelos dos mestres, para todos os alunos;
·
Desenho
de vultos e da natureza, e elementos de modelagem
para os escultores;
·
Pintura
acadêmica com modelo vivo para pintores;
escultura com modelo vivo para escultores, e estudo no atelier de mestres
gravadores e mestres desenhistas para os alunos destas especialidades.
Para a
arquitetura haveria também três etapas divididas em teóricas e práticas:
·
Na
teoria:
- História da arquitetura através de estudo dos
antigos;
- Construção e perspectiva;
- Estereotomia.
·
Na
prática:
- Desenho;
- Cópia de modelos e estudo de dimensões;
- Composição.
Lebreton foi a força organizadora inicial
do projeto. Diante das intrigas em torno da Missão, retirou-se para uma
propriedade do Flamengo e faleceu poucos anos depois. As 50 obras de arte que
adquiriu na França e trouxe consigo formam um dos núcleos iniciais da atual
coleção do Museu Nacional de Belas Artes.
Debret, cujo atelier se encontrava no
bairro do Catumbi, foi o que teve
maior êxito ao registrar os usos e costumes do país, as tradições anacrônicas
da corte portuguesa, como por exemplo o beija-mão.
Além de converter-se em pintor oficial do Primeiro Reinado, como fizera Jean-Étienne Liotard com relação
ao Império otomano, Debret, sobrinho de David,
deixa-se encantar pelas paisagens exuberantes e inéditas, os costumes barrocos,
e nas horas em que não lecionava, registrou-os em uma sucessão de desenhos e
aquarelas que os retratam, e que anos mais tarde, já de volta à França, ele
publicou na Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. Tais imagens são uma
inestimável documentação visual da época, e fonte básica para o estudo da
cultura e paisagem brasileiras de então.
Já Grandjean de Montigny trabalhou para
transformar a paisagem urbanística do Rio de Janeiro, elaborando o projeto da
primeira sede oficial da Academia, do qual infelizmente só resta o pórtico, da
primeira sede da praça do Comércio, obra concluída em 1820, e que hoje abriga a Casa França-Brasil, e diversas outras obras de
saneamento e urbanização, além de ter formado cerca de vinte novos arquitetos,
entre eles José Maria Jacinto Rebelo, Teodoro de Oliveira , Joaquim Cândido Guilhobel, Domingos
Monteiro e Francisco Joaquim Béthencourt da
Silva.
Nicolas Taunay, que chegou ao Brasil com
cerca de 60 anos, jamais se adaptou completamente ao contexto local, mas
realizou bela documentação da paisagem em suas telas. Seu filho Félix seria
mais tarde Diretor da Academia Imperial, além de realizar obra individual de
mérito, e seu outro filho, Adrien, foi desenhista da expedição Langsdorff, nos anos 1820,
deixando importantes registros visuais do interior.
Auguste Taunay foi nomeado professor da
Escola Real mas não chegou a ocupar efetivamente o cargo. Realizou decorações
na cidade do Rio na aclamação de D. João VI. Deu aulas em regime livre, sendo
mestre de José Jorge Duarte, Xisto Antônio Pires, Manuel Ferreira Lagos, Cândido Mateus Farias, João José da Silva
Monteiro e José da Silva Santos.
Debret: Negra vendendo caju.
Debret: Botocudos em marcha.
Debret: Casa de ciganos
Debret: Caçador de escravos (Museu de Arte de São Paulo)
Marc Ferrez: Busto de Dom Pedro I (Museu Histórico Nacional)
Nicolas-Antoine Taunay: Moisés salvo das águas
(Museu Nacional de Belas Artes)
Nicolas-Antoine Taunay: Vista do Morro de Santo
Antonio
Montigny: Casa França-Brasil
Legado
A Missão teve um papel importante na
atualização do Brasil em relação ao que ocorria na Europa na época, foi a
modernidade em seu tempo.[14]
Embora o tenha exercitado de forma sistemática, não foi a primeira nem a única
força responsável pela difusão do Neoclassicismo
no país,[15]
já perceptível na obra de diversos artistas precursores atuando aqui desde fins
do século XVIII, como Antonio Landi e Mestre
Valentim na arquitetura, Manuel Dias de Oliveira na pintura e na
música os últimos integrantes da Escola Mineira, como Lobo de
Mesquita e João de Deus de Castro Lobo. Mas é certo
que os princípios estéticos que a Missão defendia foram com o tempo adotados
quase na íntegra e se tornaram naturais, integrando o novo dado à história
nacional, tradição fortalecida na gestão de Félix-Emile Taunay, filho de Nicolas, à frente
da AIBA. O projeto já foi criticado modernamente como uma invasão consentida,[16]
uma intervenção violenta e repressora no desenvolvimento cultural brasileiro,
que ainda trazia forte herança barroca e há pouco encontrara a maturidade em
artistas como Mestre Ataíde e Aleijadinho,
mas com o apoio oficial aos artistas neoclássicos a transição para a nova
estética foi acelerada, e com isso tumultuada.
Pedro Américo: A Batalha do Avaí
Victor Meirelles: A Primeira Missa no Brasil.
Por outro lado, sua importância como
fundadores de um novo sistema de ensino não pode ser negligenciada, já que a
Academia, mesmo encontrando na origem sérios empecilhos e demorando para
frutificar, tornar-se-ia mais adiante a mais importante instituição oficial de
arte no Brasil, e nela se formariam gerações dos maiores artistas brasileiros,
atestando a validade do método proposto. A atuação dos franceses também
contribuiu para melhorar o status do artista, assumindo uma postura de
cidadãos livres, profissionais, numa sociedade em vias de laicização, e não
mais submetidos à Igreja e seus temas, como se observava nos tempos anteriores.
As noções de saneamento e higiene que trouxeram iriam modificar o urbanismo das cidades.
Foram os fundadores da arte
acadêmica como estilo no Brasil, uma arte cultivada pelo estado e organizada
dentro de linhas metodológicas rígidas, com temáticas próprias, modelos formais
próprios, exames de aptidão e sistema de premiações, e boa parcela de censura a
originalidades supeitas de romper os cânones consagrados; tal organização
chocava o hábito de séculos, pois até ali a Igreja havia sido o grande mecenas,
e suas orientações eram diferentes. Desdenhada por uns, aplaudida por outros,
sem sombra de dúvida a arte acadêmica, que floriu imensamente da segunda metade
do século XIX até o início do seguinte, herdeira direta dos franceses
repudiados e de seu sistema, foi o veículo formal de boa parte dos mais
vigorosos monumentos da história da arte nacional de todos os tempos.
Foram os franceses os qualificados
professores da primeira geração de artistas nacionais educados em escola
pública, segundo um sistema profissionalizante inédito, e estes formaram muitos
outros de grande valor segundo os mesmos princípios.
ARTE EGÍPCIA
Uma das
principais civilizações da Antigüidade foi a que se desenvolveu no Egito. Era
uma civilização já bastante complexa em sua organização social e riquíssima em
suas realizações culturais. A religião invadiu toda a vida egípcia,
interpretando o universo, justificando sua organização social e política,
determinando o papel de cada classe social e, conseqüentemente, orientando toda
a produção artística desse povo. Além de crer em deuses que poderiam interferir
na história humana, os egípcios acreditavam também numa vida após a morte e
achavam que essa vida era mais importante do que a que viviam no presente. O
fundamento ideológico da arte egípcia é a glorificação dos deuses e do rei
defunto divinizado, para o qual se erguiam templos funerários e túmulos
grandiosos.
ARQUITETURA
As
pirâmides do deserto de Gizé são as obras arquitetônicas mais famosas e, foram
construídas por importantes reis do Antigo Império: Quéops, Quéfren e
Miquerinos. Junto a essas três pirâmides está a esfinge mais conhecida do
Egito, que representa o faraó Quéfren, mas a ação erosiva do vento e das areias
do deserto deram-lhe, ao longo dos séculos, um aspecto enigmático e misterioso.
As
características gerais da arquitetura egípcia são:
•
solidez e durabilidade;
•
sentimento de eternidade;
•
aspecto misterioso e impenetrável.
As
pirâmides tinham base quadrangular eram feitas com pedras que pesavam cerca de
vinte toneladas e mediam dez metros de largura, além de serem admiravelmente
lapidadas. A porta da frente da pirâmide voltava-se para a estrela polar, a fim
de que seu influxo se concentrasse sobre a múmia. O interior era um verdadeiro
labirinto que ia dar na câmara funerária, local onde estava a múmia do faraó e
seus pertences.
Os
templos mais significativos são: Carnac e Luxor, ambos dedicados ao deus Amon.
Os monumentos mais expressivos da arte egípcia são os túmulos e os templos. Divididos em três categorias:
Os monumentos mais expressivos da arte egípcia são os túmulos e os templos. Divididos em três categorias:
•
Pirâmide - túmulo real, destinado ao faraó;
•
Mastaba - túmulo para a nobreza;
•
Hipogeu - túmulo destinado à gente do povo.
Os
tipos de colunas dos templos egípcios são divididas conforme seu capitel:
•
Palmiforme - flores de palmeira;
•
Papiriforme - flores de papiro;
•
Lotiforme - flor de lótus.
Para seu conhecimento:
Esfinge:
representa corpo de leão (força) e cabeça humana (sabedoria). Eram colocadas na
alameda de entrada do templo para afastar os maus espíritos.
Obelisco:
Colocados à frente dos templos para materializar a luz solar.
ESCULTURA
Os
escultores egípcios representavam os faraós e os deuses em posição serena,
quase sempre de frente, sem demonstrar nenhuma emoção. Pretendiam com isso
traduzir, na pedra, uma ilusão de imortalidade. Com esse objetivo ainda,
exageravam freqüentemente as proporções do corpo humano, dando às figuras
representadas uma impressão de força e de majestade.
Os
Usciabtis eram figuras funerárias em miniatura, geralmente esmaltadas de azul e
verde, destinadas a substituir o faraó morto nos trabalhos mais ingratos no
além, muitas vezes coberto de inscrições.
Os
baixos-relevos egípcios, que eram quase sempre pintados, foram também expressão
da qualidade superior atingida pelos artistas em seu trabalho. Recobriam
colunas e paredes, dando um encanto todo especial às construções. Os próprios
hieróglifos eram transcritos, muitas vezes, em baixo-relevo.
PINTURA
A
decoração colorida era um poderoso elemento de complementação das atitudes
religiosas.
Suas
características gerais são:
•
ausência de três dimensões;
•
ignorância da profundidade;
•
colorido a tinta lisa, sem claro-escuro e sem indicação do relevo;
• Lei
da Frontalidade que determinava que o tronco da pessoa fosse representado
sempre de frente, enquanto sua cabeça, suas pernas e seus pés eram vistos de
perfil.
Quanto
a hierarquia na pintura: eram representadas maiores as pessoas com maior
importância no reino, ou seja, nesta ordem de grandeza: o rei, a mulher do rei,
o sacerdote, os soldados e o povo. As figuras femininas eram pintadas em ocre,
enquanto que as masculinas pintadas de vermelho.
Os
egípcios escreviam usando desenhos, não utilizavam letras como nós.
Desenvolveram três formas de escrita:
·
Hieróglifos - considerados
a escrita sagrada;
·
Hierática - uma
escrita mais simples, utilizada pela nobreza e pelos sacerdotes;
·
Demótica - a escrita
popular.
Livro
dos Mortos, ou seja um rolo de papiro com rituais funerários que era posto no
sarcófago do faraó morto, era ilustrado com cenas muito vivas, que acompanham o
texto com singular eficácia. Formado de tramas de fibras do tronco de papiro,
as quais eram batidas e prensadas transformando-se em folhas.
Para
seu conhecimento
Hieróglifos:
foi decifrada por Champolion, que descobriu o seu significado em 1822, ela se
deu na Pedra de Rosetta que foi encontrada na cidade do mesmo nome no Delta do
Nilo.
Mumificação:
Mumificação:
a) eram
retirados o cérebro, os intestinos e outros órgãos vitais, e colocados num vaso
de pedra chamado Canopo.
b) nas
cavidades do corpo eram colocadas resinas aromáticas e perfumes.
c) as
incisões eram costuradas e o corpo mergulhado num tanque com Nitrato de
Potássio. d) Após 70 dias o corpo era lavado e enrolado numa bandagem de
algodão, embebida em betume, que servia como impermeabilização.
Quando
a Grande Barragem de Assuã foi concluída, em 1970, dezenas de construções
antigas do sul do país foram, literalmente, por água abaixo, engolidas pelo
Lago Nasser. Entre as raras exceções desse drama do deserto, estão os templos
erguidos pelo faraó Ramsés II, em Abu Simbel. Em 1964, uma faraônica operação
coordenada pela UNESCO com recursos de vários países - um total de 40 milhões
de dólares - removeu pedra por pedra e transferiu templos e estátuas para um
local 61 metros acima da posição original, longe da margem do lago. O maior
deles é o Grande Templo de Ramsés II, encravado na montanha de pedra com suas
estátuas do faraó de 20 metros de altura. Além de salvar este valioso
patrimônio, a obra prestou uma homenagem ao mais famoso e empreendedor de todos
os faraós.
Queóps
é a maior das três pirâmides, tinha originalmente 146 metros de altura, um
prédio de 48 andares. Nove metros já se foram, graças principalmente à ação
corrosiva da poluição vinda do Cairo. Para erguê-la, foram precisos cerca de 2
milhões de blocos de pedras e o trabalho de cem mil Inícions, durante vinte
anos.
ARTE GREGA
Enquanto
a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à
inteligência, pois os seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e
justos que se dedicavam ao bem-estar do povo. A arte grega volta-se para o gozo
da vida presente. Contemplando a natureza, o artista se empolga pela vida e
tenta, através da arte, exprimir suas manifestações. Na sua constante busca da
perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que
predominam o ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal. Eles têm como
características: o racionalismo; amor pela beleza; interesse pelo Início, essa
pequena criatura que é “a medida de todas as coisas”; e a democracia.
ARQUITETURA
As
edificações que despertaram maior interesse são os templos. A característica
mais evidente dos templos gregos é a simetria entre o pórtico de entrada e o
dos fundos. O templo era construído sobre uma base de três degraus. O degrau
mais elevado chamava-se estilóbata e sobre ele eram erguidas as colunas. As
colunas sustentavam um entablamento horizontal formado por três partes: a
arquitrave, o friso e a cornija. As colunas e entablamento eram construídos
segundo os modelos da ordem dórica, jônica e coríntia.
• Ordem
Dórica - era simples e maciça. O fuste da coluna era monolítico e grosso. O
capitel era uma almofada de pedra. Nascida do sentir do povo grego, nela se
expressa o pensamento. Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas gregas, a
ordem dórica, por sua simplicidade e severidade, empresta uma idéia de solidez
e imponência
• Ordem
Jônica - representava a graça e o feminino. A coluna apresentava fuste mais
delgado e não se firmava diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base
decorada. O capitel era formado por duas espirais unidas por duas curvas. A
ordem dórica traduz a forma do Início e a ordem jônica traduz a forma da
mulher.
• Ordem
Coríntia - o capitel era formado com folhas de acanto e quatro espirais
simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de um modo a variar e
enriquecer aquela ordem. Sugere luxo e ostentação.
Os
principais monumentos da arquitetura grega:
•
Templos, dos quais o mais importante é o Partenon de Atenas. Na Acrópole, também,
se encontram as Cariátides Inícionageavam as mulheres de Cária.
•
Teatros, que eram construídos em lugares abertos (encosta) e que compunham de
três partes: a skene ou cena, para os atores; a konistra ou orquestra, para o
coro; o koilon ou arquibancada, para os espectadores. Um exemplo típico é o
Teatro de Epidauro, construído, no séc. IV a.C., ao ar livre, composto por 55
degraus divididos em duas ordens e calculados de acordo com uma inclinação
perfeita. Chegava a acomodar cerca de 14.000 espectadores e tornou-se famoso
por sua acústica perfeita.
•
Ginásios, edifícios destinados à cultura física
• Praça
- Ágora onde os gregos se reuniam para discutir os mais variados assuntos,
entre eles; filosofia.
PINTURA
A
pintura grega encontra-se na arte cerâmica. Os vasos gregos são também
conhecidos não só pelo equilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia entre
o desenho, as cores e o espaço utilizado para a ornamentação. Além de servir
para rituais religiosos, esses vasos eram usados para armazenar, entre outras
coisas, água, vinho, azeite e mantimentos. Por isso, a sua forma correspondia à
função para que eram destinados:
•
Ânfora - vasilha em forma de coração, com o gargalo largo ornado com duas asas;
• Hidra
- (derivado de ydor, água) tinha três asas, uma vertical para segurar enquanto
corria a água e duas para levantar;
•
Cratera - tinha a boca muito larga, com o corpo em forma de um sino invertido,
servia para misturar água com o vinho (os gregos nunca bebiam vinho puro), etc.
As
pinturas dos vasos representavam pessoas em suas atividades diárias e cenas da
mitologia grega. O maior pintor de figuras negras foi Exéquias.
A
pintura grega se divide em três grupos:
•
figuras negras sobre o fundo vermelho
•
figuras vermelhas sobre o fundo negro
•
figuras vermelhas sobre o fundo branco
ESCULTURA
A
estatuária grega representa os mais altos padrões já atingidos pelo Iníciom. Na
escultura, o antropomorfismo - esculturas de formas humanas - foi insuperável.
As estátuas adquiriram, além do equilíbrio e perfeição das formas, o movimento.
No
Período Arcaico os gregos começaram a esculpir, em mármores, grandes figuras de
Inícions. Primeiramente aparecem esculturas simétricas, em rigorosa posição
frontal, com o peso do corpo igualmente distribuído sobre as duas pernas. Esse
tipo de estátua é chamado Kouros (palavra grega: Iníciom jovem).
No
Período Clássico passou-se a procurar movimento nas estátuas, para isto, se
começou a usar o bronze que era mais resistente do que o mármore, podendo fixar
o movimento sem se quebrar. Surge o nu feminino, pois no período arcaico, as
figuras de mulher eram esculpidas sempre vestidas.
Período
Helenístico podemos observar o crescente naturalismo: os seres humanos não eram
representados apenas de acordo com a idade e a personalidade, mas também
segundo as emoções e o estado de espírito de um momento. O grande desafio e a
grande conquista da escultura do período helenístico foi a representação não de
uma figura apenas, mas de grupos de figuras que mantivessem a sugestão de
mobilidade e fossem bonitos de todos os ângulos que pudessem ser observados.
Os
principais mestres da escultura clássica grega são:
•
Praxíteles, celebrado pela graça das suas esculturas, pela lânguida pose em “S”
(Hermes com Dionísio menino), foi o primeiro artista que esculpiu o nu
feminino.
•
Policleto, autor de Doríforo - condutor da lança, criou padrões de beleza e
equilíbrio através do tamanho das estátuas que deveriam ter sete vezes e meia o
tamanho da cabeça.
•
Fídias, talvez o mais famoso de todos, autor de Zeus Olímpico, sua obra-prima,
e Atenéia. Realizou toda a decoração em baixos-relevos do templo Partenon: as
esculturas dos frontões, métopas e frisos.
•
Lisipo, representava os Inícions “tal como se vêem” e “não como são”
(verdadeiros retratos). Foi Lisipo que introduziu a proporção ideal do corpo
humano com a medida de oito vezes a cabeças.
•
Miron, autor do Discóbolo - Iníciom arremessando o disco.
Para
seu conhecimento:
Mitologia:
Zeus:
senhor dos céus;
Atenéia:
deusa da guerra;
Afrodite:
deusa do amor;
Apolo:
deus das artes e da beleza;
Posseidon:
deus das águas; entre outros.
Olimpíadas:
Realizavam-se em Olímpia, cada 4 anos, em honra a Zeus. Os primeiros jogos
começaram em 776 a.C. As festas olímpicas serviam de base para marcar o tempo.
Teatro:
Foi criada a comédia e a tragédia. Entre as mais famosas: Édipo Rei de
Sófocles.
Música: Significa a arte das musas, entre os gregos a lira era o instrumento nacional.
Música: Significa a arte das musas, entre os gregos a lira era o instrumento nacional.
ARTE ROMA
A arte
romana sofreu duas fortes influências: a da arte etrusca popular e voltada para
a expressão da realidade vivida, e a da greco-helenística, orientada para a
expressão de um ideal de beleza.
Um dos
legados culturais mais importantes que os etruscos deixaram aos romanos foi o
uso do arco e da abóbada nas construções.
ARQUITETURA
As
características gerais da arquitetura romana são:
• busca
do útil imediato, senso de realismo;
•
grandeza material, realçando a idéia de força;
•
energia e sentimento;
•
predomínio do caráter sobre a beleza;
•
originais: urbanismo, vias de comunicação, anfiteatro, termas.
As construções eram de cinco espécies, de acordo com as funções:
1) Religião: Templos Pouco se conhece deles. Os mais conhecidos são o templo de Júpiter Stater, o de Saturno, o da Concórdia e o de César. O Panteão, construído em Roma durante o reinado do Imperador Adriano foi planejado para reunir a grande variedade de deuses existentes em todo o Império, esse templo romano, com sua planta circular fechada por uma cúpula, cria um local isolado do exterior onde o povo se reunia para o culto.
2) Comércio e civismo: Basílica A princípio destinada a operações comerciais e a
atos judiciários, a basílica servia para reuniões da bolsa, para tribunal e
leitura de editos. Mais tarde, já com o Cristianismo, passou a designar uma
igreja com certos privilégios. A basílica apresenta uma característica
inconfundível: a planta retangular, (de quatro a cinco mil metros) dividida em
várias colunatas. Para citar uma, a basílica Julia, iniciada no governo de
Júlio César, foi concluída no Império de Otávio Augusto.
3) Higiene: Termas Constituídas de ginásio, piscina, pórticos e jardins, as termas
eram o centro social de Roma. As mais famosas são as termas de Caracala que,
além de casas de banho, eram centro de reuniões sociais e esportes.
4) Divertimentos:
a)
Circo: extremamente afeito aos divertimentos, foi de Roma que se originou o
circo. Dos jogos praticados temos: jogos circenses - corridas de carros;
ginásios - incluídos neles o pugilato; jogos de Tróia - aquele em que havia
torneios a cavalo; jogos de escravos - executados por cavaleiros conduzidos por
escravos; Sob a influência grega, os verdadeiros jogos circenses romanos só
surgiram pelo ano 264 a.C. Dos circos romanos, o mais célebre é o "Circus
Maximus".
b)
Teatro: imitado do teatro grego. O principal teatro é o de Marcelus. Tinha
cenários versáteis, giratórios e retiráveis.
c)
Anfiteatro: o povo romano apreciava muito as lutas dos gladiadores. Essas lutas
compunham um espetáculo que podia ser apreciado de qualquer ângulo. Pois a
palavra anfiteatro significa teatro de um e de outro lado. Assim era o Coliseu,
certamente o mais belo dos anfiteatros romanos. Externamente o edifício era
ornamentado por esculturas, que ficavam dentro dos arcos, e por três andares
com as ordens de colunas gregas (de baixo para cima: ordem dórica, ordem jônica
e ordem coríntia). Essas colunas, na verdade eram meias colunas, pois ficavam
presas à estrutura das arcadas. Portanto, não tinham a função de sustentar a
construção, mas apenas de ornamentá-la. Esse anfiteatro de enormes proporções
chegava a acomodar 40.000 pessoas sentadas e mais de 5.000 em pé.
5) Monumentos decorativos
a) Arco
de Triunfo: pórtico monumental feito em homenagem aos imperadores e generais
vitoriosos. O mais famoso deles é o arco de Tito, todo em mármore, construído
no Forum Romano para comemorar a tomada de Jerusalém.
b)
Coluna Triunfal: a mais famosa é a coluna de Trajano, com seu característico
friso em espiral que possui a narrativa histórica dos feitos do Imperador em
baixos-relevos no fuste. Foi erguida por ordem do Senado para comemorar a
vitória de Trajano sobre os dácios e os partos.
6) Moradia: Casa Era construída ao redor de um pátio chamada Atrio.
PINTURA
O
Mosaico foi muito utilizado na decoração dos muros e pisos da arquitetura em
geral.
A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de Pompéia e Herculano, que foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 a.C. Os estudiosos da pintura existente em Pompéia classificam a decoração das paredes internas dos edifícios em quatro estilos.
A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de Pompéia e Herculano, que foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 a.C. Os estudiosos da pintura existente em Pompéia classificam a decoração das paredes internas dos edifícios em quatro estilos.
Primeiro estilo: recobrir as paredes de uma sala com uma camada de gesso
pintado; que dava impressão de placas de mármore.
Segundo estilo: Os artistas começaram então a pintar painéis que criavam
a ilusão de janelas abertas por onde eram vistas paisagens com animais, aves e
pessoas, formando um grande mural.
Terceiro estilo: representações fiéis da realidade e valorizou a
delicadeza dos pequenos detalhes.
Quarto estilo: um painel de fundo vermelho, tendo ao centro uma pintura,
geralmente cópia de obra grega, imitando um cenário teatral.
ESCULTURA
Os
romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas por temperamento, eram
muito diferentes dos gregos. Por serem realistas e práticos, suas esculturas
são uma representação fiel das pessoas e não a de um ideal de beleza humana,
como fizeram os gregos. Retratavam os imperadores e o início da sociedade. Mais
realista que idealista, a estatuária romana teve seu maior êxito nos retratos.
Com a
invasão dos bárbaros as preocupações com as artes diminuíram e poucos
monumentos foram realizados pelo Estado. Era o começo da decadência do Império
Romano que, no séc. V - precisamente no ano de 476 - perde o domínio do seu
vasto território do Ocidente para os invasores germânicos.
MOSAICO
Partidários
de um profundo respeito pelo ambiente arquitetônico, adotando soluções de clara
matriz decorativa, os masaístas chegaram a resultados onde existe uma certa
parte de estudo direto da natureza. As cores vivas e a possibilidade de
colocação sobre qualquer superfície e a duração dos materiais levaram a que os
mosaicos viessem a prevalecer sobre a pintura. Nos séculos seguintes,
tornar-se-ão essenciais para medir a ampliação das primeiras igrejas cristãs.
RENASCIMENTO
O termo
Renascimento é comumente aplicado à civilização européia que se desenvolveu
entre 1300 e 1650. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram
nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes,
da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do
humanismo foi sem duvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito
do Renascimento. Trata-se de uma volta deliberada, que propunha a ressurreição
consciente (o re-nascimento) do passado, considerado agora como fonte de
inspiração e modelo de civilização. Num sentido amplo, esse ideal pode ser
entendido como a valorização do Iníciom (Humanismo) e da natureza, em oposição
ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade
Média.
Características
gerais:
•
Racionalidade
•
Dignidade do Ser Humano
• Rigor
Científico
• Ideal
Humanista
•
Reutilização das artes greco-romana
ARQUITETURA
Na
arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em
relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa
compreender a lei que o organiza, de qualquer ponto em que se coloque. “Já não
é o edifício que possui o Iníciom, mas este que, aprendendo a lei simples do
espaço, possui o segredo do edifício” (Bruno Zevi, Saber Ver a Arquitetura)
Principais
características:
•
Ordens Arquitetônicas
• Arcos
de Volta-Perfeita
•
Simplicidade na construção
• A
escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas
•
Construções; palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade),
fortalezas (funções militares)
O principal arquiteto renascentista:
Brunelleschi
- é um
exemplo de artista completo renascentista, pois foi pintor, escultor e
arquiteto. Além de dominar conhecimentos de Matemática, Geometria e de ser
grande conhecedor da poesia de Dante. Foi como construtor, porém, que realizou
seus mais importantes trabalhos, entre eles a cúpula da catedral de Florença e
a Capela Pazzi.
PINTURA
Principais
características:
•
Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e
proporções que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os
princípios da matemática e da geometria.
• Uso
do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse jogo
de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos.
•
Realismo: o artistas do Renascimento não vê mais o Iníciom como simples
observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais
grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser
compreendida cientificamente, e não apenas admirada.
•
Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo.
• Tanto
a pintura como a escultura que antes apareciam quase que exclusivamente como
detalhes de obras arquitetônicas, tornam-se manifestações independentes.
•
Surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o
período é marcado pelo ideal de liberdade e, conseqüentemente, pelo
individualismo.
Os principais pintores foram:
Botticelli
- os
temas de seus quadros foram escolhidos segundo a possibilidade que lhe
proporcionavam de expressar seu ideal de beleza. Para ele, a beleza estava
associada ao ideal cristão. Por isso, as figuras humanas de seus quadros são
belas porque manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo, melancólicas porque
supõem que perderam esse dom de Deus. Obras destacadas: A Primavera e O
Nascimento de Vênus.
Leonardo da Vinci
- ele
dominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e sombra, gerador de uma
atmosfera que parte da realidade mas estimula a imaginação do observador. Foi
possuidor de um espírito versátil que o tornou capaz de pesquisar e realizar
trabalhos em diversos campos do conhecimento humano. Obras destacadas: A Virgem
dos Rochedos e Monalisa.
Michelângelo
- entre
1508 e 1512 trabalhou na pintura do teto da Capela Sistina, no Vaticano. Para
essa capela, concebeu e realizou grande número de cenas do Antigo Testamento.
Dentre tantas que expressam a genialidade do artista, uma particularmente
representativa é a criação do Iníciom. Obras destacadas: Teto da Capela Sistina
e a Sagrada Família
Rafael
- suas
obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e segurança, pois os
elementos que compõem seus quadros são dispostos em espaços amplo, claros e de
acordo com uma simetria equilibrada. Foi considerado grande pintor de
“Madonas”. Obras destacadas: A Escola de Atenas e Madona da Manhã.
ESCULTURA
Em
meados do século XV, com a volta dos papas de Avinhão para Roma, esta adquire o
seu prestígio. Protetores das artes, os papas deixam o palácio de Latrão e
passam a residir no Vaticano. Ali, grandes escultores se revelam, o maior dos
quais é Michelângelo, que domina toda a escultura italiana do século XVI.
Algumas obras: Moisés, Davi (4,10m) e Pietá. Outro grande escultor desse
período foi Andrea del Verrochio. Trabalhou em ourivesaria e esse fato acabou
influenciando sua escultura. Obra destacada: Davi (1,26m) em bronze.
Principais
Características:
•
Buscavam representar o Iníciom tal como ele é na realidade
•
Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade
•
Profundidade e perspectiva
•
Estudo do corpo e do caráter humano
O
Renascimento Italiano se espalha pela Europa, trazendo novos artistas que
nacionalizaram as idéias italianas. São eles: • Dürer | • Hans Holbein | •
Bosch | • Bruegel
Para seu conhecimento
- A
Capela Sistina foi construída por ordem de Sisto IV (retangular 40 x 13 x 20
altura). E é na própria Capela que se faz o Conclave: reunião com os cardeais
após a morte do Papa para proceder a eleição do próximo. Lareira que produz
fumaça negra - que o Papa ainda não foi escolhido; fumaça branca - que o Papa
acaba de ser escolhido, avisa o povo na Praça de São Pedro, no Vaticano
-
Michelângelo dominou a escultura e o desenho do corpo humano maravilhosamente
bem, pois tendo dissecado cadáveres por muito tempo, assim como Leonardo da
Vinci, sabia exatamente a posição de cada músculo, cada tendão, cada veia.
- Além
de pintor, Leonardo da Vinci, foi grande inventor. Dentre as suas invenções
estão: “Parafuso Aéreo”, primitiva versão do helicóptero, a ponte elevadiça, o
escafandro, um modelo de asa-delta, etc.
-
Quando deparamos com o quadro da famosa MONALISA não conseguimos desgrudar os
olhos do seu olhar, parece que ele nos persegue. Por que acontece isso? Será
que seus olhos podem se mexer? Este quadro foi pintado, pelo famoso artista e
inventor italiano Leonardo da Vinci (1452-1519) e qual será o truque que ele
usou para dar esse efeito? Quando se pinta uma pessoa olhando para a frente
(olhando diretamente para o espectador) tem-se a impressão que o personagem do
quadro fixa seu olhar em todos. Isso acontece porque os quadros são lisos. Se
olharmos para a Monalisa de um ou de outro lado estaremos vendo-a sempre com os
olhos e a ponta do nariz para a frente e não poderemos ver o lado do seu rosto.
Aí está o truque em qualquer ângulo que se olhe a Monalisa a veremos sempre de
frente.
ARTE CONTEMPORÂNEA
A arte
contemporânea é construída não mais necessariamente com o novo e o
original, como ocorria no Modernismo e nos movimentos vanguardistas. Ela se
caracteriza principalmente pela liberdade de atuação do artista, que não tem
mais compromissos institucionais que o limitem, portanto pode exercer seu trabalho
sem se preocupar em imprimir nas suas obras um determinado cunho religioso ou
político.
Esta
era da história da arte nasceu em meados do século XX e se estende até a
atualidade, insinuando-se logo depois da Segunda
Guerra Mundial. Este período traz consigo novos hábitos, diferentes
concepções, a industrialização em massa,
que imediatamente exerce profunda influência na pintura, nos movimentos
literários, no universo ‘fashion’, na esfera cinematográfica, e nas demais
vertentes artísticas. Esta tendência cultural com certeza emerge das
vertiginosas transformações sociais ocorridas neste momento.
Os
artistas passam a questionar a própria linguagem artística, a imagem
em si, a qual subitamente dominou o dia-a-dia do mundo contemporâneo. Em uma
atitude metalingüística, o criador se volta para a crítica de sua mesma obra e
do material de que se vale para concebê-la, o arsenal imagético ao seu alcance.
Nos
anos 60 a matéria gerada pelos novos artistas revela um caráter espacial, em
plena era da viagem do Homem ao espaço, ao mesmo tempo em que abusa do vinil.
Nos 70 a arte se diversifica, vários conceitos coexistem, entre eles a Op Art,
que opta por uma arte geométrica; a Pop Art, inspirada nos
ídolos desta época, na natureza celebrativa desta década – um de seus
principais nomes é o do imortal Andy Warhol;
o Expressionismo Abstrato; a Arte Conceitual;
o Minimalismo;
a Body Art; a Internet Street e a Art Street, a arte que se desenvolve nas
ruas, influenciada pelo grafit e pelo movimento hip-hop. É na esteira das
intensas transformações vigentes neste período que a arte contemporânea se
consolida.
Ela
realiza um mix de vários estilos, diversas escolas e técnicas. Não há uma mera
contraposição entre a arte figurativa e a abstrata, pois dentro de cada uma
destas categorias há inúmeras variantes. Enquanto alguns quadros se revelam
rigidamente figurativos, outros a muito custo expressam as características do
corpo de um homem, como a Marilyn
Monroe concebida por Willem de Kooning, em 1954. No seio das obras
abstratas também se encontram diferentes concepções, dos traços ativos de
Jackson Pollok à geometrização das criações de Mondrian. Outra vertente
artística opta pelo caos, como a associação aleatória de jornais, selos e
outros materiais na obra Imagem como um centro luminoso, produzida por Kurt
Schwitters, em 1919.
Os
artistas nunca tiveram tanta liberdade criadora, tão variados recursos
materiais em suas mãos. As possibilidades e os caminhos são múltiplos, as
inquietações mais profundas, o que permite à Arte Contemporânea ampliar seu
espectro de atuação, pois ela não trabalha apenas com objetos concretos, mas
principalmente com conceitos e atitudes. Refletir sobre a arte é muito mais
importante que a própria arte em si, que agora já não é o objetivo final, mas
sim um instrumento para que se possa meditar sobre os novos conteúdos impressos
no cotidiano pelas velozes transformações vivenciadas no mundo atual.
FIM DO 6º ANO
7º ANO
BARROCO
Origens e
Características do Barroco
O barroco foi uma
tendência artística que se desenvolveu primeiramente nas artes plásticas e depois
se manifestou na literatura,
no teatro e na música. O berço do barroco é a Itália do século XVII, porém se
espalhou por outros países europeus como, por exemplo, a Holanda, a Bélgica, a França e a Espanha. O barroco permaneceu
vivo no mundo das artes até o século XVIII. Na América Latina, o barroco entrou
no século XVII, trazido por artistas que viajavam para a Europa, e permaneceu até o
final do século XVIII.
Contexto histórico
O barroco se desenvolve
no seguinte contexto histórico: após o processo de Reformas Religiosas,
ocorrido no século XVI, a Igreja Católica havia perdido muito espaço e poder.
Mesmo assim, os católicos continuavam influenciando muito o cenário político,
econômico e religioso na Europa. A arte barroca surge neste contexto e expressa
todo o contraste deste período: a espiritualidade e teocentrismo da Idade Média com o
racionalismo e antropocentrismo do Renascimento.
Os artistas barrocos
foram patrocinados pelos monarcas, burgueses e pelo clero. As obras de pintura
e escultura
deste período são rebuscadas, detalhistas e expressam as emoções da vida e do
ser humano.
A palavra barroco tem um significado que representa bem as características deste estilo. Significa " pérola irregular" ou "pérola deformada" e representa de forma pejorativa a idéia de irregularidade.
O período final do barroco (século XVIII) é chamado de rococó e possui algumas peculiaridades, embora as principais características do barroco estão presentes nesta fase. No rococó existe a presença de curvas e muitos detalhes decorativos (conchas, flores, folhas, ramos). Os temas relacionados à mitologia grega e romana, além dos hábitos das cortes também aparecem com freqüência.
A palavra barroco tem um significado que representa bem as características deste estilo. Significa " pérola irregular" ou "pérola deformada" e representa de forma pejorativa a idéia de irregularidade.
O período final do barroco (século XVIII) é chamado de rococó e possui algumas peculiaridades, embora as principais características do barroco estão presentes nesta fase. No rococó existe a presença de curvas e muitos detalhes decorativos (conchas, flores, folhas, ramos). Os temas relacionados à mitologia grega e romana, além dos hábitos das cortes também aparecem com freqüência.
BARROCO EUROPEU
As obras dos artistas
barrocos europeus valorizam as cores, as sombras e a luz, e representam os
contrates. As imagens não são tão centralizadas quanto as renascentistas e
aparecem de forma dinâmica, valorizando o movimento. Os temas principais são:
mitologia, passagens da Bíblia e a história da humanidade. As cenas retratadas
costumam ser sobre a vida da nobreza, o cotidiano da burguesia,
naturezas-mortas entre outros. Muitos artistas barrocos dedicaram-se a decorar
igrejas com esculturas e pinturas, utilizando a técnica da perspectiva.
As esculturas barrocas
mostram faces humanas marcadas pelas emoções, principalmente o sofrimento. Os
traços se contorcem, demonstrando um movimento exagerado. Predominam nas
esculturas as curvas, os relevos e a utilização da cor dourada.
O pintor renascentista
italiano Tintoretto
é considerado um dos precursores do Barroco na Europa, pois muitas de suas
obras apresentam, de forma antecipada, importantes características barrocas.
Podemos citar como
principais artistas do barroco: o espanhol Velásquez, o italiano Caravaggio, os
belgas Van Dyck e Frans Hals, os holandeses Rembrandt
e Vermeer e o flamengo Rubens.
BARROCO NO BRASIL
O barroco brasileiro
foi diretamente influenciado pelo barroco português, porém, com o tempo, foi
assumindo características próprias. A grande produção artística barroca no
Brasil ocorreu nas cidade auríferas de Minas Gerais, no chamado século do ouro
(século XVIII). Estas cidades eram ricas e possuíam uma intensa vida cultura e
artística em pleno desenvolvimento.
O principal
representante do barroco mineiro foi o escultor e arquiteto
Antônio Francisco de Lisboa também conhecido como Aleijadinho. Sua obras, de
forte caráter religioso, eram feitas em madeira e pedra-sabão, os principais
materiais usados pelos artistas barrocos do Brasil. Podemos citar algumas obras
de Aleijadinho: Os Doze Profetas e Os Passos da Paixão, na Igreja de Bom Jesus
de Matozinhos, em Congonhas do Campo (MG).
Outros artistas
importantes do barroco brasileiro foram: o pintor mineiro Manuel da Costa
Ataíde e o escultor carioca Mestre Valentim. No estado da Bahia, o barroco
destacou-se na decoração das igrejas em Salvador como, por exemplo, de São
Francisco de Assis e a da Ordem Terceira de São Francisco.
No campo da Literatura,
podemos destacar o poeta Gregório de Matos Guerra, também conhecido como
"Boca do Inferno". Ele é considerado o mais importante poeta barroco
brasileiro.
Outro importante
representante da Literatura Barroca foi o padre Antônio Vieira que ganhou destaque
com seus sermões.
ROMANTISMO
Introdução
O romantismo é todo um
período cultural, artístico e literário que se inicia na Europa no final do
século XVIII, espalhando-se pelo mundo até o final do século XIX.
O berço do romantismo
pode ser considerado três países: Itália, Alemanha e Inglaterra.
Porém, na França, o romantismo ganha força como em nenhum outro país e, através
dos artistas franceses, os ideais românticos espalham-se pela Europa e pela
América.
As características
principais deste período são : valorização das emoções, liberdade de criação,
amor platônico, temas religiosos, individualismo, nacionalismo e história. Este
período foi fortemente influenciado pelos ideais do iluminismo e pela
liberdade conquistada na Revolução
Francesa.
Artes Plásticas
Nas artes plásticas, o
romantismo deixou importantes marcas. Artistas como o espanhol Francisco
Goya e o francês Eugène Delacroix
são os maiores representantes da pintura desta fase. Estes artistas
representavam a natureza, os problemas sociais e urbanos, valorizavam as
emoções e os sentimentos em suas obras de arte.
Na Alemanha, podemos destacar as obras místicas de Caspar David Friedrich,
enquanto na Inglaterra John Constable traçava obras com forte crítica à urbanização
e aos problemas gerados pela Revolução
Industrial.
Literatura
Foi através da poesia
lírica que o romantismo ganhou formato na literatura dos séculos
XVIII e XIX. Os poetas românticos usavam e abusavam das metáforas, palavras
estrangeiras, frases diretas e comparações. Os principais temas abordados eram
: amores platônicos, acontecimentos históricos nacionais, a morte e seus
mistérios. As principais obras românticas são: Cantos e Inocência do poeta
inglês William Blake, Os Sofrimentos do Jovem Werther e Fausto do alemão Goethe, Baladas Líricas do
inglês William Wordsworth e diversas poesias de Lord Byron.
Na França, destaca-se Os Miseráveis de Victor Hugo e Os Três Mosqueteiros de
Alexandre Dumas.
Música
Na música ocorre a
valorização da liberdade de expressão, das emoções e a utilização de todos os recursos
da orquestra.
Os assuntos de cunho popular, folclórico
e nacionalista ganham importância nas músicas.
Podemos destacar como músicos deste período: Ludwig van Beethoven (suas últimas obras são consideradas românticas), Franz Schubert, Carl Maria von Weber, Felix Mendelssohn, Frédéric Chopin, Robert Schumann, Hector Berlioz, Franz Liszt e Richard Wagner.
Podemos destacar como músicos deste período: Ludwig van Beethoven (suas últimas obras são consideradas românticas), Franz Schubert, Carl Maria von Weber, Felix Mendelssohn, Frédéric Chopin, Robert Schumann, Hector Berlioz, Franz Liszt e Richard Wagner.
Teatro
Na dramaturgia o
romantismo se manifesta valorizando a religiosidade, o individualismo, o
cotidiano, a subjetividade e a obra de William Shakespeare. Os dois
dramaturgos mais conhecidos desta época foram Goethe e Friedrich Von Schiller.
Victor Hugo também merece destaque, pois levou várias inovações ao teatro. Em
Portugal, podemos destacar o teatro de Almeida
Garrett.
NACIONALISMO
Quando trabalhamos com
o nacionalismo, sempre temos que voltar a uma primeira definição, capaz
de deduzir o que vem a ser a nação. Em um primeiro momento, entendemos “nação”
como um conjunto de experiências históricas, comportamentos, crenças e outros
hábitos que definem a identidade de um povo. Contudo, ao pensarmos sobre a
nação, vemos que a construção de uma identidade única é sempre problemática e
inacabada.
Apesar deste problema
conceitual, vemos que o nacionalismo se desenvolveu em determinadas culturas,
não só postulando a partilha de uma identidade coletiva, mas também fomentando
certas verdades e comportamentos em relação aos povos que não pertenciam à
mesma nação. De certo modo, ao enxergar os seus próprios limites, o
nacionalismo se volta para o âmbito das diferenças para hierarquizar os povos e
construir uma visão positiva de seu povo.
Percebido com mais
clareza no século XIX, o sentimento nacionalista pode ser visto como um dos
mais significativos desdobramentos gerados pela Revolução Francesa de 1789. Ao
lutarem contra as imposições do absolutismo, os franceses empreenderam a
formulação de um amplo discurso, em que a vontade do povo e da nação se
confundia com o desejo de suspender qualquer hábito ou lei que estabelecesse o privilégio
de um grupo em detrimento da maioria.
Mesmo apresentando
visíveis problemas, principalmente no que tangia ao conflito de interesses
entre a burguesia e as camadas populares, o sentimento nacionalista se
fortaleceu como instrumento de mobilização nos movimentos antimonárquicos que
se desenvolveram na Europa do século XIX. Nesse mesmo período, a onda
nacionalista também ganhava fôlego com o imperialismo, que se assentava na
ideia de superioridade de uma nação como justificativa de seu domínio em outras
regiões do mundo.
Do ponto de vista
histórico, o nacionalismo também veio a fomentar as rivalidades que forneceriam
sentido à ocorrência da Primeira Guerra Mundial.
Afinal de contas, as rivalidades imperialistas estavam sempre próximas a um
discurso em que o interesse de uma nação deveria estar acima das “injuriosas”
ameaças de outras nações inimigas. Com isso, as noções de superioridade e
rivalidade se mostraram como “centrais” na organização do ideário nacionalista.
Prosseguindo pelo
século XX, o nacionalismo alcançou sua expressão mais radical com o surgimento
dos movimentos totalitários na Europa. Mais do que simplesmente defensores da
nação, esse movimentos tomaram para si a ideia de que as liberdades individuais
deveriam ser suprimidas em favor de um líder máximo, capaz de traduzir e
executar os anseios de toda uma coletividade. Observado o horror e o fracasso
da Segunda Guerra Mundial, podemos ver o trágico resultado desse tipo de
expressão extrema.
Ainda hoje, apesar da
globalização e o encurtamento das distâncias entre os povos, o nacionalismo
aparece ainda na expressão de alguns pequenos grupos que rejeitam o ideal de
integração contemporâneo. Em alguns países, os chamados neonazistas, também
aparecem alimentados por um nacionalismo que repudia a chegada de imigrantes
que saem de sua terra natal em busca de oportunidades
e melhores condições de vida. Sem dúvida, a questão nacionalista ainda se
movimenta no tempo presente.
NACIONALISMO NO BRASIL
É o movimento de
pessoas que amam o Brasil, sua cultura, sua diversidade e sua gente. É a união
de pessoas que, por seu sentimento de amor a Pátria, farão tudo o que estiver
ao alcance de suas mãos por um Brasil melhor, menos desigual e mais justo.
O verdadeiro
nacionalismo brasileiro não é um sentimento hipócrita que leva as pessoas às
lágrimas ao som do hino nacional, nem tampouco é o sentimento perene que surge nas
épocas de grandes eventos esportivos ou
de grande comoção nacional.
O nacionalismo
brasileiro é o sentimento capaz de entristecer, indignar e levar a despertar
nas pessoas o desejo de mudança quando vemos crianças a vender balas ou a fazer
malabarismos nos faróis, brasileiros dormindo ao relento, sem casa, sem comida
e sem esperança. É o sentimento que nos causa revolta quando sabemos de um pai
de família que saiu de casa para trabalhar e não mais voltou, mas foi
encontrado morto em uma guia de rua.
É o sentimento que nos
faz indignar quando vemos que não há dinheiro suficiente para uma educação de
qualidade, mas sobra para a corrupção. É o mesmo sentimento que nos faz tremer
de raiva ao ver à falência do INSS, do
sistema público de saúde e os deputados e senadores terem direito a carros
zero, combustível de graça e até auxílio-paletó.
O nacionalismo
brasileiro é o sentimento que não aceita o nepotismo, não aceita o pagamento
absurdo de juros aos credores da divida externa, enquanto aposentados tem de esmolar nas ruas e nos semáforos.
Nesse sentimento de
amor a Pátria não há espaço para violência, ódios, preconceitos ou rancores.
Amamos também a democracia e os direitos que a liberdade nos dá. Nacionalistas
são todos aqueles que jamais criarão ou apoiarão qualquer lei ou medida que
venha a prejudicar o Brasil, os Estados, as Cidades e suas populações.
Entretanto, é importante ressaltar que os nacionalistas brasileiros não têm
ódio aos outros povos e suas culturas.
Respeitamos a cultura
de outras nações e seus valores. Os verdadeiros nacionalistas do Brasil não só
respeitam, mas são capazes de aprender e assimilar as boas experiências das
outras nações e adapta-las a nossa realidade. O sentimento do nacionalista
brasileiro é como o sentimento de um pai e uma mãe em relação a sua casa e seus
filhos.
Um pai zeloso, uma mãe
zelosa, jamais tomariam atitudes que venham a prejudicar seu lar, sua família e
seus filhos. Mas, mantem um bom
relacionamento com os seus vizinhos também. O nacionalismo brasileiro é o
sentimento de amor a Pátria, mas não tem o Brasil como religião, todo
nacionalista tem direito a sua crença seja ela qual for, o que nos une é o amor
a Pátria.
O verdadeiro
nacionalismo não prega o ódio, o racismo, o preconceito, a violência, a luta
armada, a ditadura, a segregação, o fisiologismo,
o nepotismo e nem tampouco a divisão dos Estados da Federação. Somos a favor da
unidade, pois unidos somos mais fortes.
Nacionalismo é amar a
terra-mãe, tratar a ela e a seus filhos com dignidade e respeito. Lutar contra
as injustiças, indignarem-se contra a roubalheira, os escândalos, as mentiras,
a corrupção e aqueles políticos que legislam em causa própria. Nacionalismo é
dar valor ao comércio e a indústria do Brasil, fazendo com que sejam capazes de
concorrer em condições de igualdade com o que há de melhor no mundo, gerando
empregos e divisas para o Brasil.
IMPRESSIONISMO
Definição
Impressionismo
é o termo usado para designar uma corrente pictórica que tem origem na França,
entre as décadas de 1860 e 1880, e constitui um momento inaugural da arte moderna.
A origem do nome remonta a um texto jornalístico que, inspirado na tela Impressão,
Sol Nascente, 1872, de Claude Monet (1840 - 1926), rotula de Exposição dos
Impressionistas a primeira apresentação pública dos novos artistas no estúdio
do fotógrafo Nadar (1820 - 1910), em 1874. A essa exposição seguem-se outras
sete, nos anos de 1876, 1877, 1879, 1880, 1881, 1882 e 1886, que conhecem
reações hostis por parte do público e da crítica, com exceção de algumas
leituras favoráveis, como as de Armand Silvestre, Duranty e Duret, este autor
do primeiro estudo analítico sobre a nova pintura, Os Pintores
Impressionistas, 1878. O grupo tem sua formação associada à Académie
Suisse e ao ateliê Gleyre, em Paris, e entre seus principais integrantes
estão Monet, Pierre Auguste Renoir (1841 - 1919), Alfred Sisley (1839 - 1899),
Frédéric Bazille (1841 - 1870), Camille Pissarro (1831 - 1903), Paul Cézanne
(1839 - 1906), Edgar Degas (1834 - 1917), Berthe Morisot (1841 - 1895) e Armand
Guillaumin (1841 - 1927).
Embora
não se possa falar em uma escola homogênea ou em programa definido, é possível
localizar certos princípios comuns na pintura desses artistas: preferência pelo
registro da experiência contemporânea; observação da natureza com base em
impressões pessoais e sensações visuais imediatas; suspensão dos contornos e
dos claro-escuros em prol de pinceladas fragmentadas e justapostas;
aproveitamento máximo da luminosidade e uso de cores complementares,
favorecidos pela pintura ao ar
livre. Em relação ao trabalho com as cores pela técnica da mistura
ótica - cores que se formam na retina do observador e não pela mistura de
pigmentos -, cabe observar o diálogo que estabelecem com as teorias físicas da
época, como as de Chevreul, Helmholtz e Rood.
A
renovação estilística empreendida pelo impressionismo encontra algumas de suas
matrizes nos trabalhos precursores de Joseph Mallord William Turner (1775 -
1851) e John Constable (1776 - 1837), sobre cujas paisagens luminosas Monet,
Sisley e Pissarro se debruçam em passagem pela Inglaterra em 1870. Na França
são sobretudo Eugène Delacroix (1798 - 1863), e suas pesquisas de cor e luz, os
artistas da Escola de Barbizon e a defesa da pintura ao ar livre, e as
paisagens
de Jean-Baptiste-Camille Corot (1796 - 1875) e Gustave Courbet (1819 - 1877),
partidários de novas formas de registro da natureza, as principais referências
para os jovens impressionistas. Isso sem esquecer o impacto causado pelas
estampas japonesas - suas soluções formais e colorido particulares -
principalmente nos trabalhos de Degas. Éduard Manet (1832 - 1883), por sua vez,
de precursor do grupo passa a seu integrante - embora nunca tenha exposto com
eles -, sobretudo a partir de 1870, quando se volta para a pintura em espaço
aberto e aproxima-se mais diretamente de Monet, na companhia de quem registra
cenas de Argenteuil.
Se
as paisagens e naturezas-mortas
estão entre os temas preferidos dos pintores, observa-se certa variação em seu
repertório. Basta lembrar as figuras femininas de Renoir, as dançarinas e as
corridas de cavalos de Degas, os retratos
e os interiores
de Cézanne. De qualquer modo, as eleições temáticas, ainda que variáveis,
recusam os motivos históricos, mitológicos e religiosos consagrados pela tradição
acadêmica. Entre os paisagistas mais fiéis ao movimento encontram-se
Pissarro, único a participar de todas as exposições do grupo, e Monet,
comprometido com os pontos centrais da pauta impressionista até o fim da vida.
Mas se as paisagens de Monet privilegiam o movimento das águas e seus reflexos,
explorados em regatas, barcos e portos, as de Pissarro inscrevem-se nos motivos
camponeses trabalhados por Milliet, em que ocupam lugar central as terras
cultivadas, as aldeias e estradas que conduzem até elas. O impressionismo e a
renovação estilística por ele empreendida redirecionam a história da pintura
ocidental, a partir de fins do século XIX. Boa parte da produção pictórica
desde então pode ser lida como uma série de desdobramentos e reações ao
movimento, seja nas manifestações mais imediatamente ligadas a ele - por
exemplo o neo-impressionismo
de Georges Seurat (1859 - 1891) e o pós-impressionismo
de Cézanne, Vincent van Gogh (1853 - 1890) e Paul Gauguin (1848 - 1903) -, seja
nas vanguardas posteriores.
No
Brasil, ecos do impressionismo podem ser encontrados nas obras de Arthur
Timótheo da Costa (1882 - 1922), Belmiro de
Almeida (1858 - 1935), Almeida
Júnior (1850 - 1899), Castagneto
(1851 - 1900), Eliseu
Visconti (1866 - 1944) e Antônio
Parreiras (1860 - 1937) entre outros. O clareamento da paleta, a
atenção aos efeitos produzidos pelas diferentes atmosferas luminosas, a
incorporação de temas simples e afastados da eloqüência acadêmica, o uso de
pinceladas fragmentadas e descontínuas são incorporados aos poucos pelos
artistas brasileiros. No entanto, o acanhamento do ambiente artístico, a
resistência do público e das instituições às novas tendências estéticas e as
limitações impostas pela Academia
Imperial de Belas Artes - Aiba - no ensino por ela ministrado e nas
orientações que imprime ao estudo de brasileiros no exterior - dificultam um
diálogo mais fecundo entre as investigações introduzidas pelos impressionistas
e a arte realizada pelos pintores nacionais, que muitas vezes não vão além de
uma incorporação superficial das técnicas impressionistas, adaptando-as a um
olhar ainda comprometido com os padrões acadêmicos.
Características
do impressionismo nas artes plásticas:
- Ênfase nos temas da natureza, principalmente de
paisagens;
- Uso de técnicas de pintura que valorização a ação da luz
natural;
- Valorização da decomposição das cores;
- Pinceladas soltas buscando os movimentos da cena
retratada;
- Uso de efeitos de sombras coloridas e luminosas.
Características
do impressionismo na música:
- Composições que buscam retratar imagens;
- Títulos de peças que remetem a paisagens naturais;
- Melodias sensuais e etéreas.
Principais
artistas impressionistas e suas obras:
- Claude
Monet: Estuário do Sena, Impressão, Nascer do Sol, Ponte
sobre Hève na Vazante, Camille, O vestido verde, A floresta em
Fontainebleu, Mulheres no Jardim, Navio deixando o cais de Le Havre, O
molhe de Le Havre.
- Edgar
Degas: Retrato da família Bellelli, Cavalos de Corrida
numa Paisagem, Cavalos de Corrida, Retrato de duas meninas, Paisagem, A
banheira, A primeira bailarina.
- Pierre-Auguste Renoir:
Mulher com sombrinha, O Camarote, Le Moulin de la Galette , Madame
Georges Charpentier e suas filhas, Remadores em Chatou, Elizabeth e Alice
de Anvers, A dança em Bougival, Mulher amamentando, As grandes banhistas,
Menina com espigas, Menina jogando criquet, Ao piano, Odalisca, Retrato de
Claude Renoir, Banhista enxugando a perna direita.
- Édouard Manet:
Os romanos, A decadência, O bebedor de absinto, Retrato do Sr. e
Sra. Auguste Manet, O homem morto, A música na Tulheiras, Rapaz em costume
espanhol, Almoço na relva, Olympia, A ninfa surpresa, A leitura, O tocador
de pífano, A execução de Maximiliano, Retrato de Émile Zola, Berthe
Morisot de Chapéu Preto
Principais
músicos impressionistas e suas obras principais:
- Claude Debussy: Prelúdio à Tarde de um Fauno,
Estampes, Trois Images, La Mer, Sonata para Piano e Violino.
- Maurice Ravel: Jeux d'Eau, Bolero, Concerto
para Piano em Sol Maior, Quateto de Cordas em Fá Maior, Rapsódia
Espanhola.
Principais
pintores impressionistas brasileiros:
- Eliseu Visconti: Mamoeiro, Dia de Sol, Na
Alameda Teresópolis.
- Almeida Júnior: O Violeiro, Moça com livro,
Arredores do Louvre, Fuga para o Egito, O descanso do modelo, Leitura, A
Partida da Monção.
- Henrique Cavalleiro: A parisiense, Jardim de
Luxemburgo e Nu.
- Vicente do Rego Monteiro: Vaso de Flores,
Wilma, Dida, Mulher Sentada, Mulher com bola vermelha.
EXPRESSIONISMO
Surgimento
Em oposição ao
Impressionismo, o Expressionismo surge no final do século XIX com
características que ressaltam a subjetividade. Neste movimento, a intenção do
artista é de recriar o mundo e não apenas a de absorvê-lo da mesma forma que é
visto. Aqui ele se opõe à objetividade da imagem, destacando, em contrapartida,
o subjetivismo da expressão.
História e
características
Seu marco ocorreu na Alemanha, onde atingiu
vários pintores num momento em que o país atravessava um período de guerra. As
obras de arte expressionistas mostram o estado psicológico e as denúncias
sociais de uma sociedade que se considerava doente e na carência de um mundo
melhor. Pode-se dizer que o Expressionismo foi mais que uma forma de expressão,
ele foi uma atitude em prol dos valores humanos num momento em que
politicamente isto era o que menos interessava.
O principal precursor
deste movimento foi o pintor holandês Vincent Van Gogh, que, com seu estilo
único, já manifestava, através de sua arte, os primeiros sinais do
expressionismo. Ele serviu como fonte de inspiração para os pintores: Érico
Heckel, Francisco Marc, Paulo Klee, George Grosz, Max Beckmann, etc. Há ainda
muitos outros pintores, entre eles, Pablo Picasso, que também foram
influenciados por esta manifestação artística. Outro importante pintor
expressionista foi o norueguês Edvard Munch, autor da conhecida
obra O Grito.
Além de sua forte manifestação
na pintura, o expressionismo foi marcante também em outras manifestações
artísticas, tais como: literatura,
cinema, teatro, etc. Na literatura, há muitas obras que refletem a crise de
consciência que tomou conta da sociedade antes e depois da Primeira Guerra Mundial.
Na década de 40, surge
o expressionismo abstrato, este movimento foi criado em Nova York por pintores
como Pollock, de Kooning e Rothko. Aqui os estilos eram bem variados e buscavam
a liberação dos padrões estéticos que até então dominavam a arte
norte-americana.
EXPRESSIONISMO NO
BRASIL
Em
nosso país o movimento também foi importante. Podemos destacar, nas artes plásticas,
os artistas expressionistas mais importantes: Candido Portinari,
que retratou em suas telas a migração do povo nordestino para as grandes
cidades e a vida dos agricultores, operários e desfavorecidos.
Outros representantes do expressionismo
brasileiro:
·
Anita
Malfatti - pode ser considerada a artista que introduziu as
vanguardas européias em território brasileiro. Retratou em suas obras retratos
nus, cenas populares cotidianas e paisagens. Usou cores fortes e violentas em
suas obras.
·
Lasar Segall - é considerado o primeiro artista
a introduzir o expressionismo alemão em território sul-americano. Uma de suas
obras mais conhecidas é "Emigrante Navio" de 1939.
·
Osvaldo Goeldi (autor de diversas gravuras).
·
As peças teatrais de Nélson Rodrigues apresentam
significativas características do expressionismo.
FOTOGRAFIA
A primeira descrição de algo
parecido com uma máquina fotográfica foi escrita
por um árabe, Alhaken de Basora, que viveu há aproximadamente 1000 anos. Ele
descobriu como se formavam as imagens no interior de sua tenda quando a luz do
sol passava pelas frestas do tecido. Assim foram relatados os princípios do que
viria a ser a câmera fotográfica.
Câmera
significa pequeno quarto.
Mais tarde, a câmera escura, quando não existia a fotografia, era um artifício
empregado para conseguir imagens
projetadas desde o exterior e cujas siluetas eram desenhadas na referida câmera
escura. Sua existência é conhecida desde o século XVI, quando artistas como Leonardo Da
Vinci e outros pintores a usavam para desenhar.
No
século XVII, as câmeras escuras deixam de ser grandes e passaram a ser móveis,
desmontáveis e semiportáteis. Desenhar com luz, este, na verdade, era a
utilidade destes objetos, por isso o significado etimológico das palavras
gregas: foto (luz) e grafein (desenhar).
Os
irmãos franceses Jean Niceforo e Claude Niepce são os primeiros a relacionar a
imagem realizada com luz e uma câmera escura. Mas eles não foram os únicos
investigadores desta atividade, em que pese que foram os únicos a chegar ao fim
de esta prática.
Mais
tarde, o artista francês Louis Jaques Mandé Daguerre (1789 – 1851) trabalhou,
durante anos, em um sistema para conseguir que a luz incidisse sobre uma
suspensão de sais de prata,
de tal maneira que a escurecesse seletivamente e fosse capaz de produzir a
duplicação de alguma cena. Em 1839, Daguerre tinha aprendido
a dissolver os sais intatos mediante uma solução de tissulfato de sódio o que
permitia gravar permanentemente a imagem.
Mesmo
o avanço tendo sido notável, levava de 25 a 30 minutos para tirar uma
fotografia, e se houvesse sol. Mas este não era seu principal inconveniente,
senão a dificuldade de obter cópias. E foi outro inventor, William Henry Talbot
(1800 – 1877), que fazia experiências com o que chamou de calótipos, que
superou o problema em 1841. Com seus calótipos obtinham-se negativos que logo
deveriam ser passados aos positivos em outras folhas. Em 1844, foi publicado o
primeiro livro com fotografias.
A
partir de então, as investigações se concentraram em conseguir um papel para os
negativos que fosse suficientemente sensível para ser rapidamente impresso. Em
1848, um escultor inglês, Frederick Scott Archer, inventou o processo de colódio
úmido. O colódio (composto por partes iguais de éter e álcool numa solução de
nitrato e celulose) era empregado como substância ligante para fazer aderir o
nitrato de prata fotossensível à chapa de vidro que constituía a base do
negativo. A exposição era feita com o negativo úmido (esta é a origem do nome
colódio úmido). A revelação
tinha de ser feita logo após a tomada da fotografia.
Só
depois de alguns avanços científicos foram obtidas fotografias coloridas.
Gabriel Lippman foi o primeiro investigador que mediante um complexo método
conseguiu fotografar o espectro
visível com toda sua riqueza cromática. Os irmãos
Lumière também contribuíram, mas foram Luis Ducos du Hauron e Carlos
Cross as pessoas que criaram um método que consistia na impressão de três
negativos através de filtros coloridos em vermelho e azul.
HISTÓRIA
DA FOTOGRAFIA NO BRASIL
Por
volta de 1860, chega ao Brasil a técnica do colódio úmido (negativo feito sobre
placas de vidro sensibilizadas com uma solução química), que melhora a
qualidade da matriz, isto é do negativo, e faz proliferar os estúdios de
retratistas nas principais cidades brasileiras...
Em
1864, já tínhamos cerca de trinta destes artistas instalados no Rio de Janeiro.
Há famosos e obras que ainda se revelam primas. Dentre esses o alemão Revert
Henrique Klumb e Joaquim Insley Pacheco.
E
por aí seguem os sucessos do novo invento dando forma e cor definitiva à
paisagem brasileira, às praças, a elite, em registros que valem por si e pela
preservação do tempo no grato registro do documento fotográfico, ainda que os
equipamentos de então possam ser considerados rudimentares diante da alta
tecnologia e popularização das máquinas hoje dispostas nas esquinas.
Ainda
assim, é preciso sensibilidade e mesmo com todos os truques das máquinas
moderníssimas, faz-se a fotografia, mas a arte da foto resta preservada a
poucas lentes.
E
os olhos expressivos, as poses compostas, os detalhes bem demonstrados, as
palmeiras em balanço, os monumentos das cidades ou o traço simples do casario
modesto, as folhas derrubadas, o lixo aglomerado, o carvoeiro tisnado, o
instantâneo para o jornal, o improviso que alcança o incauto e o distraído, a
solenidade das festas, as roças, as obras urbanas, os folguedos populares, os
deuses e os mitos que assanham multidões, em tudo e por todos os cantos o milagre
da fotografia é capaz de desnudar, até o que restar sob as vestes seculares,
como o que possa servir de prova e estudos nos laudatórios processos que
porfiam entre si em busca da verdade do crime.
E
tudo vejo com os olhos que conhecem a floresta e são lavados pela imensidão dos
rios de água límpida, bem da cidade do povo manaós, de cuja belle époque a
fotografia registrou mitos, lendas, paragens, orgias e misérias.
Pelo
rincão do norte não faltaram o gênio e a criação, e a mesma arte fez-se nas
matas, seringais, cidades, saraus e mundanismo, pelos anos 1900, pouco antes e
além depois, em falas que mesclavam alemão, inglês, francês e português dos
lusos...
O
alemão ALBERT HENSCHEL abre escritório no Recife, em Salvador, no Rio de
Janeiro e em São Paulo, tornando-se o primeiro grande empresário da fotografia
brasileira no século XIX. Nessa época, destacam-se ainda:
·
WALTER HUNNEWELL, que faz a primeira
documentação fotográfica da Amazônia
·
MILITÃO
AUGUSTO DE AZEVEDO, primeiro a retratar sistematicamente a
transformação urbana da cidade de São Paulo.
Veja
neste site os mais importantes fotógrafos do mundo:
Em
1888, foi lançada a primeira câmera da linha KODAK,
capaz de produzir 100 fotografias com um único filme, que era revelado em
seguida pelo fabricante – com certeza isso foi o principal fator do surgimento
da fotografia de amador...
Mais
de 20 anos depois, as PRIMEIRAS
CÂMERAS KODAK CHEGAM AO BRASIL EM 1910... Só no ano de 1925 que
ocorreu o lançamento da câmera 35mm da LEICA...
1900
– NOVIDADES NA VIRADA DO SÉCULO
As
primeiras fotos da imprensa brasileira aparecem na REVISTA DA SEMANA, em 1900.
Nos anos seguintes, outros jornais e revistas intensificam o uso de
fotografias, entre eles A Cigarra, O Malho, Kosmos, A Vida Moderna, Fon-Fon,
Careta, Paratodos, entre outros.
Em
1901, CASTRO MOURA introduz o cartão postal no Brasil... Em 1910, as primeiras
câmeras KODAK chegam ao Brasil... No ano seguinte (1911), AUGUSTO MALTA
registra cenas do carnaval carioca, tornando-se o primeiro fotojornalista
brasileiro...
Grandes
formatos – Em 1924, antes da difusão da Leica, foi uma câmera de chapas que
facilitou a vida dos fotógrafos que queriam uma câmera rápida. A Ermanox,
lançada pela casa Ernemann de Dresden, traziam objetivas potentes (f1.8 e
f.2.0) que levavam chapas pancromáticas de 4,5x6cm e, com um pouco de luz,
permitia fotografar interiores, e foi utilizada pelos primeiros repórteres
fotográficos, como Erich Salomon e Felix H. Man. Outra câmera reflex muito conhecida,
anterior à II Guerra, também era alemã: a Reflex Korrelle. Depois da guerra,
todas perderiam fama e espaço para a sueca Hasselblad, de Gotemburgo, que
acomodava chapas de 6x6cm em compartimento intercambiável.
ROLLEIFLEX
– Em 1929, a Frank & Heidecke, de Braunschweig, lançou a Rolleiflex, a
precursora de inúmeras reflex de duas objetivas e filme de rolo, que logo
sofreu uma inovação que a tornou muito popular, a possibilidade de troca das
lentes para mudança de distâncias focais.
Impossível
não destacar a REVISTA SÃO PAULO, publicação do governo paulista dos anos 30.
Fundada em 1935, com publicação de projeto gráfico arrojado, que valoriza o
fotojornalismo e a fotomontagem, na qual se destacam os trabalhos de BENEDITO
JUNQUEIRA DUARTE, que assinava VAMP, e de THEODOR PREISING.
A
partir da década de 40, iniciam-se os estudos do desenvolvimento da fotografia
com a publicação do primeiro e clássico texto de GILBERTO
FERREZ, A Fotografia no Brasil, na Revista do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional, em 1946.
PROFISSIONAIS
E AMADORES
A
fotografia, desde o final do século XIX, consolidou-se como o meio tecnológico
de expressão mais popular e acessível da história. Ao lado das câmeras
profissionais, foram desenvolvidos modelos práticos, as chamadas câmeras
automáticas, que progressivamente foram eliminando “requintes” como a abertura
do diafragma e o tempo de exposição, permitindo que a atividade fotográfica
fosse dissociada do conhecimento da luz e do processo fotográfico.
No
entreguerras, a mais difundida dessas câmeras foi a OPTIMA, fabricada pela
AGFA. Em 1947, surgiu a primeira POLAROID, criada por EDWARD H. LAND, nos EUA,
permitiu que um positivo fosse obtido em 60 segundos após a exposição,
revelando o papel dentro da própria câmera e aproximando a fotografia de uma
brincadeira de criança, lúdica e divertida.
Em
1947, ocorreu o lançamento da REVISTA IRIS, a mais antiga publicação brasileira
especializada em fotografia ainda em circulação!
FIM DO 7º
ANO
8º ANO
HISTÓRIA DO DESENHO
A história do desenho
(ou “pré-história”) começa quase que ao mesmo tempo em que a do homem. Nas cavernas
ficaram gravados, por meio de desenhos,
os hábitos e experiências dos primitivos “homens das cavernas” que usavam as pinturas rupestres como
forma de se expressar e comunicar antes mesmo que se consolidasse uma linguagem
verbal.
Ao
longo dos séculos o desenho passou a ser utilizado cada vez de formas mais
diferentes. Sendo até mesmo, um precursor da linguagem escrita, da fotografia e
assim, do cinema, e até mesmo das representações cartográficas.
Ora
ilustrando templos sagrados e tumbas, como dos egípcios onde se vê relatada,
praticamente, todas as histórias da vida cotidiana e mesmo da vida após a
morte, ora representando os deuses mitológicos gregos, ou ainda, conduzindo
navegantes por mares desconhecidos como durante os séculos XV e XVI e nos
séculos posteriores, a arte de desenhar acompanhou o homem durante todo seu
desenvolvimento fazendo parte de sua história e, ainda hoje, é capaz de
surpreender e encantar a qualquer um que se permita uma breve contemplação.
Na
pré-história o desenho surgiu como forma de as pessoas se comunicarem facilitando
o desenvolvimento de uma linguagem falada e escrita. Não que o homem tenha
aprendido a desenhar antes de falar, porque isso é praticamente impossível de
determinar uma vez que a linguagem falada não deixa marcas em paredes como as
pinturas rupestres. Mas é inegável que a expressão por meio de pinturas
facilitou a comunicação para aqueles povos.
Na
antigüidade o desenho ganha status sagrado, principalmente no Egito, onde é
usado para decorar tumbas e templos. Tanto o é que, para os antigos egípcios
uma grave condenação para alguém após a morte é ter raspados todos os desenhos
e inscrições
de sua tumba. Mesopotâmicos, Chineses e povos do continente Americano
desenvolveram cada qual um sistema diferente de desenhar, com significados
próprios e que caracterizaram cada população. Da mesma forma ocorreu na
antigüidade clássica, quando gregos e romanos utilizaram o desenho para
representar seus deuses.
Já
na mesopotâmia
o desenho foi utilizado para criar representações da terra e de rotas de forma
bastante primitiva. O nascimento da representação cartográfica de rotas
comerciais e domínios ganha fôlego com a expansão do Império Romano e a
popularização de suas cartas.
Mas
um acontecimento realmente importante para todas as formas de desenho foi a
invenção do papel pelos chineses há mais de três mil anos. Até então eram
usados diferentes materiais para as representações como blocos de barro ou
argila, couro, tecidos, folhas de palmeira, pedras, ossos de baleia, papiro
(uma espécie de papel mais fibroso muito usado pelos egípcios) e até mesmo
bambu. Estima-se que por volta do ano VI a.C. os chineses já utilizassem um
papel de seda branco próprio para desenho e escrita. Mas, o papel da forma que
conhecemos hoje surgiu em 105 d.C. tendo sido mantido em segredo pelos chineses
durante quase 600 anos. A técnica, embora tenha evoluído, ainda mantém o mesmo
princípio de extração de fibras vegetais, prensagem e secagem.
Os
apetrechos utilizados para fazer o desenho também foram bem diferentes até que
se inventasse a tão comum caneta em esferográfica, em 1938. O primeiro
“utensílio” usado para desenhar foram os dedos com os quais os homens da
caverna fizeram suas pinturas rupestres, depois foram usados pelos babilônicos
pedaços de madeira ou osso em formato de cunha para desenhar em tábuas de
argila (daí o nome da escrita “cuneiforme”). Com a invenção do papiro pelos
egípcios foi necessário desenvolver outros materiais para escrita e o desenho.
Passaram então a ser utilizados madeira e ossos molhados em tinta vegetal e, depois,
as famosas penas ou ainda o carvão que já era utilizado pelo homem das
cavernas. As penas, no século XVIII, passaram a ser de metal e em 1884, Lewis
E. Watterman patenteou a caneta tinteiro, precursora das esferográficas.
Da
mesma forma que os instrumentos utilizados para o desenho evoluíam, o próprio
desenho evoluía junto. No Japão, a época mais próspera dos samurais (1192 a
1600) o desenho experimenta um grande crescimento. Os samurais além de
guerreiros se dedicavam às artes. É no Japão que foi divulgada a tinta nanquim
criada pelos chineses, ao contrário do que se costuma pensar. Uma tinta preta
bastante usada para desenhar e que era feita de um pigmento negro extraído de
compostos de carbono queimados (como o carvão).
Assim
como praticamente todas as formas tradicionais de arte, o desenho foi bastante
difundido por religiosos seja no oriente ou no ocidente. Assim, a arte mantém
ainda uma ligação com o religioso, embora no Japão tenha se popularizado a
representação da natureza e na antigüidade já se fizessem desenhos sobre a vida
e as pessoas.
É
no Renascimento que o desenho ganha perspectivas e passa a retratar mais
fielmente a realidade ao contrário do que ocorria, por exemplo, nas ilustrações
da Idade Média, quando a falta de perspectiva criava cenários completamente
impossíveis. Com o Renascimento surge também um conhecimento mais aprofundado
da anatomia humana e os desenhos ganham em realidade. Mestres da pintura na
época eram também exímios desenhistas que usavam os conhecimentos da anatomia para
dar mais realidade as imagens através do uso de sombras, proporções, luz e
cores.
Devido
a Revolução Industrial surge uma nova modalidade de desenho voltado para a
projeção de máquinas e equipamentos: o desenho industrial.
Em
1890, outro marco para o desenho: surge a primeira revista em quadrinhos
semanal da história. No dia 17 de maio de 1890 foi lançada a Comic Cuts pelo
magnata londrino Alfred Harmsworth, mais tarde Lord Northcliffe. Mas, outras
fontes atribuem o feito a obras anteriores: uma destas obras seria o desenho
chamado “Yellow Kid” publicada em 1897 por Richard Outcalt. No Brasil, as
precursoras foram as tiras do ítalo-brasileiro Ângelo Agostini, publicadas em
1869, no jornal “Vida Fluminense” com o título de “As Aventuras de Nhô Quim”.
Após
a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) as caricaturas e charges se popularizam e
sua utilização passa a ser cada vez mais freqüente. Com a Segunda Guerra
Mundial (1939-1945) não só as caricaturas em periódicos de grande circulação,
mas também as animações passam a ser utilizadas por ambos os lados numa
verdadeira “guerra visual”, seja para fazer propaganda ou para fazer críticas a
um e outro sistema.
Da
década de 90 para cá as evoluções foram enormes. Centenas de periódicos no
mundo todo tratam exclusivamente do assunto “desenho” em suas mais diversas
modalidades: cartuns, charges, desenhos técnicos, desenho artístico,
caricatura, animes, mangás, grafite e outros.
Técnicas
cada vez mais apuradas de desenho, arte final, diagramação, impressão e
distribuição possibilitaram além da melhoria da técnica, a criação de estilos
tão variados quanto é a variedade de público. E que essa história nunca
termine…
Modalidades de desenho
O desenho não é necessariamente sempre um
fim em si mesmo, podendo vir a assumir uma função ou caracterizar-se como
mediação para outro fim. Entre as várias modalidades possíveis de desenho,
incluem-se:
·
Desenho geométrico - estudo padronizado e normatizado do desenho em
duas dimensões, voltado à representação plana de entes geométricos para a
simples exibição ou resolução geométrica de problemas de Matemática.
·
Desenho
projetivo -
estudo padronizado e normatizado do desenho em duas dimensões acerca de entes
de três dimensões. É composto de variações como o desenho
técnico (representação de elementos tridimensionais em duas
dimensões, voltado primordialmente para a exibição em si), Geometria descritiva (representação de
elementos tridimensionais em duas dimensões, voltado principalmente para a
determinação da verdadeira grandeza de ângulos, distâncias e
áreas).
·
Ilustração - um tipo de desenho que pretende
expressar alguma informação, normalmente acompanhado de outras mídias, como o
texto.
·
Croquis ou esboço - um desenho rápido, normalmente feito à
mão sem a ajuda de demais instrumentos que não propriamente os de traçado e o
papel, feito com a intenção de discutir determinadas ideias gráficas ou de
simplesmente registrá-las. Normalmente são os primeiros desenhos feitos dentro
de um processo para se chegar a uma pintura ou ilustração mais detalhada. Os croquis
são muito usados por estilistas de moda.
·
Modelo vivo - ilustração feita a partir de cópia do natural,
tendo-se como tema o corpo ou a situação vivida por um modelo.
Desenhistas historicamente importantes
·
Leonardo da
Vinci - Mestre
renascentista, usava o desenho como instrumento para compreender a realidade.
·
Albrecht
Dürer - Mestre
do desenho e gravura renascentista. Seu desenho teve especial importância no
desenvolvimento da ilustração através da gravura.
·
Filippo Brunelleschi - Arquiteto renascentista, reestabeleceu
o desenho de perspectiva e o ponto de fuga esquecidos
durante a idade média.
·
Michelângelo Buonarroti - Mestre renascentista cujo desenho
expressivo não segue necessariamente a harmonia do Renascimento.
·
M. C. Escher - Mestre do desenho e da gravura cujo trabalho é
baseado em questões de percepção visual e do desenho na geometria.
DADOS SOBRE O
PAPEL E SEU FORMATO
Entes geométricos fundamentais
Os entes
geométricos fundamentais são entidades que não apresentam definição,
apesar de as pessoas geralmente saberem o que elas são (são noções primitivas). O ponto, a reta
e o plano são os três entes geométricos e os elementos fundamentais da geometria
clássica. Na matemática moderna, contudo, esses conceitos relativizam-se.
Planos podem ser pontos num espaço de dimensão superior, funções
podem ser pontos em um espaço funcional. Noutras palavras, na
matemática moderna, o que vale são as relações entre entes matemáticos.
Entretanto, o estudo de geometria clássica tem óbvias necessidades práticas e
teóricas.
Há três tipos de entes geométricos; a
linha, os polígonos e os sólidos geométricos.
O ponto é uma entidade geométrica que não
tem altura, comprimento ou largura, ou seja, é adimensional dimensões, (adimensional; adj. 2 gén., que
não tem dimensão, tamanho). Em sucessão contínua, os pontos constroem linhas.
As linhas têm uma única dimensão; o comprimento. Na disciplina de Geometria, a
recta é compreendida como um conjunto infinito de pontos. As rectas podem
intersectar-se em qualquer dos seus pontos ou com planos (também entendidos
como conjuntos infinitos de pontos).
Uma figura geométrica (polígono) é
constituída, e por isso sempre representada, através de pontos que se situam
num mesmo plano (triângulo, quadrado, rectângulo, trapézio, hexágono,
pentágono, paralelogramo, losango, etc.).
Uma figura sólida (ou sólido geométrico) é
uma figura que tem pontos de representação em diversos planos (cubo, pirâmide,
cilindro, esfera, etc.). Os sólidos geométricos têm três dimensões a saber;
altura, largura e comprimento. São por isso constituídos por vértices, que
ligam arestas, que constroem faces. Estas faces são na generalidade figuras
geométricas, excluindo-se raros casos (como a esfera). As faces dos sólidos
geométricos podem ser entendidas como planos.
Reta
Uma reta é composta por um conjunto
infinito de pontos. É uma entidade que tem apenas comprimento, ou apenas altura
ou apenas largura, ou seja, tem apenas uma dimensão,
considerada como unidimensional. Para traçar uma reta, dois pontos apenas são
necessários. Por um ponto, passam infinitas retas.
A reta é uma entidade geométrica
caracterizada pela projeção linear de um ponto no espaço. A reta também pode
ser descrita como um arco de circunferência cujo raio
é infinito. Sempre se escreve o nome da reta com letras minúsculas.
Representação da reta
A reta é representada por letras
minúsculas do nosso alfabeto ou por dois pontos com uma seta apontando para os
dois lados em cima.
Posição de uma reta no plano
Uma reta pode estar na posição Vertical,
Horizontal ou Inclinada(Diagonal).
r=vertical / s=horizontal / t=inclinada
Semi-reta
Semi-reta é uma parte da reta que tem
começo, mas não tem fim. O ponto onde a semi-reta tem início é chamado ponto de
origem.
Segmento de reta
Segmento de reta é um dos infinitos
segmentos de uma reta. É determinado por dois pontos colineares (todo par de
pontos é colinear, logo todo par de pontos pode formar um segmento de reta).
Dois ou mais segmentos de reta podem ser:
·
Consecutivos: Têm apenas um ponto em comum
·
Colineares: Estão na mesma reta
·
Adjacentes: Têm apenas um ponto em comum e estão na
mesma reta, ou seja, são Consecutivos e Colineares ao mesmo tempo.
Segmentos Consecutivos,
Adjacentes e Colineares
Plano
Plano Alfa
Um plano é uma entidade geométrica formada
por infinitas retas e infinitos pontos. Para traçar um plano, três pontos
não-alinhados são necessários. O plano tem duas dimensões, ou seja tem altura e largura ou
altura e comprimento ou largura e comprimento, por isso, é chamado de
bidimensional.
[editar] Representação
de um plano
Um plano é representado por uma letra
minúscula do alfabeto grego, geralmente α ou β ou por três pontos distintos do
plano.E por retas paralelas; apesar de não possuir nem um ponto em comum , as
retas paralelas são coplanares.
Cor-pigmento e cor-luz
Cor-luz
é a estreita faixa de frequência do espectro luminoso visível dentro da qual o
olho humano identifica determinada tonalidade de cor. Baseia-se na luz solar ou
em fontes luminosas artificiais. E é observada essencialmente nos raios
luminosos, como por exemplo, quando você vê uma lâmpada emitindo uma luz
vermelha. A cor-luz branca solar representa a própria luz capaz de se decompor
em todas as cores.
A
cor-pigmento é a cor observada no reflexo da luz em algum objeto. Diferentes
materiais refletem apenas determinadas faixas do espector visível, decompondo a
luz natural branca resultando na cor observada especificamente. A tinta é a
substância na qual pigmentos são concentrados e usados para imitar o fenômeno
da cor-luz. O pigmento surge extraído da natureza, em materiais de origem vegetal,
animal ou mineral.
Paralelamente,
não pode ser esquecido a forma como a cor surge ao olho humano e ainda a
interferência que a intensidade da luz (luminosidade) poderá ter sobre a mesma.
Cor Pigmento
O círculo de cores é a forma usual de representar a ordenação entre
cores quentes e cores frias e suas relações de proximidade e oposição.
As cores que estão em oposição no círculo são as complementares. As que
estão ao lado são as suplementares.
As cores quentes (amarelos, vermelhos, vinhos) seriam estimulantes e as
frias (verdes, azuis e roxos) seriam tranqüilizantes.
(Todas tem variações tonais para mais claro, até o branco (luz plena) e
para mais escuro, até o preto ausência de luz).
As cores RGB são as primárias de luz (síntese aditiva) e secundárias de
tinta. As CMY são as primárias de tinta (síntese subtrativa) e secundárias de
luz.
Cor Luz
TEXTURA
Textura é o aspecto de uma superfície
ou seja, a "pele" de uma forma, que permite identificá-la e
distingui-la de outras formas. Quando tocamos ou olhamos para um objeto ou
superfície sentimos se a sua pele é lisa,
rugosa,
macia, áspera ou ondulada. A textura é, por isso, uma sensação visual ou
táctil.
Aspectos visuais
Dürer imita a textura dos pelos de uma lebre em
sua pintura Lebre jovem, 1502
Quanto ao aspecto visual podemos agrupar
as texturas em:
Texturas naturais
Aquelas que resultam da intervenção
natural do meio ambiente ou que caracterizam o aspecto exterior
das formas e coisas existentes na Natureza
Ex.: Cascas de troncos de árvores, madeira, folhas, rochas, peles e outros
revestimentos de animais.
Em algumas obras de arte , a textura é o aspecto que mais se destaca.Serve para
organizar o espaço , separando zonas com diferentes texturas e para sugerir
sensações de suavidade e aspereza. Texturas Artificiais:
A criação de texturas decorativas
Na pintura decorativa de ambientes, vários
tipos de texturas podem ser aplicados a objetos, como móveis, ou a superfícies,
como paredes.
As texturas criadas são relevos feitos com
o uso de diversos tipos de material, por exemplo: massa corrida, gesso cré, massa acrílica. Podem ser
usados como instrumentos rolos de pintura, pincéis e espátulas.
Vários tipos de padrões podem ser criados,
ao gosto de cada pessoa.
Textura gráfica
Quanto à execução gráfica para obter
texturas artificiais, pode-se utilizar os seguintes processos: fricção,
impressão,
decalque e construção.
EXPRESSIONISMO
O
Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática,
subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. Utilizando cores irreais, dá
forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à
prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento. Predominância
dos valores emocionais sobre os intelectuais. Corrente artística concentrada
especialmente na Alemanhaentre 1905 e 1930.
Principais características:
•
pesquisa no domínio psicológico;
• cores
resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas;
•
dinamismo improvisado, abrupto, inesperado;
• pasta
grossa, martelada, áspera;
•
técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo,
empastando ou provocando explosões;
•
preferência pelo patético, trágico e sombrio.
OBSERVAÇÃO:
Alguns
historiadores determinam para esses pintores o movimento ”Pós Impressionista”.
Os pintores não queriam destruir os efeitos impressionistas, mas queriam
levá-los mais longe. Os três primeiros pintores abaixo estão incluídos nessa
designação.
Principais artistas:
Paul Gauguin
(1848-1903)
- Depois de passar a infância no Peru, Gauguin voltou com os pais para a
França, mais precisamente para Orléans. Em 1887 entrou para a marinha e mais
tarde trabalhou na bolsa de valores. Aos 35 anos tomou a decisão mais
importante de sua vida: dedicar-se totalmente à pintura. Começou assim uma vida
de viagens e boemia, que resultou numa produção artística singular e
determinante das vanguardas do século XX. Sua obra, longe de poder ser
enquadrada em algum movimento, foi tão singular como a de seus amigos Van Gogh
ou Cézanne. Apesar disso, é verdade que teve seguidores e que pode ser
considerado o fundador do grupo Navis, que, mais do que um conceito artístico,
representava uma forma de pensar a pintura como filosofia de vida. Suas
primeiras obras tentavam captar a simplicidade da vida no campo, algo que ele
consegue com a aplicação arbitrária das cores, em oposição a qualquer
naturalismo, como demonstra o seu famoso Cristo Amarelo. As cores se estendem
planas e puras sobre a superfície, quase decorativamente. No ano de 1891, o
pintor parte para o Taiti, em busca de novos temas, para se libertar dos
condicionamentos da Europa. Suas telas surgem carregadas da iconografia exótica
do lugar, e não faltam cenas que mostram um erotismo natural, fruto, segundo
conhecidos do pintor, de sua paixão pelas nativas. A cor adquire mais
preponderância representada pelos vermelhos intensos, amarelos, verdes e
violetas. Quando voltou a Paris, realizou uma exposição individual na galeria
de Durand-Ruel, voltou ao Taiti, mas fixou-se definitivamente na ilha
Dominique. Obra Destacada: Jovens Taitianas com Flores de Manga.
Paul Cézanne
(1839-1906)
- sua principal tendência foi converter os elementos naturais em figuras
geométricas - como cilindros, cones e esferas – que se acentuou cada vez mais,
de tal forma que se tornaria impossível para ele recriar a realidade segundo
“impressões” captadas pelos sentidos.
Na França de 1870, Cézanne era conhecido como um artista subversivo, de difícil temperamento, que quebrou com a visão estereotipada de que a obra de arte tinha de ser uma cópia da realidade.
Na França de 1870, Cézanne era conhecido como um artista subversivo, de difícil temperamento, que quebrou com a visão estereotipada de que a obra de arte tinha de ser uma cópia da realidade.
Mais do
que reproduzir, Cézanne se preocupava em interpretar as cenas ao seu redor,
violando, literalmente, a realidade do objeto. A maioria dos seus quadros
transmite uma emoção, por vezes, considerada intragável pelos críticos da
época. Colega dos principais artistas do movimento impressionista francês como
Renoir, Monet e Degas, Cézanne diferenciava-se deles por sua técnica de
construção rigorosa que mais tarde evoluiria para as formas geométricas. Sua
grande aspiração, dizia, era “fazer do impressionismo algo sólido e durável
como as artes dos museus”. A autonomia da arte, tão bem divulgada por ele, foi
a premissa básica do Cubismo de Picasso e Braque que surgiria nos primeiros anos
do século 20.
No
começo da carreira artística ele chocou o público pintando temas sensuais,
entre eles, “A Orgia” e a “Tentação de Santo Antão”, ambos pintados entre 1864
e 1868. Neste último o pintor destacava mulheres nuas com enormes nádegas As
pessoas para ele eram tidas como objetos, da mesma forma que maçãs e laranjas.
Retratar banhistas virou uma obsessão para o pintor. Irritava-se com freqüência
com os seus modelos. “Por que você se mexe? Uma maça por acaso se mexe?",
implicava.
Nos
diversos artigos que escreveu para os jornais da época, criticava o sistema
artístico estabelecido e enaltecia a arte dos pintores impressionistas, Zola
chamava Cézanne de o maior colorista do grupo. “As telas tão fortes e tão
vívidas podem até provocar risos nos burgueses, mas de qualquer forma indicam
os elementos de um grande pintor”, disse ele num artigo de 1877, publicado num
jornal de Marselha.
Não
conseguindo entrar na Escola de Belas Artes e tendo vários dos seus quadros
recusados no Grande Salão de Paris, Cézanne volta para Aix, onde se casa e tem
um filho. Passa os últimos 30 anos de sua vida, morando em diferentes cidades
do sul da França e indo eventualmente a Paris. Manteve, na década de 1880,
pouco contato com os pintores, entre eles Pisarro e Paul Gachet, artista
amador, que comprou várias de suas obras. Volta para Paris em 1874, por
insistência de Pisarro, para a primeira mostra coletiva dos pintores
impressionistas. As suas telas são as que mais despertam zombarias do público.
Tanto na “A Casa dos Enforcados” , como na “Moderna Olympia”, exibidas no Grande Salão, Cézanne já esboça a sua tendência às formas geométricas. Um exemplo do seu perfeccionismo pelas formas pode ser expresso pelos seus 60 quadros acerca do mesmo tema: o Monte Saint Victoire, próximo à Aix. Ele ficou quase 30 anos aprimorando a “geometria” da montanha em aquarelas de traços retos e vigorosos e ângulos quase perfeitos. Em outubro de 1906, foi surpreendido por uma tempestade em Aix, enquanto pintava no campo. Afetado por uma congestão pulmonar, morreu uma semana depois.
Tanto na “A Casa dos Enforcados” , como na “Moderna Olympia”, exibidas no Grande Salão, Cézanne já esboça a sua tendência às formas geométricas. Um exemplo do seu perfeccionismo pelas formas pode ser expresso pelos seus 60 quadros acerca do mesmo tema: o Monte Saint Victoire, próximo à Aix. Ele ficou quase 30 anos aprimorando a “geometria” da montanha em aquarelas de traços retos e vigorosos e ângulos quase perfeitos. Em outubro de 1906, foi surpreendido por uma tempestade em Aix, enquanto pintava no campo. Afetado por uma congestão pulmonar, morreu uma semana depois.
Vicent Van Gogh
(1853-1890)
- empenhou profundamente em recriar a beleza dos seres humanos e da natureza
através da cor, que para ele era o elemento fundamental da pintura. Foi uma
pessoa solitária. Interessou-se pelo trabalho de Gauguim, principalmente pela
sua decisão de simplificar as formas dos seres, reduzir os efeitos de luz e
usar zonas de cores bem definidas. Em 1888, deixou Paris e foi para Arles,
cidade do sul da França, onde passou a pintar ao ar livre. O sol intenso da
região mediterrânea interferiu em sua pintura, e ele libertou-se completamente
de qualquer naturalismo no emprego das cores, declarando-se um colorista
arbitrário. Apaixonou-se então pelas cores intensas e puras, sem nenhuma
matização, pois elas tinham para ele a função de representar emoções.
Entretanto ele passou por várias crises nervosas e, depois de internações e
tratamentos médicos, dirigiu-se, em maio de 1890, para Anvers, uma cidade
tranqüila ao norte da França. Nessa época, em três meses apenas, pintou cerca
de oitenta telas com cores fortes e retorcidas. Em julho do mesmo ano, ele
suicidou-se, deixando uma obra plástica composta por 879 pinturas, 1756
desenhos e dez gravuras. Enquanto viveu não foi reconhecido pelo público nem
pelo críticos, que não souberam ver em sua obra os primeiros passos em direção
à arte moderna, nem compreender o esforço para libertar a beleza dos seres por
meio de uma explosão de cores. Obras Destacadas: Trigal com Corvos e Café à
Noite.
Toulouse-Lautrec
(1864-1901)
- Pintava temas pertencentes à vida noturna de Paris, e também foi responsável
pelos cartazes das artistas que se apresentavam no Moulin Rouge. Boêmio, morreu
jovem. Obra Destacada: Ivette Guilbert que Saúda o Público.
Edvard Munch
(1863-1944)
- foi um dos primeiros artistas doséculo XX que conseguiu conceder às cores um
valor simbólico e subjetivo, longe das representações realistas. Seus quadros
exerceram grande influência nos artistas do grupo Die Brücke, que conheciam e
admiravam sua obra. Nascido em Loten, Noruega, em 1863, Munch iniciou sua
formação na cidade de Oslo, no ateliê do pintor Krogh. Realizou uma viagem a
Paris, na qual conheceu Gauguin, Toulouse-Lautrec e Van Gogh. Em seu regresso,
foi convidado a participar da exposição da Associação de Berlim. Numa segunda
viagem a Paris, começou a se especializar em gravações e litografias,
realizando trabalhos para a Ópera. Em pouco tempo pôde se apresentar no Salão
dos Independentes. A partir de 1907, morou na Alemanha, onde, além de
exposições, realizou cenários. Passou seus últimos anos em Oslo, na Noruega.
Uma de suas obras mais importantes é O Grito (1889). O Grito é um exemplo dos
temas que sensibilizaram os artistas ligados a essa tendência. Nela a figura
humana não apresenta sua linhas reais mas contorce-se sob o efeito de suas
emoções. As linhas sinuosas do céu e da água, e a linha diagonal da ponte,
conduzem o olhar do observador para a boca da figura que se abre num grito
perturbador. Perseguido pela tragédia familiar, Munch foi um artista
determinado a criar "pessoas vivas, que respiram e sentem, sofrem e
amam". Recusou o banal, as cenas interiores pacíficas, comuns na sua
época. A dor e o trágico permeiam seus quadros.
Ernst Ludwig Kirchner
(1880-1938)
- foi um dos fundadores do grupo de pintura expressionista Die Brücke.
Influenciado pelo cubismo e fauvismo, o pintor alemão deu formas geométricas às
cores e despojou-as de sua função decorativa por meio de contrastes agressivos,
com o fim de manifestar sua verdadeira visão da realidade. Tendo concluído seus
estudos de arquitetura na cidade de Dresden, Kirchner continuou sua formação na
cidade de Munique. Pouco tempo depois reuniu-se com os pintores Heckel e
Schmidt-Rottluf em Berlim, com os quais, motivados pela leitura de Nietzsche,
fundou o grupo Die Brücke (A Ponte, numa referência à frase do escritor: “...a
ponte que conduz ao super-Iníciom”). Veio então a época em que os pintores se
reuniam numa casa de veraneio em Moritzburg e se dedicavam apenas ao que mais
lhes interessava: pintar. Dessa época são os quadros mais ousados de paisagens
e nus, bem como cenas circenses e de variedades. Em 1914 Kirchner foi convocado
para a guerra, e um ano depois tentou o suicídio. Quando suas mãos se
recuperaram do ferimento, voltou a pintar ao ar livre, em sua casa ao pé dos
Alpes. Quando finalmente sua contribuição para a arte alemã foi reconhecida,
foi nomeado membro da academia de Berlim, em 1931, para seis anos mais tarde,
durante o nazismo, ver sua obra ser destruída e desprestigiada pelos órgãos de
censura. Kirchner tentou mostrar em toda a sua produção pictórica uma realidade
de pesadelo e decadência. Sensivelmente influenciado pelos desastres da guerra,
seus quadros se transformaram num amontoado neurótico de cores contrastantes e
agressivas, produto de uma profunda tristeza.No final de 1938 o pintor pôs fim
à própria vida. Suas obras mais importantes estão dispersas pelos museus de
arte moderna mais importantes da Alemanha.
Paul Klee
(1879-1940)
- considerado um dos artistas mais originais do movimento expressionista.
Convencido de que a realidade artística era totalmente diferente da observada
na natureza, este pintor dedicou-se durante a toda sua carreira a buscar o
ponto de encontro entre realidade e espírito. A exemplo de Kandinski, Klee
estudou com o mestre Von Stuck em Munique. Depois de uma viagem pela Itália,
entrou em contato com os pintores da Nova Associação de Artistas e finalmente
uniu-se ao grupo de artistas do Der Blaue Reiter. Em 1912 viajou para Paris,
onde se encontrou com Delaunay, que seria de vital importância para suas obras posteriores.
Klee escreveu: "A cor, como a forma, pode expressar ritmo e
movimento". Mas a grande descoberta ocorreria dois anos depois, em sua
primeira viagem a Túnis. As formas cúbicas da arquitetura e os graciosos
arabescos na terracota deixaram sua marca na obra do pintor. Iniciou uma fase
de grande produtividade, com quadros de caráter quase surrealista, criados,
segundo o pintor, em cima de "matéria e sonhos". Entre eles merecem
ser mencionados Anatomia de Afrodite, Demônios, Flores Noturnas e Villa R.
Depois de lutar durante dois anos na Primeira Guerra, Klee juntou-se em 1924 ao
grupo Die vier Blauen, mas antes apresentou suas obras em Paris, na primeira
exposição dos surrealistas. Paralelamente, começou a trabalhar como professor
em Dusseldorf e mais tarde na escola da Bauhaus em Weimar. Em 1933, Klee
emigrou para a Suíça. Sua última exposição em vida aconteceu em Basiléia, em
1940. Além de sua obra pictórica, Klee deixou vários trabalhos escritos que
resumem seu pensamento artístico.
Amadeo Modigliani
(1884-1920)
- iniciou sua formação como pintor no ateliê de Micheli, em Livorno, sua cidade
natal. Em 1902 entrou na Academia de Florença e um ano mais tarde na de Veneza.
Três anos depois mudou-se para Paris, onde teve aulas na academia de Colarossi.
Nessa cidade travou conhecimento com os pintores Utrillo, Picasso e Braque. Em
1908 participou do Salão dos Independentes e lá conheceu Juan Gris e Brancusi.
Produziu então suas primeiras esculturas motivado pelas peças de arte africana
chegadas à França das colônias. Esse aspecto de máscara foi uma das constantes
nos seus retratos e nus sensuais. Modigliani teve em comum com os cubistas e
expressionistas o distanciamento das academias, a revalorização da cor e o
estudo das formas puras. Sua visão tão subjetiva dos seres humanos e a
emotividade de suas cores o aproximam mais do reduzido grupo de expressionistas
franceses, composto por Rouault e Soutine. Apesar disso, pode-se muito bem
dizer que sua obra, elegante, recatada e ao mesmo tempo misteriosa, pertence,
juntamente com a dos mestres Cézanne e Van Gogh, para citar alguns, à dos
gênios solitários.
A História de Dois Amigos
Van
Gogh conheceu Gauguin poucos meses antes, em Paris, e ficará fascinado com a
personalidade arrebatadora desse artista aventureiro que acabava de voltar do
Panamá e da Martinica com uns quadros cheios de luz e de vida primitiva, como a
que ele reclamava para contra balançar "a decadência do Ocidente". Então
pedira a seu irmão Theo que o ajudasse a convencer Gauguin que fosse à Provença
morar com ele. Ali, nessa casa amarela, fundariam uma comunidade de artistas,
da qual seriam os pioneiros. Gauguin a dirigiria e novos pintores chegariam
para integrar essa confraria ou comuna fraternal, onde tudo seria partilhado,
se viveria pela e para a beleza e não existiriam a propriedade privada nem o
dinheiro. Os dois meses que Van Gogh e Gauguin passaram em Arles, entre outubro
e dezembro de 1888, são os mais misteriosos de suas biografias. Véspera de
Natal de 1888, uma discussão no Café Estação, enquanto bebiam absinto, termina
de modo abrupto: o holandês lança sua taça contra o amigo, que mal se desvia
dela. No dia seguinte lhe comunica a intenção de mudar-se para um hotel pois,
lhe diz, caso o episódio se repetisse, ele poderia reagir com igual violência e
apertar-lhe o pescoço. Ao anoitecer, quando está atravessando o Parque Victor
Hugo, Gauguin sente passos às suas costas. Volta-se e vê Van Gogh com uma
navalha na mão, que, ao se sentir descoberto, foge. Guaguin vai passar a noite
num hotelzinho próximo. Às 7 da manhã volta à Casa Amarela, em Arles e a
descobre rodeada de vizinhos e policiais. Na véspera, depois do incidente no
parque, Van Gogh havia cortado parte da orelha esquerda, levando-a, embrulhada
num jornal a Rachel, prostituta com quem Van Gogh saia, no bordel de madame
Virginie. Depois havia voltado ao seu quarto e ido dormir em meio a um mar de
sangue. Gauguin e os policias o transferem para o Hotel Dieu e Gauguin parte
para Paris na mesma noite.
Embora
nunca voltassem a ver-se, nos meses seguintes, enquanto Van Gogh permanecia um
ano inteiro no sanatório de Saint Rémy, os amigos de Arles trocaram algumas
cartas, nas quais o episódio da mutilação da orelha e suas experiências em
Arles primam pela ausência. 'Quando do suicídio de Van Gogh, um ano e meio
depois, com uma bala de revólver no estômago, em Auvers-sur-Oise, Gauguin fará
um comentário brevíssimo e ríspido, como se tratasse de alguém muito alheio a
ele ("Foi uma sorte para ele, o fim de seus sofrimentos."). E nos
anos seguintes evitará falar do holandês, como que assediado por um incômodo
permanente. No entanto, é óbvio que não o esqueceu, que essa ausência esteve
muito presente nos 15 anos de vida que lhe restavam, talvez de um modo que nem
sequer foi sempre consciente. Por que se empenhou em semear girassóis diante de
sua cabana em Punaauia, no Taiti, quando todo mundo lhe garantira que essa flor
exótica nunca havia conseguido aclimatar-se na Polinésia? Mas o "selvagem
peruano", como gostava de se chamar, era teimoso e pediu sementes a seu
amigo Daniel de Monfreid, e trabalhou a terra com tal perseverança que afinal
seus vizinhos indígenas e os missionários daquele lugar perdido, Punaauia,
puderam deleitar-se com aquelas estranhas flores amarelas que acompanhavam a
trajetória do Sol.
MODERNISMO NO BRASIL
O modernismo brasileiro foi um
amplo movimento cultural que repercutiu fortemente sobre a cena artística e a
sociedade brasileira
na primeira metade do século XX, sobretudo no campo da literatura
e das artes plásticas. Comparado a outros movimentos
modernistas, o brasileiro foi desencadeado tardiamente, na década de
1920. Este foi resultado, em grande parte, da assimilação de
tendências culturais e artísticas lançadas pelas vanguardas europeias no
período que antecedeu a Primeira Guerra Mundial, tendo como
exemplo do Cubismo
e do Futurismo,
refletindo, então, na procura da abolição de todas as regras anteriores e a
procura da novidade e da velocidade. Contudo, pode-se dizer que a assimilação
dessas ideias europeias deu-se de forma seletiva, rearranjando elementos
artísticos de modo a ajustá-los às singularidades culturais brasileiras.
Considera-se a Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo, em 1922, como ponto de
partida do modernismo no Brasil. Porém, nem todos os participantes desse evento
eram modernistas: Graça Aranha, um pré-modernista, por exemplo,
foi um dos oradores. Não sendo dominante desde o início, o modernismo, com o
tempo, suplantou os anteriores. Foi marcado, sobretudo, pela liberdade de
estilo e aproximação com a linguagem falada, sendo os da primeira fase mais
radicais em relação a esse marco. Didaticamente, divide-se o Modernismo em três
fases: a primeira fase, mais radical e fortemente oposta a tudo que foi
anterior, cheia de irreverência e escândalo; uma segunda mais amena, que formou
grandes romancistas e poetas; e uma terceira, também chamada Pós-Modernismo
por vários autores, que se opunha de certo modo a primeira e era por isso
ridicularizada com o apelido de neoparnasianismo.
|
Cartaz anunciando o último dia da Semana de Arte Moderna
A Primeira Fase do Modernismo foi
caracterizada pela tentativa de definir e marcar posições, sendo ela rica em
manifestos e revistas de circulação efêmera. Havia a busca pelo moderno,
original e polêmico, com o nacionalismo em suas múltiplas facetas. A volta das
origens, através da valorização do indígena e a língua falada pelo povo, também
foram abordados. Contudo, o nacionalismo foi empregado de duas formas
distintas: a crítica, alinhado a esquerda política através da denúncia da
realidade, e a ufanista, exagerado e de extrema direita. Devido à necessidade
de definições e de rompimento com todas as estruturas do passado foi a fase
mais radical, assumindo um caráter anárquico e destruidor. Um mês depois da
Semana de Arte Moderna, o Brasil vivia dois momentos de grande importância
política: as eleições presidenciais e o congresso de fundação do Partido Comunista em Niterói.
Em 1926,
surge o Partido Democrático, sendo Mário de
Andrade um de seus fundadores. A Ação Integralista Brasileira, movimento
nacionalista radical, também vai ser fundado, em 1932, por Plínio
Salgado.
Manifestos e revistas
Revista Klaxon — Mensário de Arte Moderna (1922-1923)
Capa da Revista Klaxon
Recebe este nome do termo usado para
designar a buzina externa dos automóveis. Primeiro periódico modernista, é
conseqüência das agitações em torno da Semana de Arte Moderna. Inovadora em
todos os sentidos: gráfico, existência de publicidade, oposição entre o velho e
o novo.
Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924-1925)
Escrito por Oswald e publicado
inicialmente no Correio da Manhã. Em 1925, é republicado como
abertura do livro de poesias Pau-Brasil, de Oswald. Apresenta uma
proposta de literatura vinculada à realidade brasileira, a partir de uma
redescoberta do Brasil.
Verde-Amarelismo ou Escola da Anta (1926-1929)
Grupo formado por Plínio Salgado, Menotti
del Picchia, Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo em resposta ao
nacionalismo do Pau-Brasil, criticando-se o “nacionalismo afrancesado” de
Oswald. Sua proposta era de um nacionalismo primitivista, ufanista,
identificado com o fascismo, evoluindo para o Integralismo.
Idolatria do tupi
e a anta
é eleita símbolo nacional. Em maio de 1929, o grupo
verde-amarelista publica o manifesto "Nhengaçu Verde-Amarelo — Manifesto
do Verde-Amarelismo ou da Escola da Anta".
Manifesto Regionalista de 1926
1925 e 1930 é um período marcado pela
difusão do Modernismo pelos estados brasileiros. Nesse sentido, o Centro
Regionalista do Nordeste (Recife).Presidido
por Gilberto Freire busca desenvolver o sentimento de unidade do Nordeste nos
novos moldes modernistas. Propõem trabalhar em favor dos interesses da região,
além de promover conferências, exposições de arte, congressos etc. Para tanto,
editaram uma revista. Vale ressaltar que o regionalismo nordestino conta com
Graciliano Ramos, Alfredo Pirucha, José Lins do Rego, José Américo de Almeida,
Rachel de Queiroz, Jorge Amado e João Cabral, em 1926.
Revista de Antropofagia (1928-1929)
É a nova etapa do Pau-Brasil, sendo
resposta a Escola da Anta. Seu nome origina-se da tela Abaporu
(O que come) de Tarsila do Amaral.
O Antropofagismo foi caracterizado pela
assimilação (“deglutição”) crítica às vanguardas e culturas europeias, com o
fim de recriá-las, tendo em vista o redescobrimento do Brasil em sua
autenticidade primitiva. Contou com duas fases, sendo a primeira com dez
números (1928
– 1929),
sob direção de Antônio Alcântara Machado e gerência de Raul Bopp, e a segunda
publicada semanalmente em 16 números no jornal Diário do Rio
de Janeiro em 1929, tendo como secretário Geraldo Ferraz.
Primeira fase
Iniciado pelo polêmico manifesto de
Oswald, conta com Alcântara Machado, Mário de Andrade (com a publicação de um
capítulo de Macunaíma em seu 2º número), Carlos Drummond (3º número,
publicou a poesia No meio do caminho);
além de desenhos de Tarsila, artigos em favor da língua tupi de Plínio Salgado
e poesias de Guilherme de Almeida.
Segunda fase
Mais definida ideologicamente, foi
iniciada pela ruptura dos Andrades. Nesta fase, há a participação de Oswald,
Bopp, Geraldo Ferraz, Oswaldo Costa, Tarsila, Patrícia Galvão Pagu. Os
alvos das críticas são Mário de Andrade, Alcântara Machado, Graça Aranha,
Guilherme de Almeida, Menotti del Picchia, Plínio Salgado e outros.
Segunda geração (1930-1945)
Estendendo-se de 1930 a 1945, a segunda fase foi
rica na produção poética e, também, na prosa. O universo temático amplia-se com
a preocupação dos artistas com o destino do Homem e no estar-no-mundo. Ao
contrário da sua antecessora, foi construtiva. Não sendo uma sucessão brusca, a
poesia da geração de 22 e 30 foram contemporâneas. A maioria dos poetas de 30
absorveram experiências de 22, como a liberdade temática, o gosto da expressão
atualizada ou inventiva, o verso livre e o antiacademicismo. Portanto, ela
não precisou ser tão combativa quanto a de 22, devido ao encontro de uma
linguagem poética modernista já estruturada. Passara, então, a aprimorá-la,
prosseguindo a tarefa de purificação de meios e formas direcionando e ampliando
a temática da inquietação filosófica e religiosa, com Vinícius de Moraes, Jorge
de Lima, Augusto Frederico Schmidt, Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade.
A prosa, por sua vez, alargava a sua área de interesse ao incluir preocupações
novas de ordem política, social, econômica, humana e espiritual. A piada foi
sucedida pela gravidade de espírito, a seriedade da alma, propósitos e meios.
Essa geração foi grave, assumindo uma postura séria em relação ao mundo, por
cujas dores, considerava-se responsável. Também caracterizou o romance dessa época,
o encontro do autor com seu povo, havendo uma busca do homem brasileiro em
diversas regiões, tornando o regionalismo importante. A Bagaceira,
de José Américo de Almeida, foi o primeiro
romance nordestino. Rachel de Queiroz, Jorge Amado, José Lins do Rego, Érico
Verissimo, Graciliano Ramos e outros escritores criaram um estilo novo,
completamente moderno, totalmente liberto da linguagem tradicional, nos quais
puderam incorporar a real linguagem regional, as gírias locais. O humor quase
piadístico de Drummond receberia influências de Mário e Oswald de Andrade.
Vinícius, Cecília, Jorge de Lima e Murilo Mendes apresentaram certo
espiritualismo que vinha do livro de Mário Há uma Gota de Sangue em Cada Poema
(1917). A
consciência crítica estava presente, e mais do que tudo, os escritores da
segunda geração consolidaram em suas obras questões sociais bastante graves: a
desigualdade social, a vida cruel dos retirantes, os resquícios de escravidão,
o coronelismo, apoiado na posse das terras - todos problemas sociopolíticos que
se sobreporiam ao lado pitoresco das várias regiões retratadas.
Terceira geração (1945-1978)
Com a transformação do cenário sócio-político
do Brasil, a literatura também transformou-se: O fim da Era Vargas,
a ascensão e queda do Populismo, a Ditadura Militar, e o contexto da Guerra Fria,
foram, portanto, de grande influência na Terceira Fase. Na prosa, tanto no
romance quanto no conto, houve a busca de uma literatura intimista, de sondagem
psicológica e introspectiva, tendo como destaque Clarice
Lispector. O regionalismo, ao mesmo tempo, ganha uma nova dimensão
com a recriação dos costumes e da fala sertaneja com Guimarães Rosa, penetrando
fundo na psicologia do jagunço do Brasil central. A pesquisa da linguagem
foi um traço caraterísticos dos autores citados, sendo eles chamados de
instrumentalistas. A geração de 45 surge com poetas opositores das
conquistas e inovações modernistas de 22, o que faz com que, na concepção de
muitos estudiosos(como Tristão de Athayde e Ivan Junqueira), esta geração seja
tratada como pós-modernista. A nova proposta, inicialmente, é defendida pela
revista Orfeu em 1947. Negando a liberdade
formal, as ironias, as sátiras e outras características modernistas, os poetas
de 45 buscaram uma poesia mais “equilibrada e séria”, tendo como modelos os
Parnasianos e Simbolistas. No início dos anos 40, surgem dois poetas
singulares, não filiados esteticamente a nenhuma tendência: João Cabral de Melo
Neto e Lêdo Ivo. Estes considerados por muitos os mais importantes
representantes da geração de 45.
SEMANA DE ARTE MODERNA
A Semana de Arte Moderna, também
chamada de Semana de 22, ocorreu em São Paulo no ano de 1922, nos dias 13,
15
e 17 de
fevereiro, no Teatro Municipal.
Cada dia da semana foi dedicado a um tema:
respectivamente, pintura
e escultura,
poesia,
literatura
e música.
O presidente do estado de São
Paulo à época, Washington
Luís, apoiou o movimento, especialmente por meio de René
Thiollier, que solicitou patrocínio para trazer os artistas do Rio de Janeiro Plínio
Salgado e Menotti Del Pichia, membros de seu partido, o Partido Republicano Paulista.
A Semana de Arte Moderna representou uma
verdadeira renovação de linguagem, na busca de experimentação, na liberdade
criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois a arte passou então da vanguarda,
para o modernismo.
O evento marcou época ao apresentar novas ideias e conceitos artísticos, como a
poesia
através da declamação, que antes era só escrita; a música por meio de
concertos, que antes só havia cantores sem acompanhamento de orquestras sinfônicas; e a arte plástica
exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura,
com desenhos arrojados e modernos. O adjetivo "novo" passou a ser
marcado em todas estas manifestações que propunha algo no mínimo curioso e de
interesse.
Participaram da Semana nomes consagrados
do modernismo brasileiro, como Mário de Andrade, Oswald de
Andrade, Víctor Brecheret, Plínio
Salgado, Anita Malfatti, Menotti Del Pichia, Guilherme de Almeida, Sérgio
Milliet, Heitor Villa-Lobos, Tarsila do
Amaral, Tácito de Almeida, Di Cavalcanti
entre outros, e como um dos organizadores o intelectual Rubens Borba de Moraes que, entretanto,
por estar doente, dela não participou.
Origens
A Semana de Arte Moderna ocorreu em uma
época cheia de turbulências políticas, sociais, econômicas e culturais. As
novas vanguardas
estéticas surgiam e o mundo se espantava com as novas linguagens desprovidas de
regras. Alvo de críticas e em parte ignorada, a Semana não foi bem entendida em
sua época. A Semana de Arte Moderna se encaixa no contexto da República
Velha, controlada pelas oligarquias cafeeiras e pela política do café com leite. O capitalismo
crescia no Brasil,
consolidando a República e a elite paulista, esta totalmente influenciada pelos
padrões estéticos europeus mais tradicionais.
Seu objetivo era renovar o ambiente
artístico e cultural da cidade com "a perfeita demonstração do que há em
nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista
rigorosamente atual", como informava o Correio Paulistano, órgão do partido governista
paulista, em 29 de janeiro de 1922.
Vanguardas europeias
A nova intelectualidade brasileira dos
anos 10-20 viu-se em um momento de necessidade de abandono dos antigos ideais
estéticos do século XIX ainda em moda no país. Havia algumas
notícias sobre as experiências estéticas que ocorriam na Europa no momento, mas
ainda não se tinha certeza do que estava acontecendo e quais seriam os rumos a
se tomar.
O principal foco de descontentamento com a
ordem estética estabelecida se dava no campo da literatura
(e da poesia,
em especial). Exemplares do Futurismo italiano chegavam ao país e começavam a influenciar
alguns escritores, como Oswald de Andrade e Guilherme de Almeida.
A jovem pintora Anita
Malfatti voltava da Europa trazendo a experiência das novas
vanguardas, e em 1917
realiza a que foi chamada de primeira exposição modernista brasileira, com
influências do cubismo,
expressionismo
e futurismo. A exposição causa escândalo e é alvo de duras críticas de Monteiro Lobato,
o que foi o estopim para que a Semana de Arte Moderna tivesse o sucesso que,
com o tempo, ganhou.
Antecedentes
Alguns eventos que direta ou indiretamente
motivaram a realização da Semana de 1922, mudando as atitudes dos jovens
artistas modernistas:
·
1912.
Oswald de Andrade retorna da Europa, impregnado
do Futurismo
de Marinetti,
e afirmando que “estamos atrasados cinquenta anos em cultura, chafurdados ainda
em pleno Parnasianismo”.
·
1913.
Lasar Segall,
pintor lituano, realiza “a primeira exposição de pintura não acadêmica em nosso
país”, nas palavras de Mário de Andrade.
·
1914.
Primeira exposição de pintura de Anita
Malfatti, que retorna da Europa trazendo influências
pós-impressionistas.
·
1917.
– Mário de Andrade e Oswald de
Andrade, os dois grandes líderes da primeira geração de nosso Modernismo,
se tornam amigos.
o
Publicação
de Há uma gota de sangue em cada poema; livro de poemas de Mário de Andrade, que utilizou o pseudônimo Mário
Sobral para assinar essa obra pacifista, protestando contra a Primeira Guerra Mundial.
o
Publicação
de Moisés e Juca Mulato, poemas regionalistas de Menotti Del Pichia, que conseguem sucesso junto
ao público.
o
Publicação
de A cinza das horas, de Manuel
Bandeira.
o
O
músico francês Darius Milhaud, que vive no Rio de Janeiro e
entusiasma-se com maxixe, samba e os chorinhos de Ernesto
Nazareth, se encontra com Villa-Lobos.
O então jovem compositor, já impressionado com a descoberta de Stravinski,
entra em contato com a moderna música francesa.
o
Segunda
exposição de Anita Malfatti, exibindo quadros
expressionistas, criticados com dureza por Monteiro
Lobato, no artigo “Paranoia ou mistificação?”, publicado no
jornal O Estado de S. Paulo, Esse artigo é considerado o “estopim”
de nosso modernismo,
já que provocou a união dos jovens artistas, levando-os a discutir a
necessidade de divulgar coletivamente o movimento.
·
1919.
Publicação de Carnaval, de Manuel
Bandeira, já com versos livres.
Palácio Trianon e Túnel 9 de Julho.
·
1921.
Banquete no Palácio Trianon, em
homenagem ao lançamento de As máscaras, de Menotti Del Picchia, Oswald de
Andrade faz um discurso, afirmando a chegada da revolução modernista
em nosso país.
·
Exposições
de quadros de Vicente do Rego Monteiro, em Recife e no
Rio de Janeiro, explorando a temática indígena.
·
Mostra
de desenhos e caricaturas de Di Cavalcanti,
denominada “Fantoches da Meia-noite”, na cidade de São Paulo.
·
Oswald de
Andrade, Menotti Del Picchia, Cândido Mota Filho e Mário de Andrade divulgam o Modernismo, em
revistas e jornais.
·
Mário de Andrade escreve a série Os mestres
do passado, analisando esteticamente a poesia parnasiana que estava no auge
da reputação literária e mostrando a necessidade de superá-la, porque a sua
missão já foi cumprida.
·
Oswald de
Andrade publica um artigo sobre os poemas de Mário de Andrade, intitulando-o “O meu poeta
futurista”. A partir de então, apesar da recusa de Mário de Andrade em aceitar a designação, a
palavra “futurismo” passa a ser utilizada indiscriminadamente para toda
e qualquer manifestação de comportamento modernista, em tom na maioria das
vezes pejorativo. Em contrapartida, os modernistas.
A
Semana
A Semana, de
uma certa maneira, nada mais foi do que uma ebulição de novas ideias totalmente
libertadas, nacionalista em busca de uma identidade própria e de uma maneira
mais livre de expressão. Não se tinha, porém, um programa definido: sentia-se
muito mais um desejo de experimentar diferentes caminhos do que de definir um
único ideal moderno.
·
13 de
fevereiro (Segunda-feira) - Casa cheia, abertura oficial do evento.
Espalhadas pelo saguão do Teatro Municipal de São Paulo, várias pinturas e
esculturas provocam reações de espanto e repúdio por parte do público. O
espetáculo tem início com a confusa conferência de Graça Aranha,
intitulada "A emoção estética da Arte Moderna". Tudo transcorreu em
certa calma neste dia.
·
15 de
fevereiro (Quarta-feira) - Guiomar
Novais era para ser a grande atração da noite. Contra a vontade dos
demais artistas modernistas, aproveitou um intervalo do espetáculo para tocar
alguns clássicos consagrados, iniciativa aplaudida pelo público. Mas a
"atração" dessa noite foi a palestra de Menotti del Picchia sobre a arte estética.
Menotti apresenta os novos escritores dos novos tempos e surgem vaias e
barulhos diversos (miados, latidos, grunhidos, relinchos…) que se alternam e
confundem com aplausos. Quando Ronald de Carvalho lê o poema intitulado Os
Sapos de Manuel Bandeira, (poema criticando abertamente
o parnasianismo
e seus adeptos) o público faz coro atrapalhando a leitura do texto. A noite
acaba em algazarra. Ronald teve de declamar o poema pois Bandeira estava
impedido de fazê-lo por causa de uma crise de tuberculose.
·
17 de
fevereiro (Sexta-feira) - O dia mais tranquilo da semana,
apresentações musicais de Villa-Lobos, com participação de vários
músicos. O público em número reduzido, portava-se com mais respeito, até que Villa-Lobos
entra de casaca, mas com um pé calçado com um sapato, e outro com chinelo; o
público interpreta a atitude como futurista e desrespeitosa e vaia o artista
impiedosamente. Mais tarde, o maestro explicaria que não se tratava de modismo
e, sim, de um calo inflamado…
Desdobramentos
Vale
ressaltar, que a Semana em si não teve grande importância em sua época, foi com
o tempo que ganhou valor histórico ao projetar-se ideologicamente ao longo do
século. Devido à falta de um ideário comum a todos os seus participantes, ela
desdobrou-se em diversos movimentos diferentes, todos eles declarando levar
adiante a sua herança.
Ainda assim,
nota-se até as últimas décadas do Século XX a influência da Semana de 1922,
principalmente no Tropicalismo e na geração da Lira Paulistana
nos anos 70 (Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, entre outros). O próprio nome
Lira Paulistana é tirado de uma obra de Mário de Andrade.
Mesmo a Bossa Nova
deve muito à turma modernista, pela sua lição peculiar de
"antropofagia", traduzindo a influência da música popular
norte-americana à linguagem brasileira do samba e do baião.
Entre os movimentos
que surgiram na década de 1920, destacam-se:
A principal
forma de divulgação destas novas ideias se dava através das revistas.
Entre as que se destacam, encontram-se:
FIM DO 8º ANO
9º ANO
DADOS SOBRE O
PAPEL E SEU FORMATO
Entes geométricos fundamentais
Os entes
geométricos fundamentais são entidades que não apresentam definição,
apesar de as pessoas geralmente saberem o que elas são (são noções primitivas). O ponto, a reta
e o plano são os três entes geométricos e os elementos fundamentais da geometria
clássica. Na matemática moderna, contudo, esses conceitos relativizam-se.
Planos podem ser pontos num espaço de dimensão superior, funções
podem ser pontos em um espaço funcional. Noutras palavras, na
matemática moderna, o que vale são as relações entre entes matemáticos.
Entretanto, o estudo de geometria clássica tem óbvias necessidades práticas e
teóricas.
Há três tipos de entes geométricos; a
linha, os polígonos e os sólidos geométricos.
O ponto é uma entidade geométrica que não
tem altura, comprimento ou largura, ou seja, é adimensional dimensões, (adimensional; adj. 2 gén., que
não tem dimensão, tamanho). Em sucessão contínua, os pontos constroem linhas.
As linhas têm uma única dimensão; o comprimento. Na disciplina de Geometria, a
recta é compreendida como um conjunto infinito de pontos. As rectas podem
intersectar-se em qualquer dos seus pontos ou com planos (também entendidos
como conjuntos infinitos de pontos).
Uma figura geométrica (polígono) é
constituída, e por isso sempre representada, através de pontos que se situam
num mesmo plano (triângulo, quadrado, rectângulo, trapézio, hexágono,
pentágono, paralelogramo, losango, etc.).
Uma figura sólida (ou sólido geométrico) é
uma figura que tem pontos de representação em diversos planos (cubo, pirâmide,
cilindro, esfera, etc.). Os sólidos geométricos têm três dimensões a saber;
altura, largura e comprimento. São por isso constituídos por vértices, que
ligam arestas, que constroem faces. Estas faces são na generalidade figuras
geométricas, excluindo-se raros casos (como a esfera). As faces dos sólidos
geométricos podem ser entendidas como planos.
Reta
Uma reta é composta por um conjunto
infinito de pontos. É uma entidade que tem apenas comprimento, ou apenas altura
ou apenas largura, ou seja, tem apenas uma dimensão,
considerada como unidimensional. Para traçar uma reta, dois pontos apenas são
necessários. Por um ponto, passam infinitas retas.
A reta é uma entidade geométrica
caracterizada pela projeção linear de um ponto no espaço. A reta também pode
ser descrita como um arco de circunferência cujo raio
é infinito. Sempre se escreve o nome da reta com letras minúsculas.
Representação da reta
A reta é representada por letras
minúsculas do nosso alfabeto ou por dois pontos com uma seta apontando para os
dois lados em cima.
Posição de uma reta no plano
Uma reta pode estar na posição Vertical,
Horizontal ou Inclinada(Diagonal).
r=vertical / s=horizontal / t=inclinada
Semi-reta
Semi-reta é uma parte da reta que tem
começo, mas não tem fim. O ponto onde a semi-reta tem início é chamado ponto de
origem.
Segmento de reta
Segmento de reta é um dos infinitos
segmentos de uma reta. É determinado por dois pontos colineares (todo par de
pontos é colinear, logo todo par de pontos pode formar um segmento de reta).
Dois ou mais segmentos de reta podem ser:
·
Consecutivos: Têm apenas um ponto em comum
·
Colineares: Estão na mesma reta
·
Adjacentes: Têm apenas um ponto em comum e estão na
mesma reta, ou seja, são Consecutivos e Colineares ao mesmo tempo.
Segmentos Consecutivos,
Adjacentes e Colineares
Plano
Plano Alfa
Um plano é uma entidade geométrica formada
por infinitas retas e infinitos pontos. Para traçar um plano, três pontos
não-alinhados são necessários. O plano tem duas dimensões, ou seja tem altura e largura ou
altura e comprimento ou largura e comprimento, por isso, é chamado de
bidimensional.
[editar] Representação
de um plano
Um plano é representado por uma letra
minúscula do alfabeto grego, geralmente α ou β ou por três pontos distintos do
plano.E por retas paralelas; apesar de não possuir nem um ponto em comum , as
retas paralelas são coplanares.
Cor-pigmento e cor-luz
Cor-luz
é a estreita faixa de frequência do espectro luminoso visível dentro da qual o
olho humano identifica determinada tonalidade de cor. Baseia-se na luz solar ou
em fontes luminosas artificiais. E é observada essencialmente nos raios
luminosos, como por exemplo, quando você vê uma lâmpada emitindo uma luz
vermelha. A cor-luz branca solar representa a própria luz capaz de se decompor
em todas as cores.
A
cor-pigmento é a cor observada no reflexo da luz em algum objeto. Diferentes
materiais refletem apenas determinadas faixas do espector visível, decompondo a
luz natural branca resultando na cor observada especificamente. A tinta é a
substância na qual pigmentos são concentrados e usados para imitar o fenômeno
da cor-luz. O pigmento surge extraído da natureza, em materiais de origem
vegetal, animal ou mineral.
Paralelamente,
não pode ser esquecido a forma como a cor surge ao olho humano e ainda a
interferência que a intensidade da luz (luminosidade) poderá ter sobre a mesma.
Cor Pigmento
O círculo de cores é a forma usual de representar a ordenação entre
cores quentes e cores frias e suas relações de proximidade e oposição.
As cores que estão em oposição no círculo são as complementares. As que
estão ao lado são as suplementares.
As cores quentes (amarelos, vermelhos, vinhos) seriam estimulantes e as
frias (verdes, azuis e roxos) seriam tranqüilizantes.
(Todas tem variações tonais para mais claro, até o branco (luz plena) e
para mais escuro, até o preto ausência de luz).
As cores RGB são as primárias de luz (síntese aditiva) e secundárias de
tinta. As CMY são as primárias de tinta (síntese subtrativa) e secundárias de
luz.
Cor Luz
ABSTRACIONISMO
Introdução
Arte
abstrata ou abstracionismo é um estilo artístico moderno em que os objetos ou
pessoas são representados, em de pinturas ou esculturas, através de formas
irreconhecíveis. O formato tradicional (paisagens e realismo) é deixado de lado
na arte abstrata.
Origem
A
arte abstrata surgiu no começo do século XX, na Europa, no contexto do
movimento de Arte Moderna. O precursor da arte abstrata foi o artista russo
Kandinsky. Com suas pinceladas rápidas de cores fortes, transmitindo um
sentimento violento, Kandinsky marcou seu estilo abstracionista.
Outro
artista que ganhou grande destaque no cenário da arte abstrata do começo do
século XX foi o holandês Piet Mondrian.
Reações
contrárias
Quando
a arte abstrata surgiu no começo do século XX, provocou muita polêmica e
indignação. A elite européia ficou chocada com aqueles formatos considerados
“estranhos” e de mau gosto. A arte abstrata quebrou com o tradicionalismo, que
buscava sempre a representação realista da vida e das coisas, tentando imitar
com perfeição a natureza.
Estilo
Na
arte abstrata o artista trabalha muito com conceitos, intuições e sentimentos,
provocando nas pessoas, que visualizam a obra, uma série de interpretações.
Portanto, na arte abstrata, uma mesma obra de arte pode ser vista, sentida e
interpretada de várias formas.
Arte
Abstrata no Brasil
No
Brasil, a arte abstrata ganhou força a partir da I Bienal de São Paulo (1951).
Entre os artistas brasileiros de arte abstrata, podemos destacar: Antônio
Bandeira, Ivan Serpa, Iberê Camargo, Manabu Mabe, Valdemar Cordeiro, Lígia
Clarck e Hélio Oiticica. Estes dois últimos fizeram parte do neoconcretismo.
ABSTRACIONISMO GEOMÉTRICO
A arte
abstrata tende a suprimir toda a relação entre a realidade e o quadro, entre as
linhas e os planos, as cores e a significação que esses elementos podem sugerir
ao espírito. Quando a significação de um quadro depende essencialmente da cor e
da forma, quando o pintor rompe os últimos laços que ligam a sua obra à
realidade visível, ela passa a ser abstrata. Abstracionismo Geométrico ou
Formal, as formas e as cores devem ser organizadas de tal maneira que a
composição resultante seja apenas a expressão de uma concepção geométrica.
Neoplasticismo,
seu criador e principal teórico foi Piet Mondrian. Onde as cores e as formas
são organizadas de maneira que a composição resulte apenas na expressão de uma
concepção geométrica. Resulta às linhas verticais e horizontais e às cores
puras (vermelho, azul e amarelo). O ângulo reto é o símbolo do movimento, sendo
rigorosamente aplicado à arquitetura.
Piet Mondrian
(1872-1944),
pintor holandês. Depois de haver participado da arte cubista, continua
simplificando suas formas até conseguir um resultado, baseado nas proporções
matemáticas ideais, entre as relações formais de um espaço estudado. O artista
utiliza, como elemento de base, uma superfície plana, retangular e as três cores
primárias com um pouco de preto e branco. Essas superfícies coloridas são
distribuídas e justapostas buscando uma arte pura. Segundo Mondrian, cada
coisa, seja uma casa, seja uma árvore ou uma paisagem, possui uma essência que
está por tráz de sua aparência. E as coisas, em sua essência, estão em harmonia
no universo. O papel do artista, para ele, seria revelar essa essência oculta e
essa harmonia universal.
Ele
procura, pesquisa e consegue um equilíbrio perfeito da composição, despojado de
todo excesso da cor, da linha ou da forma. Em 1940, Mondrian foi para Nova
York, onde realizou a última fase de sua obra: desapareceram as barras negras e
o quadro ficou dividido em múltiplos retângulos de cores vivas. É a série dos
quadros boogie-woogie.
Suprematismo, é uma pintura com base nas formas geométricas planas, sem qualquer preocupação de representação. Os elementos principais são: retângulo, círculo, triângulo e a cruz. O manifesto do Suprematismo, assinado por Malevitch e Maiakovski, poeta russo, foi um dos principais integrantes do movimento futurista em seu país, defendia a supremacia da sensibilidade sobre o próprio objeto. Mais racional que as obras abstratas de Kandisky e Paul Klee, reduz as formas, à pureza geométrica do quadrado. Suas características são rígidas e se baseiam nas relações formais e perceptivas entre a forma e a cor. Pesquisa os efeitos perceptivos do quadrado negro sobre o campo branco, nas variações ambíguas de fundo e forma.
Kazimir Malevitch
(1878-1935),
pintor russo. Fundador da corrente suprematista, que levou o abstracionismo
geométrico à simplicidade extrema. Foi o primeiro artista a usar elementos
geométricos abstratos. Procurou sempre elaborar composições puras e cerebrais,
destituídas de toda sensualidade. O "Quadro negro sobre fundo branco"
constituiu uma ruptura radical com a arte da época. Pintado entre 1913 e 1915,
compõe-se apenas de dois quadrados, um dentro do outro, com os lados paralelos
aos da tela. A problemática dessa composição seria novamente abordada no
"Quadro branco sobre fundo branco" (1918), hoje no Museu de Arte
Moderna de Nova York. Dizia que as aparências exteriores da natureza não tinham
para ele nenhum interesse, o essencial era a sensibilidade, livre das impurezas
que envolviam a representação do objeto, mais do que isso, que envolviam a
própria percepção do objeto. Os elementos de estética suprematista eram o
retângulo, o círculo, o quadrado e a cruz, os quais na pintura de Malevitch,
denominada pelo espiritual, adquirem um significado próximo do sagrado.
ABSTRACIONISMO SENSÍVEL
A arte
abstrata tende a suprimir toda a relação entre a realidade e o quadro, entre as
linhas e os planos, as cores e a significação que esses elementos podem sugerir
ao espírito. Quando a significação de um quadro depende essencialmente da cor e
da forma, quando o pintor rompe os últimos laços que ligam a sua obra à
realidade visível, ela passa a ser abstrata. Abstracionismo Sensível ou
Informal, predominam os sentimentos e emoções. As cores e as formas são criadas
livremente. Na Alemanha surge o movimento denominado "Der blaue
Reiter" (O Cavaleiro Azul) cujos fundadores são os Kandinsky, Franz Marc
entre outros. Uma arte abstrata, que coloca na cor e forma a sua expressividade
maior. Estes artistas se aprofundam em pesquisas cromáticas, conseguindo
variações espaciais e formais na pintura, através das tonalidades e matizes
obtidos. Eles querem um expressionismo abstrato, sensível e emotivo. Com a forma,
a cor e alinha, o artista é livre para expressar seus sentimentos interiores,
sem relacioná-los a lembrança do mundo exterior. Estes elementos da composição
devem Ter uma unidade e harmonia, tal qual uma obra musical.
Principais Artistas:
Franz Marc
(1880-1916),
pintor alemão, apaixonado pela arte dos povos primitivos, das crianças e dos
doentes mentais, o pintor alemão Marc escolheu como temas favoritos os estudos
sobre animais, conheceu Kandinsky, sob a influência deste, convenceu-se de que
a essência dos seres se revela na abstração. A admiração pelos futuristas
italianos imprimiram nova dinâmica à obra de Marc, que passou a empregar formas
e massas de cores brilhantes próprias da pintura cubista. Os nazistas
destruíram várias de suas obras. As que restaram estão conservadas no Museu de
Belas-Artes de Liège, no Kunstmuseum, em Basiléia, na Städtische Galarie im
Lembachhaus, em Munique, no Walker Art Center, em Minneapolis, e no Guggenheim
Museum, em Nova York.
Wassily Kandinsky
(1866-1944),
pintor russo, antes do abstracionismo participou de vários movimentos
artísticos como impressionismo também atravessou uma curta fase fauve e
expressionista. Escreveu livros, como em 1911, Sobre o espiritual na arte, em
que procurou apontar correspondências simbólicas entre os impulsos interiores e
a linguagem das formas e cores, e em 1926, Do ponto e da linha até a
superfície, explicação mais técnica da construção e inventividade da sua arte.
Dezenas de suas obras foram confiscadas pelos nazistas e várias delas expostas
na mostra de "Arte Degenerada".
Tachismo (de tache = mancha). Formado por manchas coloridas colocadas
lado a lado em um certo parâmetro ou limite, no mínimo o braço do artista.
Também existe um tipo de abstrato informal formado por manchas, porém, elas não
possuem parâmetro definido pelo braço do artista como no Tachismo. São manchas
criadas impulsivamente com toda a liberdade ou efusão emocional do artista.
Grafismo é todo abstracionismo formado por uma grafia não
cognificada.
Orfismo tem ligação com a música. Principal artista: Sonia
Delaunay.
Raionismo formado por raios, estanques, deslizes e riscos com
luminosidade. Principal artista: Larionov/Gontcharova.
Action
Painting ou pintura de ação gestual,
criada por Jackson Pollock nos anos de 1947 a 1950 faz parte da Arte Abstrata
Americana. Em 1937, fundou-se nos Estados Unidos, a Sociedade dos Artistas
Abstratos. O abstracionismo cresce e se desenvolve nas Américas, chegando à
criação de um estilo original.
Características da Pintura:
•
Compreensão da pintura como meio de emoções intensas.
•
Execução cheia de violenta agressividade, espontaneidade e automatismo.
•
Destruição dos meios tradicionais de execução - pincéis, trincha, espátulas,
etc.
•
Técnica: pintura direta na parede ou no chão, em telas enormes, utilizando
tinta à óleo, pasta espessa de areia, vidro moído.
Principal Artista:
Jackson Pollock
(1912-1956),
pintor americano, introduziu nova modalidade na técnica, gotejando (dripping)
as tintas que escorrem de recipientes furados intencionalmente, numa execução
veloz, com gestos bruscos e impetuosos, borrifando, manchando, pintando a superfície
escolhida com resultados extraordinários e fantásticos, algumas vezes realizada
diante do público. Desenvolveu pesquisas sobre pintura aromática. Nos últimos
trabalhos nessa linha, o artista usou materiais como pregos, conchas e pedaços
de tela, misturavam-se às camadas de tinta para dar relevo à textura. Usou
freqüentemente tintas industriais, muitas delas usadas na pintura de
automóveis.
Willem De Kooning
(1904-1997),
nos anos 20 e 30, antes de atacar suas telas, o jovem De Kooning, que abandonou
a Holanda aos 22 anos a bordo de um cargueiro, começou a vida como carpinteiro
e pintor de paredes. De cultura européia, De Kooning herdaria o apreço ela arte
figurativa, tornando-se um admirador da obra de seu conterrâneo Rembrandt e do
francês Cèzanne. Ao contrário de seus colegas de vanguarda, que aboliram a
representação figurativa de seus quadros. De Konning fez das figuras femininas
- a marca da diferença em seu trabalho. "Minha obra vive de incluir as
coisas, não de excluí-las", costumava afirmar. Ao final dos anos 40, junto
com Jackson Pollock, Arshile Gorky e Mark Rothko, revolucionaria a pintura
americana, fundando a vanguarda expressionista abstrata. Com seus borrões e
respingos de tinta atirados contra ela a tela, Pollock, o maior de todos, secundado
por De Koonning e companhia, deslocou de Paris para Nova York a capital mundial
das artes. Diversamente dos expressionistas europeus, que no começo do século
converteram sua arte numa forma de panfletagem político-social, a vanguarda
expressionista ianque tratou de banir a política de seus quadros, preferindo
expremir as misérias da condição humana nos limites da existência individual.
Morreu vítima do mal de Alzheimer em sua casa-ateliê em Long Island, perto de
Nova York.
FIGURATIVISMO
Tipo
de arte que se desenvolve principalmente na pintura pela representação, de
seres e objetos em suas formas reconhecíveis para aqueles que as olham. Na arte
ocidental a prática da arte figurativa só se transforma, perdendo sua
soberania, a partir do início do século XX, com o surgimento da arte abstrata,
que busca expressar o mundo interior, o mundo dos sentidos, bem como relações
concretas usando como referência apenas os recursos da própria pintura, como a
cor, as linhas e a superfície bidimensional da tela.
ABSTRACIONISMO X FIGURATIVISMO
Abstracionismo
Corrente estética nascida no início do século XX que se caracteriza pelo abandono da representação figurativa. O Abstracionismo geométrico combina planos, linhas e figuras geométricas. Exemplos de abstracionistas: Kandinsk, Pollock Mondrian.
Corrente estética nascida no início do século XX que se caracteriza pelo abandono da representação figurativa. O Abstracionismo geométrico combina planos, linhas e figuras geométricas. Exemplos de abstracionistas: Kandinsk, Pollock Mondrian.
Figurativismo
Tendência artística que
consiste em representar a realidade externa que serve de modelo para a criação
do artista, quer se tratem de natureza, figuras humanas ou objetos. Opõe-se ao
abstracionismo.
Antes de nascer o
abstracionismo o romancista francês Gustave Flaubert profetizou:
“A arte será alguma coisa situada entre a álgebra e a musica”.
“A arte será alguma coisa situada entre a álgebra e a musica”.
A rigor, não se pode
falar em artes plásticas abstratas, pois elas não dispensam os elementos
concretos que constituem sua matéria-prima. De outro ponto de vista, toda obra
artística supõe certo grau de abstração, já que o mais fiel retrato extrai do
modelo os traços julgados essenciais de acordo com o critério do artista.
A expressão “arte
abstrata” é designada para indicar a criação de forma que não representam fielmente
objetos do mundo exterior.
Os impressionistas
Cézanne e Geoges Seurat foram os precursores da nova pintura, Cézanne decompôs
os objetos em elementos geométricos básicos. Seurat eliminou a mistura na
palheta e transferiu essa tarefa para o olho, justapondo na tela pinceladas de
cores em estado puro.Estas pesquisas de Cézanne abriram caminho para o
cubismo.A cor perdeu a antiga função puramente descritiva para ganhar um papel
autônomo. Essas abordagens supõem um avançado grau de abstração que se percebe
nas obras de Picasso e Braque.
OP ART
Op art é um termo usado para descrever a arte que
explora a falibilidade do olho e pelo uso de ilusões ópticas.
A expressão "op-art" vem do
inglês (optical art) e significa “arte óptica”. Defendia para arte "menos
expressão e mais visualização". Apesar do rigor com que é construída,
simboliza um mundo mutável e instável, que não se mantém nunca o mesmo.
Richard Anuszkiewicz: Templo do amarelo
radiante
Os trabalhos de op art são em geral abstratos,
e muitas das peças mais conhecidas usam apenas o preto e o branco. Quando são
observados, dão a impressão de movimento, clarões ou vibração, ou por vezes
parecem inchar ou deformar-se.
Apesar de ter ganho força na metade da década de
1950, a Op Art passou por um desenvolvimento relativamente lento.
Ela não tem o ímpeto atual e o apelo emocional da Pop Art;
em comparação, parece excessivamente cerebral e sistemática, mais próxima das
ciências do que das humanidades. Por outro lado, suas possibilidades parecem
ser tão ilimitadas quanto as da ciência e da tecnologia.
O termo surgiu pela primeira vez na Time Magazine
em Outubro de 1964,
embora já se produzissem há alguns anos trabalhos que hoje podem ser descritos
como "op art". Sugeriu-se que trabalhos de Victor
Vasarely, dos anos 30,
tais como Zebra (1938),
que é inteiramente composto por listas diagonais a preto e branco, curvadas de
tal modo que dão a impressão tridimensional de uma zebra sentada, devem ser
consideradas as primeiras obras de op art.
Em 1965, uma exposição
chamada The Responsive Eye (O Olho que Responde), composta inteiramente
por trabalhos de op art, abriu em Nova Iorque.
Esta exposição fez muito para trazer a op art à ribalta, e muitos dos artistas
hoje considerados importantes no estilo exibiram lá trabalhos seus. Em seguida,
a op art tornou-se tremendamente popular, e foram usadas imagens de op art em
vários contextos comerciais. Bridget Riley
tentou processar uma empresa americana, sem sucesso, por usar um dos seus
quadros como base para um padrão de tecido.
Bridget Riley é talvez a mais conhecida
dos artistas de op art. Inspirando-se em Vasarely, pintou uma série de quadros
só com linhas pretas e brancas. No entanto, em vez de dar a impressão de um
objecto do mundo real, os seus quadros deixavam frequentemente a impressão de movimento
ou cor.
Mais tarde, Riley produziu trabalhos
coloridos, e outros artistas de op art também trabalharam com cor, embora estes
trabalhos tendam a ser menos conhecidos. Contrastes violentos de cor são por
vezes usados para produzir ilusões de movimento similares às obtidas a preto e
branco.
Em outras palavras
A Op Art (é uma abreviação inglesa para
"Arte Óptica") nasceu e se desenvolveu simultaneamente nos Estados
Unidos e na Europa, em meados da década de sessenta. O termo foi empregado pela
primeira vez na revista Times no ano de 1965 e designa uma derivação do
expressionismo abstrato.
A Op Art, com suas pinturas voluptuosas,
brincam com nossas percepções ópticas. As cores são usadas para a criação de
efeitos visuais como sobreposição, movimento e interação entre o fundo e o foco
principal. Os tons vibrantes, círculos concêntricos e formas que parecem pulsar
são as características mais marcantes deste estilo artístico.
Por ser Op Art não é considerada um
movimento genuíno dentro das artes visuais, sendo reconhecida mais como uma
vertente de outras linhas artísticas, como por exemplo a Kinetik Art (Arte
Cinética). O limite entre a Kinetic Art e a Op Art é bastante tênue, o que gera
confusão entre estes estilos.
A diferença básica entre ambos é que na
Kinetic Art, os processos ópticos são baseados na percepção do movimento real
ou aparente da obra, que pode ser plana, bi ou tridimensional, enquanto que, na
Op Art, há apenas movimentos virtuais, utilizando-se objetos planos e formas
geométricas. Os padrões mais rígidos fazem com que o apuro nas formas e o
estudo detalhado dos fenômenos ópticos sejam os principais enfoques da Op Art.
Em 1965, foi organizada a primeira
exposição de Op Art. A mostra foi chamada "The Responsive Eye" (O
Olho que Responde), no Museu de Arte Moderna de Nova York. Entre os principais
expoentes da Op Art, estão Victor
Vasarely, Richard Anuszkiewicz, Bridget Riley,
Ad Reinhardt, Kenneth Noland e Larry Poons. A exposição, no
entanto, não teve muito sucesso. A Op Art esteve, durante um bom tempo,
renegada aos meios considerados "alternativos" nos EUA e Europa. O
período posterior à exposição não foi dos melhores para a Op Art, que quase
caiu no esquecimento. Em parte, esse distanciamento surgiu devido à
concorrência com a Pop Art, que tomava conta de praticamente todo o cenário
artístico mundial, deixando pouco espaço para as demais expressões artísticas.
O advento do computador, no entanto,
trouxe um novo fôlego à Op Art. As cores metálicas, as formas praticamente
matemática e a organização rigorosa dos elementos têm tudo a ver com a
"sociedade cibernética".
Características conceituais
A razão da Op Art é a representação do
movimento através da pintura apenas com a utilização de elementos gráficos. A
alteração das cidades modernas e o sofrimento do homem com a alteração
constante em seus ritmos de vida também são uma preocupação constante. A vida
rápida das cidades contribuiu para a percepção do movimento como elemento
constituinte da cultura visual do artista. Outro fator fundamental para a
criação da Op Art foi a evolução da ciência, que está presente em praticamente
todos os trabalhos, baseando-se principalmente nos estudos psicológicos sobre a
vida moderna e da Física sobre a Óptica.
Técnica
A dinâmica da pintura na Op Art é
alcançada com a oposição de estruturas idênticas que interagem umas com as
outras, produzindo o efeito óptico. Diferentes níveis de iluminação também são
utilizados constantemente, criando a ilusão de perspectiva. A interação de
cores, baseado nos grandes contrastes (preto e branco) ou na utilização de
cores complementares são a matéria prima da Op Art. A técnica
"moire", aplicada no trabalho "Current", de Bridget Riley,
é um bom exemplo. Nela, há a criação de um espaço móvel, produzindo um efeito
denominado "whip blast" (explosão do chicote). Esta técnica, assim
como a maioria das técnicas utilizadas na Op Art, exploram as possibilidades do
fenômeno óptico na criação de volumes e formas virtuais.
Principais expoentes
Ad Reinhardt - Pintor americano, nascido
em Nova York. Artista e teórico, Reinhardt é mais conhecido por suas pinturas
em preto, que marcam sua fase artística posterior a 1960. Adepto do
minimalismo, Reinhardt utilizava apenas o preto e suas variações em suas obras,
rejeitando os atributos convencionais da pintura. Keneth Noland - Pintor
americano, da Carolina do Norte. Noland utilizou-se em suas obras de listras e
cores básicas. Ele enfatiza o plano da tela utilizando cores uniformes. Em seu
trabalho, a cor é o objetivo. Seus trabalhos mais recentes abandonaram as cores
básicas, usando agora cores modificadas em vários tons. Bridget Riley - pintora
inglesa, associada também ao movimento Pop Art. O estilo de Riley é marcado por
listras que se sobrepõem, curvas onduladas, discos concêntricos e quadrados ou
triângulos que se repetem.
Devido à organização sequencial e a
relação de cores de suas obras, há a criação de sensações ópticas de ritmo nas
superfícies, que parecem vibrar
Outros artistas op art dignos de nota são Alexander
Calder, Youri Messen-Jaschin e Victor Vassarely.
POP ART
Pop art (ou Arte pop) é um movimento artístico surgido no final da década de
1950 no Reino Unido e nos Estados Unidos. O nome desta escola
estético-artística coube ao crítico britânico Lawrence Alloway (1926 - 1990)
sendo uma das primeiras, e mais famosas imagens relacionadas ao estilo - que de
alguma maneira se tornou paradigma deste - ,a colagem de Richard Hamilton (1922
- 2011): O que Exatamente Torna os Lares de Hoje Tão Diferentes, Tão
Atraentes?, de 1956. A Pop art propunha que se admitisse a crise da arte que assolava o século XX
desta maneira pretendia demonstrar com suas obras a massificação da cultura
popular capitalista. Procurava a estética das massas, tentando achar a
definição do que seria a cultura pop, aproximando-se do que costuma
chamar de kitsch.
Diz-se que a Pop art é o marco de passagem
da modernidade
para a pós-modernidade na cultura
ocidental.
Max
Horkheimer (à esquerda) e Theodor W.
Adorno (1955)
Theodor W.
Adorno e Max Horkheimer, nos anos 80, cunharam o termo Indústria cultural. O conceito analisa a
produção e a função da cultura no capitalismo
e relaciona cultura como mercadoria para satisfazer a utilidade do público.
A defesa do popular traduz uma atitude
artística adversa ao hermetismo da arte moderna.
Nesse sentido, esse movimento se coloca na cena artística como uma das mãos que
não se movia. Com o objetivo da crítica Tônica ao bombardeamento da sociedade
capitalista pelos objetos de consumo da época, ela operava com signos estéticos
de cores inusitadas massificados pela publicidade e pelo consumo, usando como
materiais principais: gesso,
tinta acrílica, poliéster,
látex,
produtos com cores intensas, fluorescentes, brilhantes e vibrantes,
reproduzindo objetos do cotidiano em tamanho consideravelmente grande, como de
uma escala de cinquenta para um,objeto pequeno , e depois ao tamanho normal
No Reino Unido
Eduardo Paolozzi: escultura The Crash
(1964, Ulster Museum, Belfast)
O Independent
Group (IG), fundada em Londres em 1952, é reconhecido como o precursor do movimento de Pop art.
O grupo, formado entre outros pelos artistas Laurence
Alloway, Alison e Peter Smithson, Richard Hamilton, Eduardo
Paolozzi e Reyner Banham utilizava os
novos meios de produção gráfica que culminavam durante as décadas de 1950
e 60, com o objetivo de produzir arte que atingisse as
grandes massas. O Independent Group se dissolveu formalmente em 1956 depois de organizar a
exibição "This Is Tomorrow" em Londres, na galeria de
arte Whitechapel Gallery. Nesta exibição, o artista inglês Richard Hamilton apresentou a colagem "Just
what is it that makes today's homes so different, so appealing?" (em português: O que Exatamente Torna os Lares de
Hoje Tão Diferentes, Tão Atraentes??), considerada por críticos e historiadores
um das primeiras obras de Pop art.
É possível observar nas obras Pop
britânicas um certo deslumbramento pelo american way of life através da
mitificação da cultura americana. É preciso levar em consideração que o Reino
Unido passava por um período pós-guerra, se reerguendo e vislumbrando a
prosperidade econômica norte-americana. Desta forma, todas as obras dos
artistas pop britânicos aceitaram a cultura industrial e assimilaram aspectos
dela em sua arte de forma eclética e universal.
Nos Estados Unidos
Ao contrário do que sucedeu no Reino
Unido, nos Estados Unidos os artistas trabalham isoladamente até 1963, quando
duas exposições (Arte 1963: novo vocabulário, Arts Council, Filadélfia e Os
novos realistas, Sidney Janis Gallery, Nova York) reúnem obras que se
beneficiam do material publicitário e da mídia. É nesse momento que os nomes de
Andy Warhol,
Roy
Lichtenstein, Claes Oldenburg, James Rosenquist e Tom
Wesselmann surgem como os principais representantes da Pop art em
solo norte-americano. Sem estilo comum, programas ou manifestos, os trabalhos
desses artistas se afinam pelas temáticas abordadas, pelo desenho simplificado
e pelas cores saturadas. A nova atenção concedida aos objetos comuns e à vida
cotidiana encontra seus precursores na antiarte dos dadaístas.
Os artistas norte-americanos tomam ainda
como referência uma certa tradição figurativa local - as colagens
tridimensionais de Robert Rauschenberg e as imagens planas e
emblemáticas de Jasper Johns - que abre a arte para a
utilização de imagens e objetos inscritos no cotidiano. No trato desse
repertório plástico específico não se observa a carga subjetiva e o gesto
lírico-dramático, característicos do expressionismo abstrato - que, aliás, a
arte pop comenta de forma paródica em trabalhos como Pincela (1965) de Roy
Lichtenstein. No interior do grupo norte-americano, o nome de Tom
Wesselmann liga-se às naturezas-mortas compostas com produtos
comerciais, o de Lichtenstein aos quadrinhos (Whaam!, 1963) e o de Claes
Oldenburg, mais diretamente às esculturas (Duplo Hambúrguer, 1962).
Andy Warhol
Pilares de latas Campbell no edifício da Academia Real Escocesa, Edimburgo
Andy Warhol
foi uma das figuras centrais da Pop art nos Estados Unidos.[2]
Como muitos outros artistas da Pop art, Andy Warhol criou obras em cima de
mitos. Ao retratar ídolos da música popular e do cinema, como Michael
Jackson, Elvis Presley, Elizabeth
Taylor, Marlon Brando e, sua favorita, Marilyn Monroe,
Warhol mostrava o quanto personalidades públicas são figuras impessoais e
vazias; mostrava isso associando a técnica com que reproduzia estes retratos,
numa produção mecânica ao invés do trabalho manual. Da mesma forma, utilizou a
técnica da serigrafia
para representar a impessoalidade do objeto produzido em massa para o consumo,
como as garrafas de Coca-Cola e as latas de sopa Campbell.
No Brasil
Rubens Gerchman: pintura, colagem e outros
materiais Policiais Identificados na Chacina (Registro Policial), 1968
Nos anos 60 frutificou entre os artistas
brasileiros uma tendência irônica derivada da Pop art norte-americana
refletindo o clima tenso criado pelo regime militar imposto em 1964. Aderindo
apenas à forma e à técnica utilizada na Pop art os artistas expressaram a
insatisfação com a censura instalada pelo regime militar, tematizando questões
sociais de política. Entre as exposições mais importantes nesse período
destaca-se a Opinião 65, realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de
Janeiro, composta por 17 artistas brasileiros e 13 estrangeiros.[3]
Dentre os principais artistas nesta época
estão Wesley Duke Lee, Luiz Paulo Baravelli, Carlos Fajardo, Claudio Tozzi,
José Roberto Aguilar e Antonio Henrique Amaral,
entre outros
A HISTÓRIA DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
As primeiras manifestações das Histórias em
Quadrinhos são no começo do século XX, na busca de novos meios de
comunicação e expressão gráfica e visual. Com o avanço da imprensa, da
tecnologia e dos novos meios de impressão possibilitaram o desenvolvimento
desse meio de comunicação de massa.
Entre os precursores estão o suíço Rudolph Töpffer,
o alemão Wilhelm Bush, o francês Georges ("Christophe")
Colomb, e o brasileiro Angelo Agostini. Alguns consideram
como a primeira história em quadrinhos a criação de Richard Fenton Outcalt,
The Yellow Kid em 1896. Outcalt essencialmente sintetizou o que
tinha sido feito antes dele e introduziu um novo elemento: o balão. Este
é o local onde se põe as falas das
Personagens. Nas primeiras décadas os quadrinhos eram
essencialmente humorísticos, e essa é a explicação para o nome que elas
carregam ainda hoje em inglês, comics (cômicos).
Algumas destas histórias eram Little Nemo (de
Winsor McCay), Mutt & Jeff (de Bud Fisher), Popeye
(de E.C. Segar), e Krazy Kat (de Georges
Herriman). Os temas das histórias eram basicamente travessuras de
crianças e bichinhos, e dessa época vem às designações kid strips,
animal strips, family strips, boy-dog strips, boyfamily-dog strips, entre
outros.
O crack da Bolsa de Valores em 1929 foi um
ponto importante na história da história em quadrinhos, e nos anos 30 eles
cresceram, invadindo o gênero da aventura.
No final da década de 30, surgiu o primeiro
super-herói que possuía identidade secreta, Superman de Siegel
and Shuster. Muitos o destacam como o personagem que marca o início
da Era de Ouro. O Superman foi criado em 1933, mas só chegou às
bancas em 1938, depois que a dupla vendeu seus direitos para a DC Comics
para ser publicado na revista Action Comics 1. Poucos
meses depois, teria início a Segunda Guerra Mundial, deflagrada pelas ações
expansionistas de uma Alemanha comandada por Adolf Hitler desde 1933.
No caldeirão ideológico daqueles anos, os quadrinhos logo despertaram
interesses políticos. E o Homem de Aço, como um dos principais representantes
desta forma de arte tornou-se alvo de polêmicas.
Por causa da irmã de Friedrich Nietzche,
os nazistas haviam se apropriado indevidamente de vários conceitos filosóficos
deste autor alemão, inclusive o doübermensch que traduzido acaba,
de certa maneira sendo similar ao título de Superman, sendo
assim, preciso o fim do conflito mundial para que se denunciasse a deturpação
do pensamento nietzchiano e se desfizesse o equívoco que pairava sobre o
filósofo alemão.
Quando superman surgiu em cena foi logo
colhido pela confusão vigente. As pessoas de esquerda no mundo inteiro, desde o
princípio, acusaram-no de ser símbolo do imperialismo norte-americano e, de
quebra, da arrogância fascista. Já os políticos linha dura do Partido
Republicano viram nele a personificação do tal superman nazista. Nas palavras
dos assessores de Hitler, o Superman não passava de um judeu.
No período de 1940 até 1945 foram criados
aproximadamente quatrocentos superheróis, mas nem todos sobreviveram. O
campo evoluiu, expandindo suas fronteiras e tornando-se parte da cultura de
massa. Dois merecem destaque: Batman, criado em 1939 por Bob
Kane, uma figura sombria (inspirada na máquina voadora de Da Vinci e
no Zorro) cuja fama ultrapassaria a do Superman nos anos
80, e o Capitão Marvel, de C.C.Beck,
Vários personagens se alistaram e foram para a II Guerra
Mundial, e os quadrinhos se tornaram armas ideológicas para elevar o moral dos soldados
e do povo.
O maior ícone do período da guerra é o Capitão
América, de Jack Kirby e Joe Simon. Na capa de sua primeira
revista ele combatia o próprio Adolf Hitler. Ao contrário de
outros heróis, que acabaram “recrutados” para lutar na Segunda Guerra Mundial, a
Sentinela da Liberdade foi criada especialmente com esse objetivo político. Desde
o início, a única arma que o herói usou foi um escudo. A princípio, quase triangular,
esta peça adquiriu, já na segunda edição, o formato circular famoso até os dias
de hoje. Em momento algum, o Capitão América usou qualquer outra arma. É
como se dissesse, para que todos ouvissem, que a “liberdade” é um valor
que tem de ser defendido. Por outro lado, isso representa também a imagem
que os Estados Unidos tinham de sua participação no conflito mundial, ou
seja, aos próprios olhos, a América “apenas” defendiase de ataques. Em
todo o caso, seu companheiro de luta como o jovem Bucky usava às vezes
uma metralhadora.
Outro fato curioso e que fala mais do imaginário dos
norte-americanos do que da realidade propriamente dita é a escolha do
arqui-inimigo do Capitão. A origem de seu oponente era de que o Caveira
Vermelha foi treinado pelo próprio Hitler a fim de pôr em prática os
interesses do 3° Reich. No entanto, os nazistas sempre pregaram a
superioridade ariana como um dos princípios-chave de sua ideologia.
Nos anos 50 os quadrinhos foram alvo da maior caça as
bruxas que já aconteceu por este meio de comunicação de massa. O psiquiatra Frederic
Wertham escreveu um livro, A Sedução do Inocente (The
Seduction of the Innocent), onde ele acusava os quadrinhos de corrupção
e delinqüência juvenis. Nas 400 páginas de sua obra, o psiquiatra alemão
esmiuçou suas idéias sobre o “verdadeiro intento subversivo” por trás dos quadrinhos.
Dentre as hipóteses do tratado, havia a de que a Mulher Maravilha representava
idéias sadomasoquistas e a da homossexualidade da dupla Batman & Robin.
Entre outros argumentos de Whertham, também estão que
os quadrinhos incitavam a juventude à violência – bem como havia acontecido com
o rock'n'roll – havendo então um Código de Ética, para limitar e
regular o que podia (e o que não podia) aparecer nas páginas limitando assim o
alcance e a maneira de enfocar os assuntos, o que acabou por destruir todos os
títulos de terror da EC Comics, exceto um, a revista humorística:
Mad.
Foi quando surgiu numa tira de jornal aparentemente
inocente sobre um grupo de crianças: Peanuts, de Charles M.
Schulz. Charlie Brown, o personagem principal, é um garoto de
6 anos, perdedor nato, simboliza a insegurança, a ingenuidade, a falta de iniciativa;
um eterno esperançoso. Seu cão, Snoopy, é um beagle filosófico
em cima de sua casinha vermelha. Esta tira marcou o começo da era intelectual
dos quadrinhos, com uma maior valorização do texto sobre as imagens. Ainda na
década de 50 o medo passou a estar em toda parte do mundo. Os soviéticos
fizeram a bomba atômica e os americanos atacavam contra tudo que soasse como ataque
velado e subversivo dessa superpotência ao seu “american way of life”.
Enquanto, na vida real, a população procurava comunistas debaixo da cama, nas
páginas das histórias em quadrinhos, os heróis faziam sua parte. Com o fim do
conflito mundial e a polarização de forças entre EUA e URSS, o alvo das
investidas não era mais os alemães e japoneses. Eram tempos em que se
confundiam marxistas com comedores de criancinha. Numa demonstração de que
comuna bom é comuna morto, Namor rechaçava insidiosos golpes de aquáticas
foices e martelos, enquanto, de volta por um breve período no ano de 1954, o
Capitão América enchia de socos os anticomunistas.
Na década de 60 começou a Era de Prata dos
quadrinhos que consolidaram a renovação no mundo dos super-heróis iniciada com
o novo Flash da DC Comics em meados da década anterior. Logo após
retornaram Superman, Mulher-maravilha, Batman, Aquaman,
entre outros. Diante do sucesso da editora rival, em 1961, Martin Goodman,
o diretor da Atlas Comics (antiga Timely Comics), pediu a Jack
Kirby e Stan Lee que bolassem super-heróis capazes de fazer frente à
Liga da Justiça da América. Os dois aproveitaram, então, o conceito de
uma criação prévia de Kirby, os Desafiadores do
Desconhecido, e acrescentaram superpoderes às
personagens. Surgiu assim o Quarteto Fantástico da Marvel Comics,
empresa herdeira da Atlas. Stan Lee e Jack Kirby desconsideraram todos
os clichês das histórias de superheróis existentes até então. Essa
equipe de heróis não possuíam identidades secretas e eram uma família ao
invés de uma equipe. Sue e Johnny Storm eram irmãos, Reed Richards era o noivo
de Sue e Bem Grimm o amigo da família. Reed Richards era um cientista
que preferia usar seu intelecto a seus poderes elásticos. O adolescente Johnny
era o novo Tocha Humana. Sua irmã, Sue, podia se tornar
invisível e projetar campos de força. E Ben Grimm, era uma rochoso Coisa,
era dotado de enorme força, mas sua aparência aterradora ocultava a
amargura de um ser desfigurado. Então, estavam os heróis simbolizando os
quatro elementos da natureza: água, fogo, ar e terra respectivamente.
Por trás de um grupo de amigos que, vitimados por um "acidente
cósmico", ganham superpoderes, havia um forte paralelo com a mais
significativa questão política daquele momento: a Guerra Fria e a
paranóia anticomunista.
Em 12 de Abril de 1961, o cosmonauta soviético Yuri
Gagarin tornou-se o primeiro ser humano a alcançar o espaço. A notícia
surpreendeu os Estados Unidos e acirrou os piores temores de seus habitantes.
Era o auge da Guerra Fria. O duro golpe faz o presidente John Kennedy
jurar que os norte-americanos chegariam à Lua antes do fim da década,
derrotando a União Soviética naquela que viria a ser a Corrida Espacial. O
Quarteto Fantástico foi à resposta dos quadrinhos ao apelo do dirigente da nação.
Eles personificavam a nova era espacial, na qual seus heróis estavam dispostos
a arriscar tudo, até mesmo a própria vida, para estar a um passo adiante da
ameaça vermelha. Já na primeira edição de Fantastic Four, Sue Storm não
poupa esforços para persuadir o relutante Ben Grimm a pilotar o foguete
desenvolvido por seu amigo Reed Richards. “Ben, nós temos que tentar!
A não ser que você queira que os comunistas cheguem na frente”. Devido ao
sucesso outros quadrinhistas como Steve Ditko, Don Heck, Gene
Colan, John Buscema e John Romita, desenvolveria a
infinidade de heróis da Marvel que estão em destaque até os dias de hoje
(2006). Dentre os mais conhecidos estão Homem Aranha, Hulk, Thor,
Homem de ferro, X-men, entre outros.
Nos anos 80, os americanos criaram a “graphic
novel” (ou romance gráfico) direcionado para o público adulto. O grande
destaque e carro chefe dessa nova linha foi à história de um Batman sombrio,
amargurado e violento, o cavaleiro das trevas de Frank Miller decretava
a maioridade no mundo dos super-heróis. Violência, insanidade, sensualidade e
dúvidas existênciais passaram a habitar os quadrinhos, vindo dentre estas obras
Elektra Assassina de Frank Miller, Watchmen de David
Gibbons e Alan Moore, Sandman de Neil Gaiman entre
outros.
A partir da década de 90, os grandes desenhistas das
historias em quadrinhos da atualidade saíram das duas maiores editoras de
quadrinhos – a Marvel Comics e a DC Comics – e fundaram a Image
Comics (os heróis eram Savage Dragon de Erik Larsen,
WildC.A.T.S. e Gen 13 de Jim Lee, Spawn
de Todd McFarlane, Cyberforce, Strykeforce, e The
Darkness de Marc Silvestri). Este momento trouxe dois marcos
para as histórias em quadrinhos americanas, a primeira era a colorização
computadorizada e a influência dos Mangás (quadrinhos japoneses) na caracterização
dos personagens. Os desenhistas americanos começaram a sofrer influência dos
Mangás em seu traço. Porém, após o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001
as duas torres gêmeas dos EUA afetou o mercado de quadrinhos americano que
decidiram fazer um resgate ao estilo da arte dos pioneiros dos quadrinhos da
Era de Prata e da década de 80. Dentre os artistas estavam Jack Kirby, John
Romita, Steve Dikto, Sal Buscema, John Byrne e George Perez. Não só a
arte dos quadrinhos, mas também os roteiristas e editores decidiram fazer esse
resgate também das origens dos personagens.
É fato que nos EUA bem como em outros países devido
ao avanço tecnológico do cinema serviu para realizar adaptações desses
super-heróis, como exemplo, pode-se citar Constatine das histórias de
quadrinhos de Hellblazer, Hellboy de Mike Mignola, e Homemaranha,
Hulk, Superman, Batman, Demolidor, Elektra, Liga Extraordinária, Do
Inferno, V de Vingança, Estrada para Perdição, Quarteto Fantástico, Spawn,
X-men que se firmam, expandem e propagam ainda mais esse meio de
comunicação de massa.
A HISTÓRIA DO CINEMA
Foi
no final do século XIX, em 1895, na França, os irmãos Louis
e Auguste Lumière inventaram o cinema. Na primeira
metade deste século a fotografia já havia sido inventada por Louis-Jacques
Daguerre e Joseph Nicéphore Niepce, possibilitando esta criação revolucionária
no mundo das artes e da indústria cultural: o cinema.
Para
se chegar à projeção cinematográfica atual,
muitos processos de investigação foram feitos em relação aos fundamentos da
ciência óptica. Já vem dos primórdios da humanidade a necessidade de registrar
movimentos através de pinturas e desenhos nas paredes. Há aproximadamente sete
mil anos atrás, no oriente, os chineses já projetavam sombras de diferentes
figuras recortadas e manipuladas sobre a parede, um jogo de sombras, próprio do
seu teatro de marionetes. No século XV, Leonardo da
Vinci realizou trabalhos
utilizando a projeção da luz na superfície, criando a Câmara Escura,
que era uma caixa fechada, possuindo um orifício com uma lente, local destinado
a passagem da luz produzida pelos objetos externos. A imagem refletida no
interior dessa caixa era a inversão do que se via na realidade. Mais adiante,
no século XVII, O alemão Athanasius Kirchner criou a Lanterna Mágica, objeto
composto de um cilindro iluminado à vela, para projetar
imagens desenhadas em uma lâmina de vidro.
No
século XIX, muitos aparelhos que buscavam estudar o fenômeno da persistência
retiniana foram construídos, este fenômeno é o que mantém a imagem em fração de
segundos na retina.
Joseph-Antoine Plateau foi o primeiro a medir o tempo da persistência
retiniana, concluindo que uma ilusão de movimento necessita de uma série de
imagens fixas, sucedendo-se pela razão de dez imagens por segundo. Plateau, em
1832, criou o Fenacistoscópio, apresentando várias figuras de uma mesma pessoa
em posições diferentes desenhadas em um disco, de forma que ao girá-lo, elas
passam a formar um movimento.
Criado
pelo francês Charles Émile Reynaud o Praxinoscópio foi um invento importante
para o surgimento do cinema. Este aparelho era um tambor giratório com desenhos
colados na sua superfície interior, e no centro deste tambor havia diversos
espelhos. Na medida em que girava-se o tambor, no centro, onde ficavam os
espelhos, via-se os desenhos se unindo em um movimento harmonioso. Dentre
outros inventos, há o Cinetoscópio, inventado por Thomas A. Edison, que
consistia em um filme perfurado, projetado em uma tela no interior de uma
máquina, na qual só cabia uma pessoa em cada apresentação. A projeção precisava
ser vista por uma lente de aumento.
Em
1890, Edison projeta diversos filmes de seu estúdio, aos quais encontra-se
“Black Maria”, considerado o primeiro filme da história do cinema. É a partir
do aperfeiçoamento do Cinetoscópio, que o Cinematógrafo é criado pelos irmãos
Louis e Auguste Lumière, na França, em 1895. O cinematógrafo era ao mesmo tempo
filmador, copiador e projetor, e foi considerado o primeiro aparelho realmente
qualificado de cinema. Louis Lumière foi o primeiro cineasta a realizar
documentários em curta metragem na história do cinema. O primeiro se intitulava
“Sortie de L’usine Lumière à Lyon” (Empregados deixando a Fábrica Lumière), e
possuia 45 segundos de duração. Neste mesmo ano de 1895, Thomas Edison projeta
seu primeiro filme, “Vitascope”.
O
americano Edwin S. Porter, apropriou-se dos estilos documentarista dos irmãos
Lumière e os de ficção com uso de maquetes, truques ópticos, e efeitos
especiais teatrais de Georges Méliès, para produzir “Great Train Robbery” (O
grande roubo do trem), em 1903, um modelo de filme de ação, obtendo êxito e
contribuindo para que o cinema se popularizasse e entrasse para a indústria
cultural.
A
indústria cinematográfica atual é um mercado exigente e promissor para
diferentes áreas do saber. Não são apenas os atores e atrizes que brilham nas
cenas que são apresentadas a um público local e internacional, pois a
realização de um filme precisa englobar uma equipe de trabalho. Na construção e
realização de um filme existem os seguintes profissionais: o “roteirista” que escreve
a história e as narrativas dos personagens, ou melhor, os diálogos; o “diretor”
que tem a função de coordenar, direta e indiretamente, o trabalho de todas as
pessoas envolvidas com o filme, da concepção à finalização; o “diretor de
fotografia”, um profissional de artes visuais com sensibilidade e competência
para decidir como iluminar uma cena, que lentes serão melhores para
determinados ângulos, o tipo de filme a ser rodado, entre outras atribuições;
há quem seja responsável pela trilha sonora do filme, que é o “compositor
musical”, ele é quem fica responsável por contribuir para o clima pretendido
pelo diretor; O “produtor”
é a pessoa ou grupo de pessoas que se encarrega de viabilizar a realização do
filme, buscando patrocínios e parcerias, e ainda, tratando da parte burocrática
que envolve toda a equipe.
Há
também uma equipe de técnicos/especialistas
que são fundamentais junto aos profissionais já apresentados, que são: o
“técnico de efeitos especiais” cuja tarefa é realizar efeitos visuais e sonoros
às cenas já filmadas, inclusive utilizando inserção de efeitos posteriores por
computador; o “técnico de som”, que cuida dos diferentes microfones durante as
gravações, cuidando para que só haja a captação do que se julgue essencial; o
“operador de câmera” que fica responsável por focar os ângulos solicitados pelo
diretor; e os “editores” ou “montadores”, que trabalham numa ilha de edição,
juntos com o diretor ou orientados por um mapa organizado pelo próprio diretor,
onde se encontra organizados as cenas, os sons, a trilha sonora, entre outros
parâmetros qualitativos e quantitativos de finalização do filme. Outros profissionais
como coreógrafos,
figurinistas,
e maquiadores são essenciais em determinadas produções.
HISTÓRIA DO CINEMA BRASILEIRO
Em 1896, chegaram ao Rio
de Janeiro aparelhos de projeção cinematográfica, em 1898, foram realizadas as
primeiras filmagens no Brasil. Somente em 1907, com o advento da energia
elétrica industrial na cidade, o comércio
cinematográfico começou a se desenvolver.
Nesta
fase predominou filmes de reconstituição de fatos do dia-a-dia. A partir de
1912, das mãos de Francisco Serrador, Antônio Leal e dos irmãos Botelho eram
produzidos filmes com menos de uma hora de projeção, época em que o cinema
nacional encarou forte crise perante o domínio
norte-americano nas salas de exibição, os cine-jornais e documentários é que
captavam recursos para as produções de ficção.
Em
1925, a qualidade e o ritmo das produções aumentam, o cinema mudo brasileiro se
consolida e os veículos de comunicação da época inauguram colunas para divulgar
o nosso cinema. Entre os anos 30 e 40, o cinema falado abre um reinício para a
produção nacional que se limita ao Rio em comédias populares, conhecidas como
chanchadas musicais que lançaram atores como Mesquitinha, Oscarito e Grande Otelo. A
década de 30 foi dominada pela Cinédia e os anos 40 pela Atlântida.
No
período de 1950 a 1960, em São Paulo, paralelo à fundação do Teatro Brasileiro
de Comédia e abertura do Museu de Arte Moderna, surge o estúdio da Vera Cruz
que através de fortes investimentos e contratação de profissionais estrangeiros
busca
produzir no Brasil, uma linha de filmes sérios, industrial, com uma preocupação
estético-cultural hollywoodiana e com a participação de grandes estrelas como
Tônia Carreiro, Anselmo Duarte, Jardel Filho, entre outros. A Vera Cruz tinha
uma produção cara e de qualidade, mas faltava-lhe uma distribuidora própria e
salas para absorver a sua podução, uma de suas produções foi premiada em
Cannes, o filme Cangaceiro, de Lima Barreto.
Em
oposição às produções paulistas e cariocas, surgem cineastas independentes que
a partir da década de 60, buscam manter a pretensão artística da Vera Cruz,
como por exemplo Walter Hugo Khouri, e uma esfera neo-realista, com o filme
“Rio 40°” de Nelson Pereira dos Santos. Nesta fase há o fenômeno de filmes
feitos na Bahia, por baianos e sulistas, como o “Pagador de Promessas”, é o
surgimento do Cinema Novo,
moviemento carioca que abarca o que há de melhor no cinema nacional, época de
intensa produção e premiação de nomes como os de Glauber Rocha, Serraceni,
Ruy Guerra, entre outros.
FIM DO 9º ANO